Economia: a política governamental e o bolso
dos brasileiros
O
texto abaixo é uma sumula da conjuntura econômica nacional identificando os
problemas que impactam diretamente na qualidade de vida dos brasileiros,
iniciando pelo nosso bolso. Veja, por exemplo, o que dizem os iluminados do
governo por meio da Ata do COPOM. No entanto, a alta inflacionária é uma ameaça
ao ganho imediato dos trabalhadores. É bem verdade que vários fatores sustentam
esta situação, mas o grave de tudo é que as facilidades vendidas pelo crédito
fácil pode nos conduzir a inadimplência e consequentemente a quebradeira do
sistema financeiro. Um dos fatores que o texto não explicita, mas devemos
considerar, principalmente, quando se trata da produção da Zona Franca de
Manaus, é a queda na exportação. Produzir sim, mas vender para quem? E as eleições? O governo deverá evitar
algumas medidas amargas para não se desgastar perante o seu eleitorado. Mas, a
partir de outubro, possivelmente a gasolina deverá aumentar provocando uma
cadeia de aumento na economia nacional. Por isso, é bom que estejamos prontos
tanto para o inverno ou para o verão, seguindo os ensinamentos muito mais da
formiga e do que da cigarra.
Conforme
consta da ata da sua 168.ª reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom)
considera que "são favoráveis as
perspectivas para a atividade econômica neste e nos próximos
semestres". É a importante mensagem das autoridades monetárias, num
contexto que continua não tão claro quanto elas o veem.
Esse otimismo se baseia, em primeiro
lugar, no efeito deflacionário da
crise dos países desenvolvidos sobre a economia nacional, o que leva a concluir
que, num outro contexto, a inflação
brasileira, que realmente tende a atingir a média da meta, seria
certamente mais alta.
Em que clima caminha a economia brasileira?
Refere-se a ata à confiança dos
consumidores e, em menor escala, dos empresários, afirmação que as sondagens
estão desmentindo. E aponta dois fatores
que sustentam a demanda doméstica: as transferências públicas e o baixo
nível do desemprego, ao qual acrescenta, em outro capítulo, o crescimento
moderado do crédito.
As transferências públicas teriam um sentido positivo se tivessem origem em
investimentos na infraestrutura, o que até agora não é o caso, sendo as
despesas de custeio as únicas a apresentarem crescimento. O desemprego tende a crescer em razão da queda da atividade
econômica. Quanto ao aumento do crédito,
ele se faz acompanhar de aumento vigoroso da inadimplência, que poderá redundar
em problemas para as instituições financeiras.
O Copom, é verdade, considera como
perigo para a economia nacional aumentos salariais acima dos ganhos de
produtividade. O setor privado tem muita dificuldade para outorgar tais
aumentos, mas não o setor público. Isso nos leva a duvidar da hipótese em que
se baseia o Copom, de um superávit primário cheio, quando se verifica, neste
segundo semestre, um forte aumento das
despesas de custeio.
Até a perspectiva de um bom controle
da inflação poderá se obscurecer caso, depois
das eleições municipais, o governo ganhe coragem para elevar o preço da
gasolina. Na melhor das hipóteses, poderemos assistir a um crescimento da
dívida pública em que os juros vincendos irão sendo pagos com novas emissões de
títulos públicos.
As autoridades monetárias
mostraram-se muito discretas na ata sobre diversos
problemas de nossa economia: a falta de investimentos, sem os quais o PIB
não pode crescer; a inadimplência, que diminuirá a oferta de crédito, e,
talvez, a necessidade de vir a elevar a taxa básica de juros.
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