sábado, 12 de fevereiro de 2011

GANÂNCIA E PAZ

Ellza Souza (*)

Entre essas duas atitudes escolhi a segunda para a minha vida. Sempre que tenho que escolher entre ganhar dinheiro a qualquer custo e viver pacificamente com o olhar voltado para o grandioso rio Negro, não tenho nenhuma dúvida em ficar com a segunda opção. Primeiro porque nasci no alto de um barranco na beira do rio cujas águas serenas e plácidas me ensinaram que o melhor caminho é sempre o da paz. A belicosidade nas relações são até impossíveis de evitar pois basta um querer para a briga se instalar. Reconheço que sou até bem encrenqueira mas já tenho maturidade para evitar muitos conflitos.

Estou com pena da Amazônia tão abandonada, tão falada mas tão desprezada por todos. Agora parece que olhos gananciosos se voltam para ela como quem quer arrancar as suas entranhas e depois abandonar os cacos à sua população. Fico um pouco indignada por notar que um artigo onde manifesto a minha opinião pessoal a favor do que considero coerente e justo provoca comentários maldosos, mentirosos, difamadores de quem pratica a política da guerra entre os seres humanos, incitando as pessoas carentes de informação e de amor à natureza, a tomarem atitudes erradas onde todos perdem.

O planeta parece diversificado e tem mesmo suas diferenças e particularidades. No entanto, tudo que nele existe está entrelaçado e tem a lei do predador. É preciso ser muito desinformado e “tapado” para não perceber que ao agredir o meio ambiente estamos agredindo a nós mesmos. Deu para entender ou tem que desenhar? As empresas que se acham acima do bem e do mal da humanidade e que só vêem lucros à sua frente sem nenhum compromisso com a vida que permeia entre águas, bichos, flores, castanheiras, seres humanos. Somos ínfimos diante do universo e mesmo assim algumas pessoas agem com arrogância como se o dinheiro comprasse a consciência dos mais necessitados.

Por quê? Para que? Promessas falsas de dinheiro e trabalho é uma tática usada no caso do S.O.S. Encontro das Águas. Os manauaras vão repudiar o empreendimento que tem a pretensão de construir um porto bem na área do nosso majestoso Encontro das Águas. Ali, na área das Lajes, tem registros históricos ainda pouco estudados mas que esse embate nos fez abrir os olhos para os fatos e todos devem se unir a favor do tombamento de tal bem natural. Isso sim é preservar a natureza, a vida no planeta, a continuidade da espécie humana. O dinheiro nesse caso não conta. Não é querer ser contra o desenvolvimento da região mas é ser a favor da coerência e da dignidade. O poder maior está nas mãos das pessoas de bem, de juízo. Uma sociedade organizada, pacífica, decente luta por seus direitos, por sua cidadania e não deixa poderes paralelos que querem ganhar no grito e no anonimato, acabar com sua consciência e suas águas.

Eu, que não participava do Movimento S.O.S. Encontro das Águas e apenas simpatizava pela justeza de sua luta, agora vou levantar a sua bandeira e podem contar com a minha colaboração. A única arma que tenho é a minha liberdade de expressão e vou fazer uso dela sempre. O Brasil, principalmente a Amazônia, precisa crescer, desenvolver, oferecer empregos a seus cidadãos mas sem com isso escravizar, dilapidar, tripudiar, acabar com a natureza.

(*) É jornalista, escritora e colaboradora do NCPAM/UFAM.

Um comentário:

Anônimo disse...

EI,CADE MEU COMETARIO,A ANONIMO NAO PODE DA MAS OPINIAO QUE DEMOCRACIA E ESSA