domingo, 8 de julho de 2012


OMAR AZIZ E A MULHER DE CÉSAR

Ademir Ramos (*)

             Assim como Pompéia, a mulher de César, Omar Aziz (PSD), governador do Amazonas, também deve afastar qualquer suspeita e dúvida sobre o reconhecimento de sua liderança política no Estado. A força dessa liderança se faz pautada na competência e habilidade, qualificada dessa forma, pela capacidade de agregar, convencer e mobilizar os meios necessários para realização de um projeto político visando assegurar a conquista e o domínio do poder.

A dúvida e a suspeita que pairam sobre essa liderança pode fraquejar a autoridade, desmoralizando o sujeito junto aos seus no ofício de sua organização. Essa liderança pode está identificada com uma pessoa ou com uma organização partidária, tendo graves dificuldades no desenvolvimento de suas ações, particularmente, no que diz respeito ao cumprimento de suas ordens, aparentemente acatadas, contudo de forma dúbia passa a ser cumprida por temor da força da espada.

O governador além de representar o servidor público exemplar do Estado deve demonstrar conhecimento de causa sobre o como fazer quando se tratar da gestão da coisa pública. Deve também conhecer as aptidões dos seus colaboradores para melhor responder as suas reivindicações, bem como formular políticas que possam unificar força na perspectiva de afirmar o seu modo de governar, estabelecendo diferença entre o antes e o depois.  

A gestão Omar Aziz é um caso a ser analisado. Eleito governador do Estado passou a assumir pela primeira vez o timão do Estado, não mais a sombra de Eduardo Braga (PMDB). No entanto, resolveu continuar marchando ao mesmo ritmo, na tentativa de corresponder à expectativa do antigo titular, demonstrando total cumplicidade com o jeito de governar de Eduardo Braga. Mesmo assim, de forma tímida tomou decisão de cancelar alguns empenhos, reordenar as finanças do Estado, dando continuidade às obras iniciadas pelo seu antecessor.

Do outro lado, Eduardo Braga, embora eleito Senador da República, ataca com entrevistas, programa de rádio, sempre falando das obras como se fosse o titular do cargo. Sua conduta e comportamento além de afrontar o governador Omar Aziz faz tudo para fragilizá-lo, negando sua liderança para poder se afirmar como líder absoluto dessas paragens. Esse tipo de liderança não condiz com a prática democrática porque nega a disputa das ideias e propostas, reduzindo a política no autoritarismo das práticas dos líderes paroquiais expoentes das oligarquias rurais do interior do Brasil.

Quando Omar Aziz tenta articular uma chapa concorrente às eleições para a Prefeitura de Manaus, Eduardo Braga sente-se traído em seus interesses e parte para o enfrentamento atirando para todos os lados, visando unicamente desqualificar o governador Omar Aziz, criando um cenário favorável para afirmação de sua candidatura em 2014 ao governo do Estado.

Os Especialistas esperavam uma atitude mais firme do governador Omar Aziz. Assim não sendo, tem se comportado como um magistrado dando visibilidade aos seus programas e obras buscando impor um novo ritmo de trabalho em sua gestão. O importante é se fazer valer não somente pelo cargo, mas, sobretudo, pela capacidade e habilidade de liderar o governo, o partido, a coligação, com propósito de garantir o controle do poder não pelo grito, mas pela cumplicidade do projeto político que juntos estão construindo.

Finalmente, para melhor compreender o mando de campo de Omar Aziz é necessário saber quais são suas pretensões políticas e ampliar cada vez mais as discussões com seus pares em direção aos seus objetivos e metas, comungando com os seus o ideal da política de forma transparente e responsável. O fantasma de Eduardo Braga (PMDB) na gestão de Omar Aziz tem cara e endereço, o que requer dos agentes, articuladores e da própria direção política o trato das relações em disputa pelo poder. O desafio está posto exigindo do governador Omar Aziz, não só a força, mas a competência e habilidade no agir político para agregar e dar musculatura aos objetivos e metas do seu projeto de poder. Portanto, não basta ser eleito é preciso governar e projetar sua liderança como direção política e moral com arte e responsabilidade para o bem da Democracia.


(*) É professor, antropólogo e coordenador do NCPAM/UFAM.       

Um comentário:

Anônimo disse...

Dizem as más linguas que quem manda no Estado é a primeira madama. Afe.............