segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

USO E CONSUMO DAS ÁGUAS COMO DIREITO DE TODOS

"É pau, é pedra, é o fim do caminho...". Foi numa tarde de dezembro, em tempo de seca, que a nossa equipe entrou no canteiro de obras da adutora das Lajes, cantarolando Águas de Março de Tom Jobim, vendo aquelas pernetas de ferro sobre as águas do Negro Rio a confrontar-se com o Solimões para celebrar Encontros e Desencontros conectados pelas correntezas desses rios, a conservar encanto e beleza a se manifestar na paisagem singular de nossa cultura, merecendo das pessoas de sentimento e ternura toda atenção pelo valor acumulado. A Adutora é um empreendimento que faz parte da repactuação firmada entre Município, Estado e a empresa concessionária Águas do Amazonas, com a participação da União por meio do Programa de Aceleração de Crescimento, destinando recurso no valor de 220 milhões mais a contrapartida do governo do estado do Amazonas. Na gestão passada, o governador Eduardo Braga anunciou por mais de uma vez a inauguração da obra e até hoje não foi consumada. No governo de então, a Adutora das Lajes foi esquecida e sua inauguração depende do reordenamento das finanças do Estado, visto que as dividas herdadas foram tantas que o governador Omar Aziz sentiu-se obrigado a cancelar os empenhos para reajustá-los sob a capa dos novos vampiros do povo. Adutora das Lajes, localizada na Zona Leste de Manaus, segundo plotagem feita pela Comissão de Pesquisa e Recursos Minerais, não está na circunscrição da área de Tombamento do Encontro das Águas, enquanto o terreno destinado a construção do Porto das Lajes encontra-se dentro do polígono referendado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, exigindo dos seus empreendedores atitudes de responsabilidade ambiental quanto à pretensa construção de um Porto no frontal do nosso Encontro das Águas. O fim do caminho para os predadores que pretendiam realizar no grito a construção de um Terminal Portuário no Encontro das Águas pode muito bem significar o início da gestão de uma nova ordem organizacional sob a coordenação dos comunitários do Aleixo se conseguirem unificar suas ações em atenção à gestão desse patrimônio, pautando suas lutas no uso e consumo das águas como direito das comunidades. A garantia desse sumo bem deve ser agregada as conquistas pela Educação, Ciência, Cultura, Saúde, Segurança, infraestrutura, Equipamentos turísticos e por uma Plataforma Econômica Sustentável sob o controle das organizações comunitárias do em torno do Encontro das Águas e do Lago do Aleixo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Isso so pode ser coisa do ademir.