domingo, 23 de janeiro de 2011

COM INVEJA DOS PAULISTAS

No próximo dia 25, São Paulo vai fazer uma baita festa para celebrar os seus 457 anos de fundação. Na oportunidade, os paulistas serão presenteados com a reinauguração da biblioteca Mário de Andrade, que teve seus 22 andares reformados e ambientados para a conservação dos 360.000 itens do acervo fixo que estarão disponíveis para consulta. Toda obra custou 16,3 milhões de reais, sendo financiada pela Secretaria Municipal de Cultura e por empréstimos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Enquanto isso, aqui em Manaus, a Biblioteca Pública do Amazonas (foto) agora em fevereiro completa 03 anos, que se encontra fechada para reforma e até o momento não se tem nenhuma previsão de sua reinauguração. Sai governo e entra governo e o descaso continua, deixando os pesquisadores e consulentes com inveja dos paulistas.

A Biblioteca Pública do Estado encontra-se localizada na Rua Barroso e ocupa toda a extremidade da quadra entre a Av. Sete de Setembro e a Rua Henrique Martins, no Centro Histórico de Manaus. Segundo o professor Otoni Mesquita, "o prédio da Biblioteca apresenta característica classicizantes, bastante próximas das tendências renascentistas, mas que no Brasil estão geralmente incluídas entre as obras ecléticas".

A reforma da Biblioteca Pública que era para durar apenas seis meses não se sabe mais quando irá ser concluída. O recurso destinado para as obras eram de R$ 27 milhões. Agora também não se sabe mais quanto irá custar toda reforma. É a prática dos Aditivos que ganha corpo na gestão pública do Estado. Além da Biblioteca Pública, o governo deve ao povo a inauguração da Ponte sobre o Rio Negro, a Adutora das Lajes, entre outras obras turbinadas pela Copa de 2014.

Mas a Biblioteca Pública faz muita falta porque as escolas também não estão aparelhadas para atender aos alunos quanto ao acesso à leitura. Além do mais, a Biblioteca é uma referencia para os estudiosos do Estado que buscam consultas em textos raros, bem como no acervo das obras históricas desse patrimônio do povo do Amazonas. Contudo, não se assustem se os burocratas reinaugurarem a Biblioteca sem aquisição de novos títulos e muito menos sem um sistema de comunicação que possibilite os consulentes a consultar outros ambientes. Por aqui impera muito mais os ditames da construção civil do que a vontade do povo: educação é obra, cultura é obra, saúde é obra e assim, o sistema é retroalimentado satisfazendo os interesses dos grupos econômicos que controlam o Estado.

Um comentário:

Anônimo disse...

A cultura manauara faz com que a biblioteca não seja uma prioridade do Estado. É fato que uma parcela significativa da sociedade não tem hábito de leitura. Em SP a coisa é diferente, basta comparar os índices educacionais entre Sudeste e Norte pra se ter uma noção.

Juscélia Castro.