domingo, 18 de setembro de 2011

SITUAÇÃO NO TRÂNSITO E QUESTÕES A SEREM FEITAS AO DAMATTA

Ellza Souza (*)

Ao volante do meu automóvel, um fusca 1978, lá vou eu pela esquerda da avenida. Buzina daqui, buzina dali. O ônibus dá um “chega pra lá”. O carrão agoniado tenta tirar o meu automóvel do meio, no tranco. É engraçado. Ninguém quer rodar pelo lado direito da rua. Tá certo. São os buracos no meio-fio. Carros que param abruptamente. Outros que estacionam e deixam a avenida mais estreita. Os problemas do lado direito são inúmeros.

Eu não vejo porque o fusca tem que ir pela direita e o carrão do bacana pode ir pela esquerda. Ah o fusca é devagar. Essa não cola. Na cidade a velocidade é controlada e você não pode sair por aí exibindo seus dotes barichelanos. Prego? Meu automóvel nunca deu vexame na rua. Já vi muito carro bacana parado devido a problemas na caixa de marcha. Minto, o fusca já deu prego de gasolina mas não chegou a atrapalhar muito o trânsito caótico.

Acho que o problema é mesmo a falta de educação do motorista. Fusca, mulher na idade da meia e de óculos. Um conjunto que pode dar muito certo. Mas os machões, os grosseirões, os malucos não perdoam. Esses devem repensar seus conceitos, fazer um tricô para exercer o dom da paciência, estudar boas maneiras e respeitar, no trânsito, os “mais velhos”. Ou aposentem seus carrões e deixem os fuscões livres para andar pela esquerda, pelo meio, por onde quiserem. Tenho certeza que a violência nas ruas vai diminuir. E o fusquinha paz e amor segue seu destino.

Contribuição para o Debate: Ao professor Roberto DaMatta formulo as seguintes questões na tentativa de compreender o Brasil e, em particular, o nosso Amazonas:

1. A que o senhor atribui tanta corrupção em todos os níveis da sociedade brasileira?

2, Todos os visitantes de Manaus vão ao Encontro das Águas e se encantam. O senhor mesmo foi lá e ninguém falou dos riscos que a paisagem corre com a possibilidade de construção de um porto no local. Ali é um sítio arqueológico ainda pouco estudado além da beleza original que tanto deleita os nossos olhos. Pelo que o senhor conhece da alma e do âmago do ser humano, será que tem salvação o nosso cartão postal? Ou quando envolve muito dinheiro a causa é perdida para a sociedade e para a natureza?

(*) É escritora, jornalista e articulistado NCPAM/UFAM.

3 comentários:

Anônimo disse...

Cara Ellza Souza,
Ao invés de combater de forma intransigente a implantação do tal Porto das Lages, você deveria unir-se às muitas pessoas que apóiam o empreendimento desde que respeitadas as condicionantes legais.
De outro lado, você poderia dedicar algum tempo para pesquisar na internet e conferir que no mundo inteiro portos e cidades convivem e se completam. Cito três exemplos: o Porto de Miami, o Porto de Val Paraíso e o Porto de São Francisco. Todas cidades turísticas que se orgulham dos portos que tem e que compõe a paisagem local.
Ser combativa é meritório, ser turrona não. Com tanta bafagem cultural e com apoio dos seus colegas do SOS, pergunto porquê você não se dedica a encontrar uma alternativa de localização séria (factível) ao empreendimento?
Sinceramente, brigar por brigar não faz sentido.
Anônimo Convicto

Ellza Souza disse...

Eu só escrevo e defendo sobre o que acredito. Não sou turrona como o convicto acima diz, apenas ainda acredito que podemos salvar a natureza. Reconheçam não tem cabimento um porto no Encontro das Águas. O lucro é importante mas não é tudo gente. Não se passa com o rodo do dinheiro por cima das comunidades carentes e de tudo o que Deus criou. Juntos podemos fazer desse planeta um lugar melhor para a humanidade viver. A vida de cada um é efêmera portanto precisamos pensar em quem vem depois. Quem pode deveria desenvolver bons projetos. Há tanta gente que precisa nesse mundo. Não estou falando de esmolas mas de desenvolvimento consciente mesmo. Só isso,

Anônimo disse...

Com esse nível de argumentação fica demonstrado que você é contra por ser contra e pronto.
Não apresenta alternativas, não cobra do empreendor a cobrança dos compromisso assumido e não demonstra qualquer ilegalidade do referido projeto.
Se isso não é ser turrona, não conheço outro adjetivo mais apropriado.
Jornalista em pricípio deve ser comprometido coma a VERDADE e com a LEI que regula o nosso convívio social.
Qual verdade você defende?
Qual comunidade será atingida?
Por quê não falar do PROAMA?
Por quê não reconhecer que toda a orla da cidade está antropizada?
Por quê não fazer desse projeto uma marco para os futuros licenciamentos ambientais e para obrigar a adequação dos existente?
Você é muito inteligente para não ser minimamente flexível.
Anônimo Convicto