Ellza Souza (*)
O estudo dos geólogos Elena Franzinelli e Hailton Igreja encaminhado ao SIGEP – Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos nos dá um reforçado esclarecimento sobre o que é a PONTA DAS LAJES. Um lugar mágico pela beleza sem sombra de dúvida; um lugar que remonta as nossas origens também não se discute; um lugar envolvente pelo ato de bravura do guerreiro Ajuricaba o torna inolvidável. A descrição do que é o sítio Ponta das Lajes ou Encontro das Águas dos Rios Solimões e Negro segundo o estudo de Franzinelli e Igreja diz o seguinte:
“O sítio ocorre a leste da cidade de Manaus, na margem esquerda do Rio Negro, no local do encontro com o rio Solimões. Trata-se de uma saliência de rochas silicificadas da Formação Alter do Chão cretácea que se estende em direção ao centro do rio na base de uma falésia com cerca de 90 m de altura. A Ponta está localizada no nível da água no período de seca, sendo encoberta pela águas nas estações de chuva...(continua com dados científicos).A Ponta das Lajes está localizada próximo ao ponto de máxima profundidade do rio (cerca de 90m) e em frente à ilha do Careiro formada por depósitos holocênicos (época mais recente do período quaternário que tem início após o período glacial)o que evidencia a ação neotectônica no local. A Ponta das Lajes além de oferecer subsídio para a interpretação do ambiente de deposição da Formação Alter do Chão na parte central da bacia Amazônica é também ponto chave para a definição das estruturas da neotectônica que influenciou a origem da logística do Encontro das Águas”.
Reforçando e ainda segundo o estudo, a importância do lugar se deve aos seguintes aspectos: Geográfico – por sua posição em frente ao Encontro das Águas dos Rios Solimões e Negro; Geológico – devido a ocorrência de estruturas sedimentares que facilitam a interpretação do ambiente de sedimentação da formação Alter do Chão; Tectônico – ao longo do lineamento Aleixo; Histórico – tendo em vista que o primeiro núcleo da cidade de Manaus foi instalado próximo ao local. Isso já explicaria a sua inclusão como Patrimônio Mundial da Humanidade. E devemos buscar essa posição para que seja preservado para sempre, além de insanidades, o nosso Encontro das Águas.
Sabemos que a Amazônia já foi mar e ainda nem estudamos o que isso representou para nós. Nessas rochas têm tesouros históricos de nossa região que não conhecemos ainda pois estamos preocupados em desfazer o que levou milhões de anos para ser feito. Ainda não se chegou a uma definição geológica da terra pois a crosta que a envolve, as águas, a floresta se transformam num tempo acima de nosso entendimento. Não temos paciência de esperar pelo menos para entendermos essa intrincada formação de rochas e o que ela nos conta e alguns donos de um poder, o do dinheiro, que parece dominar mentes e corações já planejam uma obra hedionda que só trará sofrimento, destruição e desconstrução de nossa história.
Não sou estudiosa do assunto. Sou apenas uma curiosa e quero saber mais sobre o tema. Como amazonense não posso me calar perante tal absurdo. O pior é ver que quem deveria representar os interesses da população defendem o interesse de uma empresa que está se lixando para os descendentes de Ajuricaba como eu, do que muito me orgulho. Não podemos deixar acontecer o que aconteceu com a nossa borracha, o nosso produto que trouxe riquezas por pouco tempo e as próprias autoridades da época foram coniventes com as pessoas que levaram as sementes para outras plagas. A culpa não foi de quem levou mas de quem autorizou a saída do produto que aconteceu legalmente e que nos passam a história como se fôssemos as vítimas de um roubo de estrangeiros.
Somos sim moucos aos nossos próprios interesses e acreditamos em tudo que nos falam. A responsabilidade por esses maus atos que causam prejuízos de toda ordem em futuro próximo, é também da sociedade que não presta atenção aos aventureiros, estrangeiros ou tupiniquins que tentam nos engabelar em troca sabe lá de que.
Conclamo os estudiosos, os pesquisadores, os jornalistas, os universitários, toda a sociedade, que falem do assunto, perguntem, estudem e façam suas manifestações. Não deixem esse Porto ser construído na Ponta das Lajes ou Lages. Deixem voar essa mensagem para o mundo saber o que querem fazer, na prática, com a natureza na Amazônia. Muito diferente do que dizem nos discursos por aí. E com a conivência de algumas autoridades “sem noção”, como diz um cantor popular. E viva o Tombamento Já do Encontro das Águas e sem um centímetro a menos de sua área.
(*) É jornalista, escritora e colaboradora do NCPAM/UFAM.
O estudo dos geólogos Elena Franzinelli e Hailton Igreja encaminhado ao SIGEP – Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos nos dá um reforçado esclarecimento sobre o que é a PONTA DAS LAJES. Um lugar mágico pela beleza sem sombra de dúvida; um lugar que remonta as nossas origens também não se discute; um lugar envolvente pelo ato de bravura do guerreiro Ajuricaba o torna inolvidável. A descrição do que é o sítio Ponta das Lajes ou Encontro das Águas dos Rios Solimões e Negro segundo o estudo de Franzinelli e Igreja diz o seguinte:
“O sítio ocorre a leste da cidade de Manaus, na margem esquerda do Rio Negro, no local do encontro com o rio Solimões. Trata-se de uma saliência de rochas silicificadas da Formação Alter do Chão cretácea que se estende em direção ao centro do rio na base de uma falésia com cerca de 90 m de altura. A Ponta está localizada no nível da água no período de seca, sendo encoberta pela águas nas estações de chuva...(continua com dados científicos).A Ponta das Lajes está localizada próximo ao ponto de máxima profundidade do rio (cerca de 90m) e em frente à ilha do Careiro formada por depósitos holocênicos (época mais recente do período quaternário que tem início após o período glacial)o que evidencia a ação neotectônica no local. A Ponta das Lajes além de oferecer subsídio para a interpretação do ambiente de deposição da Formação Alter do Chão na parte central da bacia Amazônica é também ponto chave para a definição das estruturas da neotectônica que influenciou a origem da logística do Encontro das Águas”.
Reforçando e ainda segundo o estudo, a importância do lugar se deve aos seguintes aspectos: Geográfico – por sua posição em frente ao Encontro das Águas dos Rios Solimões e Negro; Geológico – devido a ocorrência de estruturas sedimentares que facilitam a interpretação do ambiente de sedimentação da formação Alter do Chão; Tectônico – ao longo do lineamento Aleixo; Histórico – tendo em vista que o primeiro núcleo da cidade de Manaus foi instalado próximo ao local. Isso já explicaria a sua inclusão como Patrimônio Mundial da Humanidade. E devemos buscar essa posição para que seja preservado para sempre, além de insanidades, o nosso Encontro das Águas.
Sabemos que a Amazônia já foi mar e ainda nem estudamos o que isso representou para nós. Nessas rochas têm tesouros históricos de nossa região que não conhecemos ainda pois estamos preocupados em desfazer o que levou milhões de anos para ser feito. Ainda não se chegou a uma definição geológica da terra pois a crosta que a envolve, as águas, a floresta se transformam num tempo acima de nosso entendimento. Não temos paciência de esperar pelo menos para entendermos essa intrincada formação de rochas e o que ela nos conta e alguns donos de um poder, o do dinheiro, que parece dominar mentes e corações já planejam uma obra hedionda que só trará sofrimento, destruição e desconstrução de nossa história.
Não sou estudiosa do assunto. Sou apenas uma curiosa e quero saber mais sobre o tema. Como amazonense não posso me calar perante tal absurdo. O pior é ver que quem deveria representar os interesses da população defendem o interesse de uma empresa que está se lixando para os descendentes de Ajuricaba como eu, do que muito me orgulho. Não podemos deixar acontecer o que aconteceu com a nossa borracha, o nosso produto que trouxe riquezas por pouco tempo e as próprias autoridades da época foram coniventes com as pessoas que levaram as sementes para outras plagas. A culpa não foi de quem levou mas de quem autorizou a saída do produto que aconteceu legalmente e que nos passam a história como se fôssemos as vítimas de um roubo de estrangeiros.
Somos sim moucos aos nossos próprios interesses e acreditamos em tudo que nos falam. A responsabilidade por esses maus atos que causam prejuízos de toda ordem em futuro próximo, é também da sociedade que não presta atenção aos aventureiros, estrangeiros ou tupiniquins que tentam nos engabelar em troca sabe lá de que.
Conclamo os estudiosos, os pesquisadores, os jornalistas, os universitários, toda a sociedade, que falem do assunto, perguntem, estudem e façam suas manifestações. Não deixem esse Porto ser construído na Ponta das Lajes ou Lages. Deixem voar essa mensagem para o mundo saber o que querem fazer, na prática, com a natureza na Amazônia. Muito diferente do que dizem nos discursos por aí. E com a conivência de algumas autoridades “sem noção”, como diz um cantor popular. E viva o Tombamento Já do Encontro das Águas e sem um centímetro a menos de sua área.
(*) É jornalista, escritora e colaboradora do NCPAM/UFAM.
5 comentários:
É isso aí, o ENCONTRO DAS ÁGUAS é merecedor de todo respeito. Não importa quem esteja querendo se dar bem com esse destruidor projeto de porto para descarga de contêineres na região do Encontro das Águas. Seja lá quem for, autoridade ou não, deve reconhecer esse erro absurdo e partir para a correção do mesmo, ou seja, iniciar imediatamente uma grande campanha pela homologação do Tombamento dessa área que detem tanta riqueza histórica e cultural ainda não estudada como os próprios cientistas estão afirmando.O sítio Arqeológico da região do Econtro das Águas que inclui o Sítio Arqueológico do CSELA na Colônia Antônio Aleixo,e tantas outras riquezas a ser exploradas como o turísmo comunitário. Nós moradores da região do Encontro das Águas temos certeza que os governos atuais, tanto estadual como municipal do nosso Estado vão dar atenção especial para essa área tão rica e ao mesmo tempo tão negligenciada pelas autoridades. Senhor governador e Senhor prefeito, a hora é agora de virar esse jogo e provar para todo o povo do Amazonas e do Brasil que vocês que foram eleitos pelo povo, vão fazer o que o povo quer e não o que meia dúzia de forsteiros querem. Que deus ilumine e abençoe todos nós.
A Marisa está certa, quando diz que podemos acreditar em nossos governantes sobre a virada no jogo e dar atenção especial as nossas riquezas, guardadas há milênios na região do Encontro das Águas. Oque me preocupa Marisa é o exemplo de outros governantes anteriores, que mesmo sendo informados por tudo e por todos dessa vital questão aí na margem esquerda do Encontro das Águas, tanto não deram a mínima para as reivindicações de tantos quantos estão envolvidos na preservação desse tesouro, como ainda se aliaram aos malfeitores, na mais deslavada cara de pau, é o caso do ex-governador Eduardo Braga, homem, segundo me consta, de grande cultura e conhecimento regional, mas que foi durante todo o seu segundo mandato de governador, o maior interessado na construção desse porto na margem do Encontro das Águas. Sei que não devemos generalizar, mas tem procedimento leviano de antigos governantes que traumatiza nossa boa vontade de acreditar neles. Mas tudo bem, já diz o ditado, cada cabeça uma sentênça, com certeza o governador Omar Aziz que é homem honrado, não vai seguir mau exemplo, até porque ele está vendo a dimenção desse problema causado por atirude irresponsável de quem brinca com coisa séria, com a vontade do povo.
Por falar em homologação do Tombamento do Encontro das Águas, gostaria de saber, a quantas anda a implantação do Paque Encontro das Águas no lugar onde funcionou por longos anos a EMBRATEL. É preciso marcação constante sobre mais este projeto, para que não aconteça o que aconteceu com tantos outros, em gestões passadas. Se bem que desta vez temos o comprometimento do atual governador, e ele merece credito, até porque, o Brasil todo está de olho neste projeto que é mais um dos pontos turísticos à ser preparado para a Copa de 2014. Portanto, estamos todos de olho nessa importante obra do governo Omar Aziz. Falando nessa obra, temos que dar credito também ao Vereador Elias Emanuel, que é um dos poucos da Câmara Municipal de Manaus que merece a confiança e o respeito do povo Manauara.
Voltando a falar no Porto das Lajes, o povo pergunta o povo quer saber; Só na cabeça de quem é alienado caberia a insanidade de projetar descarregamento de contêineres em um local que abriga sítio arqueológico, local que será em pouco tempo super visitado, frequentado por turistas, cientistas, mestres e estudantes de todas as áreas do conhecimento. Não teria a menor lógica misturar atividades tão adiversas. Portanto é bom os tão interessados no porto, baixar a bola e ir catar coquinho em outra praia, porque nas Lajes não vai dar pé.
Temos um bom projeto para o lugar assinado por Oscar Niemeyer mas ninguém fala disso. Querem é destruir o que tem ali de bom: os rios e sua imponente beleza ao se encontrarem.
Que fique bem claro. Desta vez o povo do Amazonas, de Manaus vai marcar de perto essa falta de respeito para com o dinheiro público, para com o povo desse Estado. Não vamos permitir que esses pilantras cambalacheiros, usem mais uma vez esse belíssimo e abandonado lugar (Mirante da EMBRATEL)seja usado p/ embolsarem dinheiro público e o local continuar entregue ao abandono. Queremos a realização deste projeto ou vamos tornar a vida desses impostores, usurpadores do dinheiro público um inferno. Paguem p/ ver.
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