Os vereadores da Câmara Municipal de Manaus visitaram na tarde desta quarta-feira (3), o escritório da empresa Lajes Logística S/A, na Colônia António Aleixo, na Zona Leste de Manaus, onde viram as maquetes e as projeções virtuais relativo à construção do Porto das Lajes, idealizado pelos empresários, na perspectiva de diversificar o transporte modal no Amazonas. Eles, em número de 25 vereadores, deveriam visitar o local na confluência do Encontro das Águas, e não o escritório da empresa, para realmente conhecer os impactos a ser causados a vizinhança e ao majestoso Encontro das Águas, conforme encaminhamento aprovado na audiência pública realizada pelo Legislativo municipal para discutir os possíveis impactos ambientais e paisagísticos da obra.
A comitiva saiu do prédio da CMM para visitar o Escritório da Empresa Lajes, na Colônia Oliveira Machado, ao final da sessão plenária, tendo como finalidade constatar as informações fornecidas pelos diretores da construtora Lajes Logística S.A. Porque, segundo o presidente da Câmara, vereador Luis Alberto Carijó (PTB) é importante conhecer de perto o projeto e os impactos ao meio ambiente. Carijó destacou que a Comissão de Meio Ambiente estava cumprindo o compromisso firmado na audiência pública. No entanto, o presidente não entrou no barco junto com o vereador José Ricardo (PT) e Eduardo Castelo (PSB) para verificar o local, realmente, onde os empresários deliberadamente pretendem construir o Porto das Lajes, nas mediações do Encontro das Águas.
Os parlamentares conheceram o ponto da ouvidoria da empresa, que é o Escritório da Lajes Logística, no Bairro, local disponibilizado para prestar informações aos visitantes, que serve como mediação para o convencimento dos comunitários menos atentos, bem como também dos vereadores mais afoitos aos favores empresariais. No local, eles conheceram virtualmente o empreendimento e ouviram explicações sobre o que imaginam fazer no local.
Para Carijó, os vereadores de Manaus têm que se preocupar com a preservação do Encontro das Águas que é dos maiores patrimônios da região. Aqui, "Fizemos uma visita parlamentar para conhecer o empreendimento para assim começar a discussão, pois a discussão não está limitada apenas ao porto das Lajes, mas sim a todo o entorno, pois queremos emprego e renda, mas com preservação do meio ambiente", declarou.
De acordo com o presidente da Comissão de Meio Ambiente da CMM, vereador Mário Bastos (PRP), os membros da comissão vão se debruçar sobre o projeto para avaliar se há ou não impacto ambiental e se o projeto é viável. "Hoje vimos a necessidade de conhecer in loco a realidade da obra para podermos fazer um melhor juízo de valor do projeto", afirmou.
Segundo o diretor da Lajes Logística S.A., Laurits Hansen, o impacto ambiental é mínimo uma vez que uma vez que por terra ele preserva mais de 70% da área total destinada ao empreendimento e por água apenas 260 metros de um cais flutuante sem qualquer interferência no Lago do Aleixo ou com a área de várzea. "Todo empreendimento implica em certo impacto ambiental", falou. Hansen informou que num prazo de dez dias a empresa entregará ao Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas o estudo de impacto ambiental complementar solicitado pelo órgão.
O diretor informou que o primeiro estudo foi entregue no ano passado, quando foi realizada uma audiência pública com a empresa e o IPAAM, com a participação do Ministério Público Estadual e Federal. "Devemos dentro de dez dias protocolar os complementos que foram solicitados pelo órgão estadual e vamos protocolar as respostas. A partir daí aguardar o órgão marcar uma nova audiência pública e aguardar a licença", declarou.
Nos corredores da Câmara Municipal comentava-se que o circo estava montado e que a visita havia sido planejada pela Empresa Lajes, inclusive bancando os meios necessários para o deslocamento até o Escritório do empreendimento. Os fatos comprovam que os vereadores após a visita ao Escritório da Empresa correram para o ônibus dando às costas ao Encontro das Águas e as lideranças comunitárias contra ao projeto. Alguns até chegaram a falar em plebiscito para definir a construção da obra, proposta que foi imediatamente contestada pelo vereador José Ricardo (PT), porque o fórum por excelência dessa decisão é a Audiência Pública que teremos assim que os empresário justificarem cientificamente e apresentarem as alternativas viáveis ao IPAAM e ao Ministério Público Estadual. Entre os vereadores mais afoitos, segundo uma liderança local, era o radialista Elias Emanuel (PSB), em defender sem vergonha o projeto como tábua de salvação para o Amazonas.
Foto: Sérgio Oliveira
Fonte: Site da Câmara Municipal de Manaus
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