quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

MANAUARAS: LUTEMOS PELO ENCONTRO DAS ÁGUAS

Ellza Souza (*)

Sei que é difícil o manauara se engajar numa causa. Pegamos cada cacetada. É mau serviço prá cá, é mau serviço pra lá e o povo sorri numa placidez de dar raiva. E até acho que a natureza nem precisa do homem para sua defesa. Vemos todos os dias os ventos, os rios, a chuva dando a contrapartida dos maus tratos que recebe. Mesmo assim precisamos fazer a nossa parte quanto a preservação dessa maravilha que representa o encontro desses rios gigantes, contrastantes, cheios de mistérios, de histórias, de vida sob tão densas águas. Bem aqui na frente de nossa cidade. Isso é um privilégio a ser mantido e não podemos deixar que se transforme numa lama fedorenta de interesses escusos.

Primeiro veio a alegria pelo tombamento no final do ano passado. Agora quem deveria proteger me aparece com uma ação contrariando tudo o que foi arduamente conseguido pela comunidade e pelo Movimento SOS Encontro das Águas. Custo a acreditar em tal atitude do Estado do Amazonas que tem a obrigação de representar os interesses da sociedade, do meio ambiente, do bem estar comum. Cadê aquela “gabolice” como diz o Nicholas Jr, quando as autoridades vão aí pelo mundo e juram que são ardorosos defensores da Amazônia, que o Amazonas não desmata, não polui, cuida desse mundão de águas doces.

Faço o meu desabafo como cidadã preocupada com o seu próprio futuro e sabendo dos prejuízos morais, ecológicos, humanos que um porto de tal porte pode trazer à vida de todos, não só aos lascados manauaras que não tem nem a quem apelar a não ser ao próprio bispo, a quem já começo a pedir uma benção especial. Manauaras, a hora da união é agora. Procurem conhecer o assunto, mandem cartas para os jornais exigindo a conclusão do processo de tombamento. As entidades de classes, ONGs, sindicatos, universidades, associações de bairro devem se manifestar. Precisamos mostrar interesse por essa boa causa. É a nossa existência que está em jogo. Mostremos a esses desumanos seres que o Encontro das Águas precisa é de cuidado e não de poluição, de porto ou seja lá o que for.

Tombamento já!

(*) É jornalista, escritora e colaboradora do NCPAM/UFAM.

4 comentários:

Leandra Ribeiro disse...

Toda a sociedade deve ser alertada para mais uma loucura dos governantes na tentativa de confundir a sociedade civil,mas esta tentativa será um fracasso, pois as forças do bem convergem para educar uma Amazônia comprometida com a Educação Ambiental e em assegurar os direitos dos cidadãos comprometidos com a luta SOCIOAMBIENTAL... será que assim ele pretende ser reconhecido pelos intelectuais e pela população!!!

Anônimo disse...

A baixa mobilidade social para com as causas dEsta terra, tem uma explicação...
A maioria da população não se sente pertencente do Amazonas. Muitos desses imigrantes viaram aqui em busca de riqueza e boa vida mas não sabem praticar a POLÍTICA DA BOA VIZINHANÇA ou DA RECIPROCIDADE. Nada mais justo seria tratar com consideração as BOAS coisas do Amazonas.

Anônimo disse...

Papo furado, esse grupo de rebeldes sem causa deveria viajar o mundo e ver que os portos e as cidades se complementam.
A orla da cidade ta toda detonada e somente o dinheiro privado, via exigencia do poder publico, poderah recuperra-la e mante-la.
A igreja empresta a sua declinante credibilidade, a falsos profetas, que agem contra a livre inicitiva em toda a America Latina.
Que pena!

Itamar disse...

Quero de publico dizer, que nossa comunidade apoia o terminal portuario das lages, e que esse pequeno grupo que aparesse na foto nao representa a maioria aqui na COLONIA ANTONIO ALEIXO sou morador deste bairo e conheço as necessidades daqui queremos O PORTO SIM ME CHAMO ITAMAR FEITOSA DA SILVA e estou disposto pra qualquer discuçao.