Ademir Ramos (*)
A nossa Amazônia ocupa mais da metade do território brasileiro, sua configuração define-se pela diversidade dos seus ecossistemas, berçários de valiosa biodiversidade, bem como caracterizada também pelas culturas humanas expressas nas práticas das nações indígenas que secularmente habitam este território circundado por florestas e rios.
Sabe-se, portanto, que a Amazônia não é homogenia e, da mesma forma que as populações indígenas, demais comunidades tradicionais e as sociedades urbanas presentes nesse território definem-se por sua diversidade cultural, esse espaço em construção também se manifesta como expressão dessas culturas titulares de saber e da ciência que imprime nesse lugar marcas por ser estudadas e muito mais ainda compreendidas nesse universo mítico.
O que não quer dizer exótica e muito menos folclórica. Não, a nossa Amazônia é mítica porque segreda em seu interior desconhecidos tesouros que a ciência ocidental desconhece e pouco ou quase nada faz para pesquisar na perspectiva de interpretar e compreender estes fenômenos em respostas as demandas reclamadas pela humanidade.
Ao contrário, mata-se primeiro e depois reclama. É o caso das invasões, queimadas e degradações de rios e florestas promovidos pelos grandes projetos governamentais ou de corporações privadas, que de modo cruel sacrificam vidas em favor de interesses imediatos.
Sob esta lógica, a defesa da Amazônia e a garantia dos Direitos Constitucionais dos povos indígenas representam ameaça a estratégia de dominação expansionista do capital produtivista na Amazônia. Para isso, tanto o poder privado como políticos e governantes oportunistas se organizam para avançar as fronteiras exploratórias destruindo as florestas e poluindo os rios em nome de um processo civilizatório cumulativo que ostenta a riqueza como expressão da rapina dos povos e do meio ambiente.
A estratégia da rapinagem vem ocorrendo na Amazônia tanto no interior das florestas tropicais como nos espaços urbanos das cidades localizadas neste território. Aqui, qualquer projeto aventado é razão de suspeita de corrupção. A impunidade é tamanha que gera nos homens e mulheres nacionais insegurança atroz, o que resulta no imobilismo social e na prática de uma ética utilitarista fundada no individualismo e na cooptação.
O caso exemplar é a pretensa construção do Porto das Lajes, projeto encabeçado pela Log-In Logística Intermodal, empresa controlada pela Vale Mineradora, que de tudo tem feito para empreender tal projeto nas imediações do Encontro das Águas - dos rios Negro com o Solimões.
Aliado com políticos e empresários “laranjas” – testa de ferro - do Amazonas, a Vale tem se valido do político ao jurídico para assegurar seu interesse imediatista de construir o tal mostrengo chamado de Porto das Lajes que fere de morte não só o paisagismo do Encontro das Águas, mas todo o ecossistema que constitui este complexo fenômeno original que a natureza presenteou aos amazonenses para salvaguardar para humanidade inteira. Por isso, não desistimos de gritar pelo reconhecimento desse bem público como nosso Patrimônio Cultural, devendo o Estado brasileiro assegurar esse Direito para a presente e futuras gerações.
O silêncio nesta hora é criminoso, mas, ainda há tempo. Participe, manifeste sua indignação contra o governo do estado do Amazonas, enviando também protestos para o Ministro da Cultura e parlamentares do Amazonas, em favor do Tombamento do Encontro das Águas, como patrimônio do povo brasileiro sob a guarda dos Amazonenses que respeitam à vida em sua totalidade.
(*) É Professor, Antropólogo e coordenador do NCPAM/UFAM.
A nossa Amazônia ocupa mais da metade do território brasileiro, sua configuração define-se pela diversidade dos seus ecossistemas, berçários de valiosa biodiversidade, bem como caracterizada também pelas culturas humanas expressas nas práticas das nações indígenas que secularmente habitam este território circundado por florestas e rios.
Sabe-se, portanto, que a Amazônia não é homogenia e, da mesma forma que as populações indígenas, demais comunidades tradicionais e as sociedades urbanas presentes nesse território definem-se por sua diversidade cultural, esse espaço em construção também se manifesta como expressão dessas culturas titulares de saber e da ciência que imprime nesse lugar marcas por ser estudadas e muito mais ainda compreendidas nesse universo mítico.
O que não quer dizer exótica e muito menos folclórica. Não, a nossa Amazônia é mítica porque segreda em seu interior desconhecidos tesouros que a ciência ocidental desconhece e pouco ou quase nada faz para pesquisar na perspectiva de interpretar e compreender estes fenômenos em respostas as demandas reclamadas pela humanidade.
Ao contrário, mata-se primeiro e depois reclama. É o caso das invasões, queimadas e degradações de rios e florestas promovidos pelos grandes projetos governamentais ou de corporações privadas, que de modo cruel sacrificam vidas em favor de interesses imediatos.
Sob esta lógica, a defesa da Amazônia e a garantia dos Direitos Constitucionais dos povos indígenas representam ameaça a estratégia de dominação expansionista do capital produtivista na Amazônia. Para isso, tanto o poder privado como políticos e governantes oportunistas se organizam para avançar as fronteiras exploratórias destruindo as florestas e poluindo os rios em nome de um processo civilizatório cumulativo que ostenta a riqueza como expressão da rapina dos povos e do meio ambiente.
A estratégia da rapinagem vem ocorrendo na Amazônia tanto no interior das florestas tropicais como nos espaços urbanos das cidades localizadas neste território. Aqui, qualquer projeto aventado é razão de suspeita de corrupção. A impunidade é tamanha que gera nos homens e mulheres nacionais insegurança atroz, o que resulta no imobilismo social e na prática de uma ética utilitarista fundada no individualismo e na cooptação.
O caso exemplar é a pretensa construção do Porto das Lajes, projeto encabeçado pela Log-In Logística Intermodal, empresa controlada pela Vale Mineradora, que de tudo tem feito para empreender tal projeto nas imediações do Encontro das Águas - dos rios Negro com o Solimões.
Aliado com políticos e empresários “laranjas” – testa de ferro - do Amazonas, a Vale tem se valido do político ao jurídico para assegurar seu interesse imediatista de construir o tal mostrengo chamado de Porto das Lajes que fere de morte não só o paisagismo do Encontro das Águas, mas todo o ecossistema que constitui este complexo fenômeno original que a natureza presenteou aos amazonenses para salvaguardar para humanidade inteira. Por isso, não desistimos de gritar pelo reconhecimento desse bem público como nosso Patrimônio Cultural, devendo o Estado brasileiro assegurar esse Direito para a presente e futuras gerações.
O silêncio nesta hora é criminoso, mas, ainda há tempo. Participe, manifeste sua indignação contra o governo do estado do Amazonas, enviando também protestos para o Ministro da Cultura e parlamentares do Amazonas, em favor do Tombamento do Encontro das Águas, como patrimônio do povo brasileiro sob a guarda dos Amazonenses que respeitam à vida em sua totalidade.
(*) É Professor, Antropólogo e coordenador do NCPAM/UFAM.
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