sábado, 20 de agosto de 2011

AMAZÔNIA E A FRAUDE DA SUSTENTABILIDADE

Ademir Ramos (*)

A tese do desenvolvimento sustentável é uma das idéias dominantes que até hoje não tem chão para vingar como projeto viável e objetivo capaz de catalisar força na forma de unidade produtiva, tendo por referência a exploração dos recursos ambientais e a conservação desses bens para toda a humanidade. Na Amazônia, a intervenção do capitalismo tem sido predadora muito mais para suprir mercado externo do que para satisfazer a população local na perspectiva do bem-estar social equacionado pelo trabalho, meio ambiente e qualidade de vida.

A máquina funcional do sistema recorre a estas práticas para garantir o fornecimento de matéria-prima à indústria de transformação que muito necessita dos recursos naturais para gerar trabalho, capital e riqueza nos centros industriais cravados nas metrópoles neocoloniais. Soma-se a tudo isto, o processo de globalização que tem por fim acelerar a nova acumulação do capital de forma transparente e perversa gerando a exploração do trabalho e a miséria ambiental do planeta.

Tal manifestação torna-se muito mais sangrenta nos países emergentes, por disseminar a corrupção nos poderes de Estado e por não se defrontar com plataformas intelectuais críticas e sociais capazes de formular novas teses ou até mesmo sustentar propostas e projetos que venham edificar politicamente novas formas de organizações sociais que promovam a Justiça e a qualidade de vida.

A ideologia dominante emprenha-se nas academias e começa a parir monografias dando guarida a volúpia do capital situada à revelia da história. Nos países emergentes, qualificados pela perversa desigualdade, o controle social é quase nulo e a opinião pública encontra-se muitas vezes movida por interesses de uma classe oportunista que ascende socialmente não como mandatária, mas como instrumento dos interesses do grande capital, como lacaio, satisfazendo-se com as migalhas do banquete dos poderosos, assim como a bijuteria que não é nem ouro e nem prata, mas pretende ser.

Nesse cenário, onde impera a corrupção dos poderes, a sustentabilidade é uma fraude, bem aos moldes do que vivemos no Amazonas relativo à conservação do Encontro das Águas, dos rios Solimões e Negro, inicio do magnífico Amazonas em território brasileiro. A luta dos militantes do Movimento S.O.S Encontro das Águas somado com a vontade das pessoas de bem do Amazonas e do mundo é muito mais do que uma questão ambiental é uma prática pedagógica de resistência que requer a participação de todos (as) contra os danos ambientais a serem perpetrados pela Vale do Rio Doce, por meio da Lajes Logísticas S/A, que custe o que custar pretende construir um Terminal Portuário no frontal do nosso Encontro das Águas.

Frente à arrogância dos poderosos aliados com os lacaios do Estado resta-nos lutar nas fileiras da resistência, fortalecendo o movimento S.O.S. Encontro Águas com ampliação das redes sociais, fomentando a participação das escolas, igrejas, políticos responsáveis, sindicatos autônomos e associações comunitárias, movendo força para sustentar a nossa indignação a favor da Homologação do Tombamento do Encontro das Águas seguido de um processo de gestão participativa capaz de gerir este patrimônio natural e cultural do Brasil e do mundo para usufruto da presente e futuras gerações.

(*) É professor, antropólogo e coordenador do NCPAM/UFAM.

5 comentários:

Anônimo disse...

POIS E PROFESSOR ADEMIR ESSA E NOSSA IDEIA,QUEREMOS TAMBEM PRESEVAR O QUE E NOSSO MAS AO MESMO TEMPO DA CONDIÇOES AOS NOSSOS AMAZONIDAS OPORTUNIDADES DO USOFRUTO DA DA TERRA.TODOS OS ORGAOS QUE FORAM CONSUTADOS APONTARAM RESUTADOS FAVORAVEIS ENTAO NAO NOS COMPETE MAS ANALISE E SIM COMEÇAR A CONSTRUÇAO,PARE DE BODEJA O SR E INTELIGENTE E CAPAZ PARE COM ISSO.AH PESSA TAMBEM PROS SEUS ASECLAS NAO ATACAR NOSSOS AMIGOS DO MOVIMENTO TPL JAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

Anônimo disse...

Quem perderia tempo atacando meia dúzia de idiotas que a única coisa que sabem fazer é pedir esmolas desses picaretas e tentar ofender quem defende o Encontro das Águas?
Um grupo formado só por lesos não precisa que ninguém os ataque, são derrotados pela própria imbecilidade. Estão sendo vítima das próprias tramóias e golpes.

Anônimo disse...

VEM CA QUEM SAO OS LESOS DA COLONIA ANTONIO ALEIXO.E COMO O TEU NOME VALENTAO,CORAJOSO,INTELIGENTICIMO,POLIGLOTA,RABULA,ILUSTRISSIMO ANONIMO.

Anônimo disse...

Já que vocês tem licença p/ construir a tal geringonça, por quê até agora não fizeram? O que vocês tem é titica de galinha na cabeça. Tá pensando que todo mundo é igual a vocês que não tem conhecimento nenhum. Esse tal porto jamais foi licenciado, quem seria o louco p/ licenciar construção na boca de um lago, só sendo muito burro p/ pensar em uma bestialidade dessas, sou agrônomo, sei o que estou falando e não tenho medo de dizer a verdade, esse porto será mais uma das muitas lendas de nossa região, coisa que existe só na imaginação.

Anônimo disse...

Falou e disse! Moro na Cidade Nova, mas quase todo fim de semana estou na Colônia, quando chego aí alugo uma canoa e vou pescar no igapó da boca de cima do Lago do Aleixo, nesse exato local onde querem fazer o porto. Isso seria o maior crime ambiental cometido com parceria dos órgãos ambientais. Portanto esqueçam essa loucura, isso jamais poderá ser feito, o Lago do Aleixo é um grande manancial de água doce, tem muito peixe, é frequentado por muita gente, uns vão pescar, outros passear, descansar...Fora porto das Lajes. Viva o Encontro das Águas!