Ellza Souza (*) Parece que a violência entre os seres humanos aumenta a olhos vistos e não vistos. Nos fazemos de cegos mas a verdade é que com a corrupção infestando a vida de todos, parece que o mundo agora é dos corruptos que se dão bem em todas os setores da sociedade. A desigualdade, a miséria, a falta de oportunidades para os jovens, os serviços ruins de saúde, transporte, merenda escolar, segurança, a precariedade do ensino público, o despreparo dos políticos, parecem favorecer a impunidade e a conivência entre pessoas que se arriscam em dar esse tipo de “maus passos”.
A corrupção virou mesmo uma praga insustentável de calamidade pública. Em se tratando de política, a coisa bagunçou geral e o resultado claro que se reflete sobre a sociedade. É bandido na polícia, é político que rouba mas faz. É juiz que vende sentenças. É condenado a crimes bárbaros que têm direito a dar uma voltinha em casa, promete que volta e não volta. É o dinheiros dos impostos indo para meias, cuecas ou simples sacolas mesmo. É um tal de obra superfaturada a rodo. É violência pra todo lado.
A primeira deputada brasileira era médica, a segunda era bióloga e advogada lá no tempo em que tinha que ter “bagagem” para representar o povo. Agora não precisa mais de um bom currículo. Entra qualquer um. Não precisa saber nem ler e muito menos escrever. Entender de leis e discernir entre o que é público e o que é seu não precisa. É exigência demais para um político moderno. Basta fazer rir e decorar um discurso feito por um bom assessor calcado na experiência dos excelências criados e bemescovados.Dizer que o Brasil é o melhor dos mundos é papo de mau político.
Explicando: é ruim para o lascado do povo, para o trabalhador que tem que cumprir horário e no final recebe a merreca de um salário ínfimo que tem todos os empecilhos para não aumentar ao contrário dos salários dos figurões por aí que dobram de tamanho assim, fácil, num estalar de dedos. Parece coisa de escravidão.
Quem tem fatura em cima de quem não tem. É a perversidade generalizada.O ser humano está se tornando desumano para com o próximo e com a natureza. Só podemos considerar que o mundo melhorou quando constatarmos que tratamos bem o vizinho, cuidarmos de nossas águas que nos habilitam à vida, reduzirmos as tranqueiras consumidas e comidas para diminuir o lixo e os nossos excrementos que tanto abominamos. São atitudes tão simples na vida de cada um que nem acreditamos no poder que representam na melhoria de toda a sociedade.
Ninguém acredita mais que o que aqui se faz aqui se paga. Confiam no seu taco e muitos vão pagar só no foguinho da eternidade. As barbaridades que estão acontecendo nos fazem refletir que o mundo está cada vez pior. Pessimismos à parte, de um lado a natureza nos atinge e mostra a sua força. De outro o homem despreparado para a vida mostra do que é capaz e esquece que viver em sociedade exige respeito, solidariedade, compaixão, decência. Um não vive sem o outro.
Para a sociedade mudar o rumo para melhor, cada um de nós precisa fazer a sua parte. E nessa esperança poderemos, quem sabe, retomar o hábito de uma boa conversa com o filho, com o namorado, com o amigo, com Deus representado pela natureza. Precisamos desarmar (de atitudes e de armas mesmo) o ser humano para alcançarmos a paz. Armas levam aos embates sangrentos e mau humor não leva a nada. Paz e Amor como diziam os antigos hipies.
(*) É jornalista, escritora e colaboradora do NCPAM/UFAM.
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