sábado, 27 de agosto de 2011

UMA QUESTÃO DE VALORES

Ellza Souza (*)

A articulação dos povos indígenas que se reuniram em Manaus para debater propostas para a RIO + 20, é impressionante. O tema que os preocupa é sempre o meio ambiente, o desenvolvimento a qualquer preço, as idéias mirabolantes dos governos quanto a sustentabilidade, a economia verde. Em entrevista a um jornal de Manaus, Marcos Terena , coordenador indígena para a Rio + 20, ressalta o pensamento desses povos que é “o meio ambiente é um bem comum a todos” e por isso a luta e o debate pré Rio de Janeiro.

As mulheres participaram ativamente do debate. Uma delas reclamou do nome “índio” dado pelos europeus e outra entende que “temos que gritar para sermos ouvidos”. Quanto à economia verde que agora é a temática da moda o pensamento feminino é que “venha dar oportunidade ao nosso povo quanto a sustentabilidade e vida digna dentro das comunidades”. Outros temas como turismo e mineração nas terras indígenas que são 15% do Brasil precisam ser esclarecidos. “Os índios estão sendo cada vez mais empurrados para a pobreza”, diz uma das líderes participantes da reunião. A indignação de uma delas ecoa nos meus ouvidos: “A economia verde é uma farsa”.

Terena, da região central do Brasil, expõe claramente as suas opiniões. “Quem é o dono do ar?” (quando o assunto é o crédito de carbono) pergunta o líder indígena temendo que a idéia seja fazer o índio vender o ar de sua terra. A preocupação desses povos é quanto ao direito de quem paga continuar poluindo. Sabiamente Terena salienta na entrevista ao jornal que “nós queremos ajudar o Brasil a ser protagonista de um povo modelo de vida mundial a partir do meio ambiente o que requer compromisso político, conhecimento técnico, ação política e conhecimento tradicional”. E explica: “Só o índio tem esses valores”.

Para esses povos tão vilipendiados ao longo da história “a compensação financeira nunca vai pagar o prejuízo ecológico das futuras gerações”. Para o professor Ademir Ramos a economia verde “só se sustenta se tiver o controle social”. Nesse caso também a compensação é quase sempre para os fazendeiros e poderosos que numa cumplicidade intrínseca com os maus políticos deixam de lado a sociedade do nosso país, seja indígena ou não. Quanto a participação do índio na conferência da ONU em 2012 Marcos Terena não tem nenhuma dúvida: “A voz do índio é a voz do coração da terra”. Ah se os “inteligentes brancos” se aliassem a esses primeiros povos e aprendessem com eles a viver em harmonia com a natureza. Sem pensar só no lucro.

A foto documenta a visita de Marcos Terena junto com o professor Ademir Ramos à margem do rio Negro, divulgando a proposta de homologação do Encontro das Águas.

(*) É escritora, jornalista e colaboradora do NCPAM/UFAM.

3 comentários:

Anônimo disse...

TA DEROTADO SATANAS,NAO ADIANTA MOSTRAR PLACA DA PREFEITURA DE MANAUS PRA PUXAR O SACO. NOSSO PREFEITO TAMBEM E AFAVOR DO TPL.

Anônimo disse...

Derrotado é quem não trabalha, vive de esmola, apoia todo tipo de sujeira, usa o nome da comunidade p/ dizer que tem liderança e na verdade é um zero à esquerda. Parabéns Profº Ademir Ramos, sou um de seus muitos ex alunos, tenho orgulho de ter sido seu aluno, apoio a luta do Mov. SOS Encontro das Águas. Continue firme e forte, sem dar atenção p/ quem não influi nem contribui!

Anônimo disse...

Atenção! TPL quer dizer; toupeiras, patetas e lascados, kakakaka. Moro na Zona Leste e frequento bastante o Lago do Aleixo e o Encontro das Águas, sou fã da turma do SOS Encontro das Águas. Adimiro principalmente a classe desses guerreiros, os inimigos do Encontro das Águas estão se rasgando de raiva, mortos de inveja e eles continuam sua luta sem dar a menor bola p/ babaquice deles. Parabéns guerreiros e uma vaia p/ toupeiras.