terça-feira, 16 de junho de 2009

MUITA ÁGUA E POUCO PLANEJAMENTO



Sildete de S. Lima*

A questão da chuva é algo que não dá para esquecermos porque significa água disponível, pois elas necessitam ser captadas e armazenadas pelo solo, cisternas e similares. Quando chove a água se encontra com o solo impermeabilizado e vai escorrer e voltar rapidamente para o rio, o oceano e vai comprometer os períodos secos.

A água das chuvas pode ser retirada pela população e isso ajuda a reduzir ou evitar as enchentes. Concentrando “Enchente”, significa água que foi disponibilizada pela natureza, e que foi desperdiçada, e que vai faltar futuramente, agravando secas. As enchentes devem ser evitadas, evitando-se os solos impermeabilizados. Segundo a revista Mãe Terra, “Enchentes”, é um problema social, elas atingem principalmente a população urbana, porém grandes volumes de água também alagam florestas e áreas rurais às vezes causam prejuízos diretos ao homem.

Questiona-se que as enchentes podem ser naturais. Pequenas enchentes são normais em área de várzea no período das chuvas na região norte.

Contudo, as enchentes são mais graves que as inundações, o diferencial é que elas ocupam uma área bem maior. Já as inundações são transbordamentos de rios em área de várzea, quando ocorrem sempre.

Os registros apontam que as principais causas das enchentes, geralmente são os altos índices pluviométricos, o desmatamento, o assoreamento e retificação dos rios a impermebialização do solo, a ocupação desordenada e o crescimento populacional, o lixo em bueiros e geladeiras e a falta de saneamento básico.

É perceptível, que ao longo dos anos passam eleições e o que mais se ouve são promessas milagrosas para por fim aos problemas, porem mesmo com todos os esforços do poder público ainda se vê que o problema só tende aumentar, as pessoas perdem tudo ou quase tudo, em poucos minutos, às vezes a própria vida ou de seus familiares.
As conseqüências são diversas como desabrigados, desalojados, doenças que viram epidemias, mobiliarias que viram entulho e avenidas se tornam verdadeiros e grandes rios. Existem casos que uns são mais afetadas que outros, onde certas localidades no interior do Estado, que sofrem há décadas com o problema e em muitos casos, os moradores não têm condições financeiras para mudar de casa, ou perdendo o próprio valor por conta desses tipos de problemas.

Outro exemplo de problema clássico das grandes cidades e a retificação dos rios. Existem córregos e rios que tem forma sinuosa, isso possibilita a velocidade das águas serem diminuída. Quando canalizada ou adulterados seus cursos, a fim de facilitar a malha rodoviária e imobiliária, provocando a acumulação das águas correndo com grande velocidade, intensificando os alagamentos e as enchentes em áreas predeterminada.

Considera-se outro problema, o fato de a maioria das cidades serem construída próxima aos rios. Nos séculos passados, as vilas eram naturais por causa da dependência cotidiana dos povos, logo, foram virando cidades e metrópole, contudo, existem enchentes que nada tem a ver com rios, elas são causadas pela impermeabilização dos solos.

O asfalto o cimento e o paralelepípedo, impede a água das chuvas de serem absorvidas pelo solo e alcançarem os lençóis freáticos como em áreas urbanas sem ter por onde escapar as águas das chuvas que acumulam e empoçam causando alagamentos.

De forma errada e buscando a solução, o poder público constrói galerias e bueiros, essas ações apenas amenizam o problema, mas não há na verdade saneamento básico que agravam ainda mais a situação. Há ação para diminuir os efeitos das enchentes, e as famílias perdem seus patrimônios, e construindo barragens e reservatórios em áreas de maior risco, de forma que tenha uma abertura com proteção para impedir a entrada de resíduos sólidos e promover a conscientização da população pauta na “participação” para que não depositem lixo nas vias públicas nos leitos dos rios, lagos, represas etc.

A ação de regulamentação e a fiscalização por meio do poder publico quanto ao uso do solo, limitando a ocupação de áreas inundáveis a usos que não impeçam o armazenamento da água por infra-estrutura urbana.

Portanto, o Zoneamento pode ser utilizado de modo que promova a racionalidade dos meios urbanos, possibilitando, a manutenção de área de uso social, como praças, parque e áreas de reflorestamento. É importante uma ação convergente do município e estado em políticas sociais de saneamento, ocupação educação ambiental, contando sempre com a participação efetivo da população.

É necessário que haja um bom planejamento. Os municípios são os que mais sofrem com a situação agravante das enchentes, pois os rios são fontes de alimentos com sua diversidade pesqueira, lugar de trabalho para os pescadores, navegadores, artistas que se utilizam de barro, argila ou das paisagens como forte de sua arte.


Na várzea, os agricultores que cultivam seus produtos, sofrem também perdendo suas colheitas, assim como as escolas que foram paralisada, os homens sofrem com as doenças causadas pela enchente e pela vazante dos rios. Em contrapartida, o governo distribui em media 30 mil cartões de R$ 300,00 (trezentos reais) às famílias.

O planejamento, como afirma Betty Midllin, exige diversos graus de elaboração, abrangendo parte ou a totalidade da economia. Em fase inicial, não faz nenhum diagnostico econômicos geral, mas inicia com um programa de investimento públicos, que pode limitar-se a setores estratégicos da economia onde é perceptível um desequilíbrio entre oferta e demanda como investimento em infra — estrutura, transportes, energia, educação, saúde.

Esta política refere-se às regiões econômicas mesmo sem estar, inclusa num esquema voltado para o mercado como um todo. Por outro lado, a técnica do planejamento, assegura o equilíbrio entre os níveis de produção e a demanda de bens como de fatores de produção e desenvolvimento. O planejamento prevê o crescimento da demanda, assegura o crescimento da produção compatível com a demanda e usa dos recursos visando à eficácia das ações. Quanto às enchentes contata-se a ausência de planejamento e de políticas públicas que venham aplacar a resolução do problema.

Texto de “Sociologia do Planejamento” do curso de Ciências Sociais da UFA
M.

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