No final do Curso de Ciência Política oferecido aos alunos de Licenciatura em Sociologia, inserido no Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR), da Universidade Federal do Amazonas, o professor Ademir Ramos organizou uma Oficina de Texto, destacando alguns temas geradores sobre a política local na perspectiva de qualificar ainda mais os alunos indígenas ou não quanto à matéria áriada da política. Nesta edição publicamos o texto de Maria Ermelinda, que é Tariana de Taracuá, no triângulo Tukano, narrando as belezas do seu território. O ensaio encerra significado que traduz forma e conteúdo da cultura política numa perspetiva do turismo científico, considerando a valorização do conhecimento tradicional dos povos indígenas. O texto seguinte de João Ubiraci Jr. volta-se para a conjuntura política de São Gabriel da Cachoeira, tentando compreender a complexa relação entre o Poder constituído eleitoral e o Movimento Indígena. O orientador da oficina pouco ou nada fez para alterar as propostas de trabalho dos autores, devotando todo mérito aos alunos e os vícios se por acaso houver ao professor responsável.
SÃO GABRIEL, MORADA DOS DEUSES AS MARGENS DO RIO NEGRO
Mª Ermelinda Gomes Vasconcelos
Na Amazônia brasileira há um torrão abençoado por natureza com nome tradicional de “Ba’asê boó di’ta- terra fértil (em Tukano), que mais tarde chamou-se de São Gabriel da Cachoeira. Pelas imensas pesquisas realizadas na região é considerada hoje como “morada dos deuses”. É sobre isso que iremos informá-los.
São Gabriel é vista pelos incansáveis pesquisadores como “morada dos deuses” por ser rico em culturas e que nele perpetuam memórias que fazem o povo lembrar a sua tradição e historia sem fim, porque se repassa de geração em geração.
Se as pessoas se importassem em valorizar e conhecer a origem do povo indígena descobriria o quanto é o seu valor e a sua riqueza. É da sua riqueza que são Gabriel emerge a sua grandeza diante da Amazônia e do Brasil em ouvir, ver e conhecer seu povo, sua historia e sua beleza natural e admirável.
Ao longo do Rio Negro, seus afluentes e igarapés encontram-se lugares sagrados e históricos respeitados pelos nativos, como as serras, ilhas, praias, cachoeiras, as pedras, paranás e outras com suas mitologias misteriosas e encantadoras. O Rio Negro é mergulhado de florestas exuberantes, rica de fauna e flora. Sua água fresca e limpa que sacia todos os seres que aí vivem em harmonia.
As águas de seus afluentes o fazem transbordar e alimentar as espécies aquáticas. Sua população que vive ao longo de suas margens é simples e humilde, mas rica de conhecimentos tradicionais. Possui ciência e técnica de contar suas historias, seus benzimentos, suas danças, musicas e cantos, arte de produzir seus utensílios domésticos e instrumentos de pesca.
Enfim vive de acordo com sua tradição cultural. Afinal de contas, por que São Gabriel é vista e dita como morada dos deuses? - Vale muito salientar com orgulho que nele se encontra os deuses sagrados, como: Ba’asê boó (deus da fertilidade), Imikohô yeki (deus criador dos homens ou avô do universo para os Tukano).
Nesse sentido, nós que habitamos nessa terra da “morada dos deuses” temos de ter orgulho de ter nascido aqui, tomando consciência que somos protagonistas em preservar e conservar a nossa riqueza natural e histórica, lutando contra a invasão dos dominadores e invejosos que venham querer se apossar da nossa terra. Só assim mostraremos coragem e competência em assegurar o bem estar da população gabrielense e de modo geral a população indígena.
A SUCESSÃO ELEITORAL E O MOVIMENTO INDÍGENA
João Ubiraci jr.
O município de São Gabriel da Cachoeira vive um momento de crise política, o movimento indígena após anos de lutas, articulações e alianças, finalmente conseguiu projetar um representante indígena, que seria a solução para os anseios dos povos que necessitavam de um líder sensível às necessidades e peculiaridades da região. Mas, o projeto de um representante indígena nascido da união dos povos ainda não prosperou.
A administração mergulhou num descaminho das políticas públicas que o próprio movimento condenará devido à situação de dominância que os “parentes” sofriam sob o mando de políticos não indígenas a frente da prefeitura.
O que vemos hoje devido a atual situação é o surgimento de aproveitadores e abutres que orbitam nesse ambiente de crise e aproveitam da situação para propagar a dúvida sobre a capacidade do indígena de governar seu próprio povo.
O movimento indígena hoje no município se encontra num estado de inércia, que não lembra em tempo algum as movimentações cheias de ideais que revelaram lideranças comunitárias e a bravura do povo indígena. Para a realidade local, esses movimentos podiam ser considerados revolucionários, pois, surgiram como uma coluna contra a política massacrante da década de 80, que nesse momento vivia num contexto nacional de luta pela democratização no Brasil.
Hoje devemos repensar os objetivos do movimento, suas perspectivas, suas lideranças e por fim o seu real comprometimento, baseado na impessoalidade e valores que são comuns a todos os povos. Desse modo, podemos nos situar politicamente dentro de um ambiente onde as possibilidades possam transformar e melhorar as condições de vida no município. Um representante indígena a frente da Prefeitura governa tanto para os seus como para os não indígenas, que representa parcela minoritária da população.
A constituição desse poder representa a modernidade do direito brasileiro, muito bem expresso na forma da Constituição Federal de 1988, que assegura o Direito desses povos fundamentando-se na formação de uma nação soberana e pluricultural no Fórum das nações.
SÃO GABRIEL, MORADA DOS DEUSES AS MARGENS DO RIO NEGRO
Mª Ermelinda Gomes Vasconcelos
Na Amazônia brasileira há um torrão abençoado por natureza com nome tradicional de “Ba’asê boó di’ta- terra fértil (em Tukano), que mais tarde chamou-se de São Gabriel da Cachoeira. Pelas imensas pesquisas realizadas na região é considerada hoje como “morada dos deuses”. É sobre isso que iremos informá-los.
São Gabriel é vista pelos incansáveis pesquisadores como “morada dos deuses” por ser rico em culturas e que nele perpetuam memórias que fazem o povo lembrar a sua tradição e historia sem fim, porque se repassa de geração em geração.
Se as pessoas se importassem em valorizar e conhecer a origem do povo indígena descobriria o quanto é o seu valor e a sua riqueza. É da sua riqueza que são Gabriel emerge a sua grandeza diante da Amazônia e do Brasil em ouvir, ver e conhecer seu povo, sua historia e sua beleza natural e admirável.
Ao longo do Rio Negro, seus afluentes e igarapés encontram-se lugares sagrados e históricos respeitados pelos nativos, como as serras, ilhas, praias, cachoeiras, as pedras, paranás e outras com suas mitologias misteriosas e encantadoras. O Rio Negro é mergulhado de florestas exuberantes, rica de fauna e flora. Sua água fresca e limpa que sacia todos os seres que aí vivem em harmonia.
As águas de seus afluentes o fazem transbordar e alimentar as espécies aquáticas. Sua população que vive ao longo de suas margens é simples e humilde, mas rica de conhecimentos tradicionais. Possui ciência e técnica de contar suas historias, seus benzimentos, suas danças, musicas e cantos, arte de produzir seus utensílios domésticos e instrumentos de pesca.
Enfim vive de acordo com sua tradição cultural. Afinal de contas, por que São Gabriel é vista e dita como morada dos deuses? - Vale muito salientar com orgulho que nele se encontra os deuses sagrados, como: Ba’asê boó (deus da fertilidade), Imikohô yeki (deus criador dos homens ou avô do universo para os Tukano).
Nesse sentido, nós que habitamos nessa terra da “morada dos deuses” temos de ter orgulho de ter nascido aqui, tomando consciência que somos protagonistas em preservar e conservar a nossa riqueza natural e histórica, lutando contra a invasão dos dominadores e invejosos que venham querer se apossar da nossa terra. Só assim mostraremos coragem e competência em assegurar o bem estar da população gabrielense e de modo geral a população indígena.
A SUCESSÃO ELEITORAL E O MOVIMENTO INDÍGENA
João Ubiraci jr.
O município de São Gabriel da Cachoeira vive um momento de crise política, o movimento indígena após anos de lutas, articulações e alianças, finalmente conseguiu projetar um representante indígena, que seria a solução para os anseios dos povos que necessitavam de um líder sensível às necessidades e peculiaridades da região. Mas, o projeto de um representante indígena nascido da união dos povos ainda não prosperou.
A administração mergulhou num descaminho das políticas públicas que o próprio movimento condenará devido à situação de dominância que os “parentes” sofriam sob o mando de políticos não indígenas a frente da prefeitura.
O que vemos hoje devido a atual situação é o surgimento de aproveitadores e abutres que orbitam nesse ambiente de crise e aproveitam da situação para propagar a dúvida sobre a capacidade do indígena de governar seu próprio povo.
O movimento indígena hoje no município se encontra num estado de inércia, que não lembra em tempo algum as movimentações cheias de ideais que revelaram lideranças comunitárias e a bravura do povo indígena. Para a realidade local, esses movimentos podiam ser considerados revolucionários, pois, surgiram como uma coluna contra a política massacrante da década de 80, que nesse momento vivia num contexto nacional de luta pela democratização no Brasil.
Hoje devemos repensar os objetivos do movimento, suas perspectivas, suas lideranças e por fim o seu real comprometimento, baseado na impessoalidade e valores que são comuns a todos os povos. Desse modo, podemos nos situar politicamente dentro de um ambiente onde as possibilidades possam transformar e melhorar as condições de vida no município. Um representante indígena a frente da Prefeitura governa tanto para os seus como para os não indígenas, que representa parcela minoritária da população.
A constituição desse poder representa a modernidade do direito brasileiro, muito bem expresso na forma da Constituição Federal de 1988, que assegura o Direito desses povos fundamentando-se na formação de uma nação soberana e pluricultural no Fórum das nações.
9 comentários:
Excelentes textos, tanto o da Mª Ermelinda e do João Ubiraci jr. Acredito que o Movimento Indígena em São Gabriel da Cachoeira chegou a um limiar de reflexão.
Afinal, qual a Real Luta do Movimento Indígena no ano 2000? A Terra (Auto-Gestão)? A Floresta? A Política?
Ou simplesmente o Poder autoritarista ao qual o Estado brasileiro souber ensinar corretamente, durante décadas.
O desafio é lançado, qual o nosso objetivo mesmo?
A indagação pode ter diversas respostas, mais o caminho, apenas um a reciclagem do pensamento e do protagonismo Indígena, não apenas na Prefeitura, mais na Câmara, no IFAM- SGC, UEA- SGC, UFAM-SGC, Ibama,entre outros poderes públicos, ao qual SGC ainda é Subordinado.
Muito bom o texto e a reflexão, mas não se pode perder as esperanças. É na luta e com a luta que se consegue algo mais significativo. Ainda não deu certo com o Nativo da Terra que aí está no comando de São Gabriel, mas, pelo menos, uma coisa boa está acontecendo e este povo belo e inteligente há de vencer. Temos duas Universidades presentes com este povo, temos o IFAM, cursos técnicos. é através da leitura e do conhecimento que vamos mudando para daí sair bons administradores. Que este povo continue forte, com esperanças, lutando pelo que tem de mais sagrado; suas culturas, suas línguas, suas sabedorias.
TERMINAL PORTUARIO DAS LAJES JA VAI COMEÇAR
Vai esperando! Procura trabalhar, tenta ganhar o teu sustento com teu esforço porque esse porto fantasma só existe na paranoi dos imbecilizados que não enxergam um palmo diante do nariz, que gostam de depender de quem os engana, humilha e ridiculariza.
Viva o SOS ENCONTRO DAS ÁGUAS!
Os integrantes do Mov. SOS Encontro das Águas deram um grande exemplo de cidadania na tarde de ontem, enfrentando um calor de quase 40 graus, e a falta de ética e respeito de um Magistrado que após pisar na bola com a história da liminar forjada de cancelamento do tombamento do Encontro das Águas, teve a infeliz ideia de mandar fechar as portas da Justiça Federal p/ não receber os citados cidadãos que pacificamente ali se dirigiram no intuito de ouvir dele as explicações p/ o ato insâno que mesmo cometera. Pensava o tal Juiz que aqueles bravos guerreiros estavam sozinhos e a mercê de sua arbitrariedade, foi ai que ele se enganou, o mal feito dele somado com sua ideia estupida de não recebe-los gerou o efeito que ele tanto tentou evitar, que foi a indignação da população. Agora é só aguardar o resultado da insanidade desse maléfico juiz.Erro é erro, mesmo que seja praticado por um juiz.
Ontem, ao passar em frente ao prédio da Justiça Federal assisti uma cena que me emocionou e ao mesmo tempo me fez refletir sobre uma situação que mais a frente explicarei. Eu estava na parada do ônibus quase em frente ao prédio da Justiça Federal quando de repente algumas pessoas se reuniram na pracinha em frente ao citado prédio e erguendo uma grande bandeira com a frase SOS ENCONTRO DAS ÁGUAS, usando um pequeno carro de som deram inicio a uma ordeira manifestação sobre a questão do tombamento do Encontro das Águas que um tal juiz tentou anular, eles eram poucos mas ví tanta garra e determinação em suas falas que rapidamente pensei, quem era p/ está fazendo esse protesto era os políticos os vereadores, deputados... em fim, nós elegemos esses canalhas e eles se aliam aos outros poderosos e o povo é que tem que fazer o trabalho deles. Fiquei impressionado com a bela iniciativa daquele grupo e ao mesmo tempo fiquei inojado com a atitude truculenta do juiz corrupto q/ não os recebeu. Parabéns SOS Encontro das Águas.
Adorei o comentário acima. Isso mostra que a população está começando a ficar atenta. Vamos lá. Todos são benvindos ao movimento pela vida.
ESTE MOVIMENTO NAO PASSA DE UM GRUPINHO DE SEIS A DEZ PESSOAS SAO ELES.O ADEMIR O EDIVALDO BARRETO O LEONARDO A VALDENORA O ISRAEL A MALRISA O MENA A LEANDRA O SUIM,QUEM MAS NINGUEM.QUANDO APARECE MAIS PESSOAS E PORQUE ELES USAM O PESSOAL DA IGREJA,NA EPOCA DE PROCISSAO,PODE VER NA FILMAGEM E COMPARAR SENHORES DA JUSTIÇA.
A besta fera escudada no anonimato tenta desqualificar o trabalho do Movivmento S.O.S Encontro das Águas.Esses capirotos que estão lambendo as botas da Lajes venderam as almas para esses predadores que se aliancçaram com o Cipriano pactando riqueza pela depredação da floresta de pela poluição das águas do Lago e do Encontro das ÁGuas. A miséria não é só material é espiritual e para tanto, esses capirotos devem perder-se nas trevas e se encontrar no fundo do inferno para amolecer os cornos na perspetiva de entrar na morada doméstica. Esses anonimos exigem respostas rápida para que não deixe comtaminar o coração e mente dos homnes de bem que acreditam que esses caras ainda tem salvação enquanto bípedes forem... volta para o reduto e mostra a tua cara seus opoetunistas mercantilistas de plantão.
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