sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

2012, ANO DA DEUSA DAS ÁGUAS DOCE

Ademir Ramos (*)

O futuro é o fio condutor das especulações existências, quando as pessoas procuram processar algumas reflexões em respostas às convenções do tempo. Para isso, recorrem aos oráculos buscando adivinhar o amanhã à revelia da história. Este pensamento mágico transforma seus seguidores em obedientes aos sinais do tempo, na busca de satisfazer suas esperanças e desejos. Esta busca constante é o motor ideológico que muitas vezes amplia o universo das pessoas afetando diretamente o comportamento e quem sabe, reordenando sua conduta em direção a matriz do seu ideal espiritual. O certo é que qualquer vida religiosa ou espiritual requer dos seus seguidores regramento por se tratar de uma cultura relacional contextualizada no território circulante, exaltando as florestas, as águas, o fogo, o sopro, a beleza, o perfume, música, entre outros elementos formadores do meio ambiente e da identificação da pessoa centrada na totalidade do ser como religação ou encontro que resplandece amor e vida. Sopro estas palavras para cantar minha louvação a Deusa das Águas Doces, a beleza de Oxum, vaidosa e sedutora, que no imaginário Amazônico dos encantados representa a nossa Yara dotada dos mesmos predicativos da Deusa dos Yurubá, a protetora do tesouro guardado nas florestas e nos rios de águas doce, em comunhão com todos (as) que cultuam a vida, a esperança por um mundo socialmente justo e ecologicamente centrado na biodiversidade caracterizado pelo usufruto coletivo sem a perversidade da acumulação, da exploração do trabalho e da desigualdade social. Vivas a 2012, sob a proteção de Oxum e dos demais espíritos e encantados que moram nas águas e nas florestas Amazônicas, que nos protejam do mau olhado dos predadores e das estratégias dos oportunistas que tudo fazem para reduzir o que é patrimônio público aos interesses particulares, gerando a fome, a miséria e o desequilíbrio social e ambiental.

FELIZ 2012, AOS NOSSOS CONSULENTES E COLABORADORES!!!

(*) Professor, antropólogo e coordenador do NCPAM/UFAM.

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