terça-feira, 9 de junho de 2009

NCPAM SOB AVALIAÇÃO DA SOCIEDADE



Nesse mês de junho, no dia 18 (quinta-feira), o NCPAM faz 03 anos de exercício de sua criação. A proposta de trabalho do Núcleo funda-se na prática dos Grupos de Trabalhos Multidisciplinares, agregando pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas e de outras instituições afins, com propósito de fomentar estudos em Ciências Sociais e campos correlatos orientados a pesquisa, ensino e extensão a partir da nossa Amazônia.

Em seu processo de criação registra-se a participação efetiva de professores, lideranças comunitárias, empreendedores culturais, lideranças políticas partidárias e outros atores comprometidos com a interpretação e compreensão das formas de poder, suas relações sócio-culturais, formação da cidadania e as práticas do empreendedorismo cultural comunitário, na perspectiva da cultura política.

A natureza institucional do NCPAM é investir na formação de controle social, transformando-se num laboratório da prática política promovendo discussão, análise e formulação de propostas que venham contribuir na consecução das políticas públicas.

Essa prática pode ser conferida por meio dos resultados dos projetos realizados junto à Comunidade Afro-brasileira da Praça 14 de Janeiro de Manaus, à Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, Coordenação das Associações Afro-religiosas da Amazônia, ao Fórum Etno-racial, Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase, Instituto Ambiental Dorothy Stang – Santa Etelvina e Monte das Oliveiras, Movimento Meia-Passagem, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN (projeto São Raimundo de Manaus – Paisagem Cultural do Rio Negro) e participação na coordenação do movimento socioambiental S.O.S Encontro das Águas: contra o porto das lajes, em parceria com a Associação dos Amigos de Manaus e Comitê Gestor da Colônia Antonio Aleixo e Bela Vista.

Além dessas inserções coletivas, o NCPAM, em parceria com a laureada diretora Cristiane Garcia, deverá lançar ainda este ano, baseado em nossas pesquisas, o documentário Praça 14 de Janeiro – Terra, Samba e Santo. Em pauta, ainda este ano, com apoio do IPHAN e da produtora Supernova Filmes faremos também o lançamento do documentário São Raimundo de Manaus – Cultura Sentimental de sua Gente.

Em atenção aos alunos da graduação, que se integraram às nossos ações, oferecemos oficinas de textos e de concepção e elaboração de projetos, visando à competência intelectual e o aprimoramento de suas habilidades criativas, o que pode ser conferido por meio dos artigos publicados em nossa revista eletrônica, como também através da coordenação e gerenciamento dos projetos efetivados no curso desses anos.

Outro investimento do NCPAM foi motivar os alunos pesquisadores da graduação a concorrerem à seleção da pós-graduação em sociologia, antropologia e política, o que foi feito com sucesso. Esses, por sua vez, atuam na gerência dos projetos e na orientação dos iniciados, ampliando e consolidando nossas ações na academia em suas diversas frentes.



Mas, o NCPAM é muito mais que um laboratório é também um observatório da cultura política nacional, analisando as propostas, debatendo com os seus atores e articulando com os intelectuais coletivos uma extensa rede de participação contra a devastação da Amazônia, contra a construção do porto das lajes, contra a opacidade dos projetos ambientais na Amazônia, contra a corrupção e os desmandos governamentais, contra a irresponsabilidade parlamentar dos políticos partidários e a omissão do Estado.

Para esse fim, pautamos uma ampla discussão sobre as políticas de desenvolvimento para Amazônia, combatendo as formas de cooperação internacional referendada pelo governo brasileiro, que reduz as instituições de pesquisa local em “facilitadores” das propostas aprovados pelas agências internacionais alocadas nos ministérios e secretarias de Estado.

Desse modo, sem o fortalecimento das Universidades e Instituições de pesquisa a nação brasileira torna-se cada vez mais empobrecida, subordinada aos interesses externo, violando o que temos de mais sagrado, que é a Soberania do Povo Brasileiro.

Para conter essa avalanche de irresponsabilidade é necessário promover a indignação propositiva, transformando as estruturas de poder imperial em governança política responsável. A festa é nossa, mas o julgamento é seu.

Um comentário:

Anônimo disse...

Otario!