OMAR AZIZ E A MULHER DE
CÉSAR
Ademir Ramos (*)
Assim como Pompéia, a mulher de César,
Omar Aziz (PSD), governador do Amazonas, também deve afastar qualquer suspeita
e dúvida sobre o reconhecimento de sua liderança política no Estado. A força
dessa liderança se faz pautada na competência e habilidade, qualificada dessa
forma, pela capacidade de agregar, convencer e mobilizar os meios necessários
para realização de um projeto político visando assegurar a conquista e o
domínio do poder.
A dúvida e a suspeita que pairam sobre essa liderança pode
fraquejar a autoridade, desmoralizando o sujeito junto aos seus no ofício de
sua organização. Essa liderança pode está identificada com uma pessoa ou com
uma organização partidária, tendo graves dificuldades no desenvolvimento de
suas ações, particularmente, no que diz respeito ao cumprimento de suas ordens,
aparentemente acatadas, contudo de forma dúbia passa a ser cumprida por temor
da força da espada.
O governador além de representar o servidor público exemplar do
Estado deve demonstrar conhecimento de causa sobre o como fazer quando se tratar
da gestão da coisa pública. Deve também conhecer as aptidões dos seus
colaboradores para melhor responder as suas reivindicações, bem como formular
políticas que possam unificar força na perspectiva de afirmar o seu modo de
governar, estabelecendo diferença entre o antes e o depois.
A gestão Omar Aziz é um caso a ser analisado. Eleito
governador do Estado passou a assumir pela primeira vez o timão do Estado, não
mais a sombra de Eduardo Braga (PMDB). No entanto, resolveu continuar marchando
ao mesmo ritmo, na tentativa de corresponder à expectativa do antigo titular,
demonstrando total cumplicidade com o jeito de governar de Eduardo Braga. Mesmo
assim, de forma tímida tomou decisão de cancelar alguns empenhos, reordenar as
finanças do Estado, dando continuidade às obras iniciadas pelo seu antecessor.
Do outro lado, Eduardo Braga, embora eleito Senador da
República, ataca com entrevistas, programa de rádio, sempre falando das obras como
se fosse o titular do cargo. Sua conduta e comportamento além de afrontar o
governador Omar Aziz faz tudo para fragilizá-lo, negando sua liderança para
poder se afirmar como líder absoluto dessas paragens. Esse tipo de liderança
não condiz com a prática democrática porque nega a disputa das ideias e propostas,
reduzindo a política no autoritarismo das práticas dos líderes paroquiais expoentes
das oligarquias rurais do interior do Brasil.
Quando Omar Aziz tenta articular uma chapa concorrente às
eleições para a Prefeitura de Manaus, Eduardo Braga sente-se traído em seus
interesses e parte para o enfrentamento atirando para todos os lados, visando
unicamente desqualificar o governador Omar Aziz, criando um cenário favorável
para afirmação de sua candidatura em 2014 ao governo do Estado.
Os Especialistas esperavam uma atitude mais firme do governador
Omar Aziz. Assim não sendo, tem se comportado como um magistrado dando
visibilidade aos seus programas e obras buscando impor um novo ritmo de trabalho
em sua gestão. O importante é se fazer valer não somente pelo cargo, mas,
sobretudo, pela capacidade e habilidade de liderar o governo, o partido, a
coligação, com propósito de garantir o controle do poder não pelo grito, mas
pela cumplicidade do projeto político que juntos estão construindo.
Finalmente, para melhor compreender o mando de campo de Omar
Aziz é necessário saber quais são suas pretensões políticas e ampliar cada vez
mais as discussões com seus pares em direção aos seus objetivos e metas, comungando
com os seus o ideal da política de forma transparente e responsável. O fantasma
de Eduardo Braga (PMDB) na gestão de Omar Aziz tem cara e endereço, o que
requer dos agentes, articuladores e da própria direção política o trato das
relações em disputa pelo poder. O desafio está posto exigindo do governador
Omar Aziz, não só a força, mas a competência e habilidade no agir político para
agregar e dar musculatura aos objetivos e metas do seu projeto de poder.
Portanto, não basta ser eleito é preciso governar e projetar sua liderança como
direção política e moral com arte e responsabilidade para o bem da Democracia.
(*) É professor, antropólogo e coordenador do NCPAM/UFAM.
Um comentário:
Dizem as más linguas que quem manda no Estado é a primeira madama. Afe.............
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