sexta-feira, 29 de julho de 2011

AUTOR DE "ANTES O MUNDO NÃO EXISTIA" BUSCA AJUDA PARA CONTINUAR ESCREVENDO

Na década de oitenta, quando muito se lutou pela Democratização do Brasil, a CNBB, a OAB, a ABI, a SBPC, entre outras, tomaram para si a defesa dos Direitos dos Povos Indígenas quanto à luta pela demarcação e reconhecimento das terras, cultura, educação e seus modos próprios de aprendizagem no contexto das garantias democráticas. Nesse momento, destacou-se a atuação do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), que muito fez em favor desses povos para que mobilizassem forças e participasse efetivamente das Assembléias Indígenas convertendo esta luta em Movimento dos Povos Indígenas, unificando força de suas lideranças na perspectiva de exaltar a liberdade, a justiça e a construção da nova ordem Democrática contrária a ditadura militar e suas formas de exceção.

Nesse embate, as lideranças indígenas valendo-se de variados instrumentos deram visibilidade à luta desses povos assegurando seus Direitos Fundamentais. Nessa época, com introdução da antropóloga Berta Ribeira, o desana Luis Lana, publicou a mitologia do seu povo, que mereceu o título “Antes o Mundo não Existia”. A obra teve repercussão no meio acadêmico nacional e internacional com tradução para outras línguas. Merecendo mais recentemente uma reedição pelo Instituto Socioambiental.

Luis Gomes Lana, na quinta-feira (28), bateu a porta da sala de aula do Colégio São Gabriel, para cumprimentar o professor Ademir Ramos, que está ministrando aulas no curso de Licenciatura em Sociologia, na cidade de São Gabriel da Cachoeira. O professor Ademir apresentou o escritor indígena a sua turma e qualificou o autor como incentivador da literatura indígena no Brasil. "Pois ele foi o primeiro a publicar, possibilitando aos outros escritores indígenas a usarem desses expediente para afirmação de suas culturas", explica.

O autor de "Antes o Mundo não Existia", com 68 anos, falou das dificuldades vividas e apelou aos amigos que querem ajudar que façam nesta hora que ele tanto precisa. "Sonho retomar os meus escritos, mas tenho que ir para São João Batista nas imediações de Pari-Cachoeira para cuidar da minha roça, pois tenho que alimentar os meus netos. Aqui a vida tem sido dura e os amigos pensam até que já estou morto". Quando perguntado se tinha algum contato Lana disse que na Comunidade de Pari-Cachoeira tem o telefone do irmão, o professor Roberto Lana (97) 3477-1019.

Luis Lana autorizou o professor Ademir Ramos mediar contato com a editora Valer para ver se reedita o seu trabalho que está esgotado, assim como outros textos de sua autoria.

Um comentário:

Anônimo disse...

A JUSTIÇA FOI FEITA TERMINAL PORTUARIO JA