quarta-feira, 31 de agosto de 2011

POLÍCIA FEDERAL APURA AMEAÇA CONTRA OS LÍDERES DO MOVIMENTO S.O.S. ENCONTRO DAS ÁGUAS

Segunda-feira (29), às 17h, o professor Ademir Ramos compareceu a Delegacia da Polícia Federal do Amazonas para prestar esclarecimento sobre as denuncias referentes às ameaças de mortes que sofreram as lideranças do Movimento S.O.S. Encontro das Águas, no ano de 2009, em Manaus.

Isaque Dantas e padre Orlando Barbosa, entre outros, foram ameaçados de morte se continuassem a lutar pelo Tombamento do Encontro das Águas, dos rios Negro com o Solimões. As ameaças foram tantas que o líder comunitário Isaque e o padre Orlando tiveram que viver por alguns meses na clandestinidade temendo a consumação dos fatos.

O professor Ademir Ramos, que participa da coordenação do Movimento S.O.S. Encontro das Águas também tem se posicionado contra a construção do Porto nas Lajes, projeto que conta com o aval do governo do estado do Amazonas, sendo de autoria da Log-In Logística Intermodal, em comodato com a empresa Juma Participações, cujo os membros integram o grupo da coca-cola no Amazonas.

O Termo de Declarações do professor Ademir Ramos, que também é coordenador do Núcleo de Cultura Política da Universidade Federal do Amazonas, foi lavrado pelo Delegado Vitor Moraes Soares, que está determinado em investigar os mandantes das ameaças de morte contra as lideranças do Movimento S.O.S Encontro das Águas.

O Inquérito Policial (IPL) N. 0849/09-4 foi instaurado para apurar a "Denúncia das Ameaças de Morte as Lideranças que se opõem a Construção do Porto das Lajes no Encontro das Águas. As pessoas até agora ameaçadas são: Pe. Orlando Gonçalves Barbosa, o Sr. Isaque Dantas de Souza, Pedro Hamilton Prado, Israel Dourado e o senhor Barreto, vice-presidente do MORHAN". Segundo o Delegado Vitor Soares, o processo está em curso e já ouviu todos os suspeitos ralacionados à empresa Lajes. No momento agora busca novos esclarecimentos que possam compreender o modus operandi dos suspeitos e dar um basta nesta prática, servindo inclusive, como prática pedagógica contra o arbítrio e o abuso do poder econômico. Para o Movimento S.O.S Encontro das Águas a investigação da Polícia Federal dá garantia de que os fatos serão apurados e, possivelmente, os mandantes serão identificados criminalmente, valendo desta feita, o imperativo da Justiça como processo de participação, cidadania e responsabilidade ambiental.

2 comentários:

Ellza Souza disse...

A coisa é pior do que a gente pensa. Isso não é coisa de empresa decente, ética e que tem um nome a zelar. Usar desses crimes para conseguir seus intentos é abominável. Agora mais do que nunca devemos nos unir e lutar contra a instalação desse tipo de empresa no Amazonas. Quem estiver do lado deles compactua com seus métodos. Não entendo o porque dessas ameaças. O objetivo é lucrar, lucrar e lucrar? E a dignidade do ser humano onde é que fica? O bonito dessa vida é lutar sim mas com competência. Às vezes a gente ganha e às vezes a gente perde. Empresas que eu achava sérias não passam de um bando de cangaceiros que não sabem perder. Vamos enxotar essa turma daqui. O mercado somos nós, o consumidor somos nós, precisamos limpar do nosso cotidiano quem nos oferece produtos ruins.

Anônimo disse...

Cangaceiro não, o termo não se aplica a este caso, cangaceiro é outra coisa que também tem a ver com estas atitudes que também geraram o cangaço, isso é capitalismo puro e selvagem no mais estrito sentido da palavra!