sábado, 3 de dezembro de 2011

UM BALANÇO DA LUTA INDÍGENA NO BRASIL

Álvaro Tukano (*)

Os anos de 1970 a 2011 foram importantes para defesa e garantia dos direitos dos povos indígenas no Brasil. Em fevereiro de 1963, o meu pai Casimiro e minha mãe Guilhermina me levaram da aldeia São Franciso, rio Tiquié, Distrito de Pari Cachoeira, Município de São Gabriel da Cachoeira, no sudeste do Amazonas, para o Internato dos Salesianos. Em breve devo publicar o livro sobre estas experiências vividas. Neste momento, acabo de participar no III Congresso de Direito Socioambiental, em Curitiba, Paraná, quando falei para os doutorandos e professores ( as ) da PUC Curitiba.

Depois da minha exposição pude comprovar como foi importante a luta que travamos em defesa dos povos indígenas e de seu meio ambiente. Encontrei o Professor Carlos Frederico Marés, advogado, comprometido com a questão indígena, companheiro de fé, junto com os 32 alunos de simpatizante de nossa luta.

A Questão Fundiária, ainda, é o fato que exige muita luta e Fé. Eu sei que perdemos muitos líderes indígenas e campesinos que foram assassiandos por causa da terra. Os Líderes dos Seringueiros, dos Quilombolas, também, foram assassinados. Ao longo de todos anos conheci muita gente séria que deram suas vidas em prol dos povos indígenas. Quando ando pelo Brasil encontro muitos funcionários antigos da FUNAI que continuam nessa luta.

Hoje, muitos desses bons funcionários foram deixados de escanteio pela atual direção da FUNAI. Existem muitas reclamações das Organizações Indígernas e Organizações Não-Governamentais pela omissão da FUNAI.

O governo federal não cumpre os deveres constitucionais de nosso pais, fora os acordos internacionais pelos quais o Brasil é signatário. Eu e Dr Marés estamos velhos de idade. Os meus filhos e filhas, os primos com seus filhos e filhas, os nossos aliados e seus filhos e filhas abraçaram essa luta com muito preparo acadêmico. Vejo com muito otimismo os acadêmicos indígenas e aliados que defendem os direitos dos nosos povos.

O Dr Carlos Frederico Marés e outros tantos aliados deram educação a seus filhos para continuar essa luta. Não podemos temer. Hoje, somos muitos que defendemos a questão indígena e do meio ambiente\, que é na verdade, o futuro para os nossos filhos. Temos que escrever essa história de luta e, nunca temer.

Temos que combater a corrupção, os abusos de poder. Por isso, estou remetendo As Atas da Comissão Nacional de Política Indigenista, que deveria definir a estratégias de atuação da FUNAI, contando com a pariticipação das seguintes lideranças indígenas: Ak'jabor Kayapó, Antonio Pessoa Potiguara, Brasílio Priprá, Danilo Terena, Deoclides de Paula, Francisca Pareci, Heliton Gavião, José Ciríaco Sobrinho, Kohalue Karajá, Lindomar Xocó, Luiz Titiah Pataxó Hã Hã Hãe, Marcos Xucuru, Pierlângela Wapichana, Ricardo Weibe, Sandro Tuxá, Wilson Matos e outros representantes do governo ( se algum pesquisador ou liderança se interessar o NCPAM repassa). É interessante que se discuta. É urgente que se faça isto, o que merece cuidado porque os acadêmicos e líderes das bases não devem seguir o que outros querem de nós. Boa sorte.

(*) É lider indígena do Amazonas e um dos fundadores do Movimento Nacional dos Povos Indígenas com reconhecimento internacional.

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