Ellza Souza (*)
Está em alta uma leva de atendentes despreparados, desqualificados, nota abaixo de zero. Isso é claro tem a ver com a corrupção, a impunidade, o apadrinhamento, a educação ruim que vem assolando o Brasil há alguns anos. Agora o errado é que está certo. No posto médico observo uma animosidade entre o que atende e o que é atendido. Parece mais uma guerra fria. Os que estão recebendo para atender as pessoas o fazem com má vontade. O público do serviço público tem reagido. Reclama e muitas vezes vão às vias de fato com insultos e bordoadas. É que o povo não agüenta mais ser tratado com descaso. O que vemos é que tudo de bom e do melhor vai para os políticos e para o povo fica o que tem de pior.
Atualmente têm acontecido algumas barbaridades envolvendo funcionários que servem em hospitais da rede pública. São atendentes de enfermagem, médicos, serventes, burocratas. Cortam dedos de bebês, injetam vaselina no lugar de soro, operam o órgão errado, cometem absurdos com os trabalhadores cujo salário não paga uma consulta e se vêem obrigados a procurar hospitais e outras instituições públicas. Não vejo um político que é um mero funcionário público desqualificado, ser atendido num hospital desses. Muito menos suas famílias. Gostaria que um deles me respondesse por quê?
Deveria ser o contrário. Quem manda é a sociedade e os políticos deveriam representar os anseios das pessoas e obedecer as nossas reivindicações pois para isso foram eleitos. Acontece exatamente o contrário. A política recebe todo tipo de gente. Despreparados, desqualificados, semi-analfabetos. Também gostaria muito de ver o currículo dos pretendentes a cargos legislativos. Aqui do lado da plebe qualquer porteiro precisa de qualificações para que seja admitido na atividade. Por que para ser deputado, senador, vereador, governador, prefeito e presidente não necessita de nenhum requisito, de ficha corrida, de estudo, de conhecimento? Parece coisa de quem tem o poder de fazer leis e as faz em seu próprio benefício. Parece coisa de país de quinta. O discurso é perfeito, a propaganda também, quero apenas ser bem atendida por pessoas capacitadas e que respondam às minhas dúvidas. Que não furem o meu olho mas amenizem a minha cegueira antes que seja tarde demais.
A falta de qualificação e ética para o ingresso no serviço público e mesmo no particular tomou conta de nossas vidas. É um mal generalizado em qualquer balcão ou guichê (ainda existem isso?) que deve ser extirpado o quanto antes pelo bem do nosso Brasil que regrediu muito nos últimos anos. É só visitar uma comunidade, é só ficar uma meia hora na parada de ônibus, é só precisar de um pronto socorro, é só dar uma olhada numa escola pública. Melhorar melhorou. Pra meia dúzia eleita por nós. E nós como é que ficamos?
Nós, povo, tão paparicado em época de eleição e esquecido no resto do tempo, que votamos e escolhemos esse tipo de político, temos a nossa parcela de culpa e precisamos nos redimir. Daí pra baixo tudo se resume a mau atendimento. E as empresas vão no mesmo caminho. As lojas no centro da cidade não oferecem nem um banheirinho decente para seus clientes. Por que será? É a telefonia cujo atendimento é péssimo e você é obrigado a falar com uma gravação, é o banco, é a repartição, os serviços de água e luz. Tente cancelar um serviço ruim de telefone, internet (banda estreita mesmo), conta no banco, cartão de crédito e resuma em uma palavra a sua impressão. “Mantenedor” é a minha palavra. A minha aceitação ao serviço de má qualidade me transforma de cliente logo após a assinatura do contrato de canina fidelidade a mero mantenedor da cara de pau. A dignidade de quem compra o produto vai de mal a pior. Temos duas opções: Produto ou serviço ruim e mau atendimento. É pegar ou largar.
(*) É jornalista, escritora e colaboradora do NCPAM/UFAM.
Está em alta uma leva de atendentes despreparados, desqualificados, nota abaixo de zero. Isso é claro tem a ver com a corrupção, a impunidade, o apadrinhamento, a educação ruim que vem assolando o Brasil há alguns anos. Agora o errado é que está certo. No posto médico observo uma animosidade entre o que atende e o que é atendido. Parece mais uma guerra fria. Os que estão recebendo para atender as pessoas o fazem com má vontade. O público do serviço público tem reagido. Reclama e muitas vezes vão às vias de fato com insultos e bordoadas. É que o povo não agüenta mais ser tratado com descaso. O que vemos é que tudo de bom e do melhor vai para os políticos e para o povo fica o que tem de pior.
Atualmente têm acontecido algumas barbaridades envolvendo funcionários que servem em hospitais da rede pública. São atendentes de enfermagem, médicos, serventes, burocratas. Cortam dedos de bebês, injetam vaselina no lugar de soro, operam o órgão errado, cometem absurdos com os trabalhadores cujo salário não paga uma consulta e se vêem obrigados a procurar hospitais e outras instituições públicas. Não vejo um político que é um mero funcionário público desqualificado, ser atendido num hospital desses. Muito menos suas famílias. Gostaria que um deles me respondesse por quê?
Deveria ser o contrário. Quem manda é a sociedade e os políticos deveriam representar os anseios das pessoas e obedecer as nossas reivindicações pois para isso foram eleitos. Acontece exatamente o contrário. A política recebe todo tipo de gente. Despreparados, desqualificados, semi-analfabetos. Também gostaria muito de ver o currículo dos pretendentes a cargos legislativos. Aqui do lado da plebe qualquer porteiro precisa de qualificações para que seja admitido na atividade. Por que para ser deputado, senador, vereador, governador, prefeito e presidente não necessita de nenhum requisito, de ficha corrida, de estudo, de conhecimento? Parece coisa de quem tem o poder de fazer leis e as faz em seu próprio benefício. Parece coisa de país de quinta. O discurso é perfeito, a propaganda também, quero apenas ser bem atendida por pessoas capacitadas e que respondam às minhas dúvidas. Que não furem o meu olho mas amenizem a minha cegueira antes que seja tarde demais.
A falta de qualificação e ética para o ingresso no serviço público e mesmo no particular tomou conta de nossas vidas. É um mal generalizado em qualquer balcão ou guichê (ainda existem isso?) que deve ser extirpado o quanto antes pelo bem do nosso Brasil que regrediu muito nos últimos anos. É só visitar uma comunidade, é só ficar uma meia hora na parada de ônibus, é só precisar de um pronto socorro, é só dar uma olhada numa escola pública. Melhorar melhorou. Pra meia dúzia eleita por nós. E nós como é que ficamos?
Nós, povo, tão paparicado em época de eleição e esquecido no resto do tempo, que votamos e escolhemos esse tipo de político, temos a nossa parcela de culpa e precisamos nos redimir. Daí pra baixo tudo se resume a mau atendimento. E as empresas vão no mesmo caminho. As lojas no centro da cidade não oferecem nem um banheirinho decente para seus clientes. Por que será? É a telefonia cujo atendimento é péssimo e você é obrigado a falar com uma gravação, é o banco, é a repartição, os serviços de água e luz. Tente cancelar um serviço ruim de telefone, internet (banda estreita mesmo), conta no banco, cartão de crédito e resuma em uma palavra a sua impressão. “Mantenedor” é a minha palavra. A minha aceitação ao serviço de má qualidade me transforma de cliente logo após a assinatura do contrato de canina fidelidade a mero mantenedor da cara de pau. A dignidade de quem compra o produto vai de mal a pior. Temos duas opções: Produto ou serviço ruim e mau atendimento. É pegar ou largar.
(*) É jornalista, escritora e colaboradora do NCPAM/UFAM.
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