domingo, 11 de setembro de 2011

A CONSCIÊNCIA AMBIENTAL E O ESTRATAGEMA DO CAPITALISMO

Ademir Ramos (*)

Nestas águas navega-se pela ética associado às ciências naturais na perspectiva de se construir uma plataforma filosófica fundamentada nas práticas culturais formadora do processo civilizatório orientado por valores que contemplam respeito à biodiversidade como expressão da humanidade.

Inicialmente, segundo Schopenhauer (Parerga e Paralipomena), “o querer viver está em todo ser, inclusive o mais ínfimo, totalmente e individido [...]”. Entretanto, o capitalismo, como sistema de valores tudo tem feito para reduzir “o querer viver” em estratagema de marcado, primando muito mais pela privatização, acumulação, exploração do trabalho e dominação política.

A tese da sustentabilidade formulada pelos agentes financeiros internacionais retrata a realidade mascarada de um sistema que através de seus tentáculos é capaz de gerar “amizades quadrúpedes” definidas pela dissimulação, falsidade e malícia dos homens regradas unicamente por acordos escusos pautados no seguinte postulado: “Pereça o mundo, conquanto que eu me salve”.

Sob esta lógica individualista de grupos e conluios a perversidade é a regra que orienta a determinação moral dos atores que gerenciam políticas e negócios visando unicamente acumular mais a custa da miséria e da desigualdade dos povos. Entretanto, para conter a barbárie social, o próprio sistema formula políticas de controle, criando indicadores para analisar e avaliar o comportamento responsável dos novos empreendedores agora sob a chancela da sustentabilidade.

Para isso, criaram-se várias tratativas internacionais em atenção à responsabilidade social, ambiental, e o que não mais! Nesta circunstância, a corrupção dos poderes instituídos movido pelos seus atores tem sido o lodo desta política a se multiplicar nos países emergentes, contando com aval de uma sociedade desorganizada com altíssimo índice de desempregados e socialmente excluídos.

A crítica social por meio de seus militantes luta para transformar situação em ação, mobilizando forças sociais e políticas para conter a volúpia insana do capitalismo na Amazônia, julgando a conduta dos governantes e aliados quanto à ética da responsabilidade no que diz respeito à conservação dos recursos ambientais, bem como a efetivação de políticas públicas sustentáveis em benefício das comunidades que vivem na cidade e na floresta.

(*) É professor, antropólogo e coordenador do NCPAM/UFAM.

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