sexta-feira, 6 de julho de 2012


O FANTASMA DO EDUARDO E O
JULGAMENTO DO POVO DO AMAZONAS

Ademir Ramos (*)

                        A política é um grande espetáculo aonde o povo às vezes enfrenta determinados fantasmas que fazem de tudo para roubar a cena, fingindo ser o protagonista, o maioral, o poderoso enfim o amigo da rainha planaltina. Para isso, aparentam ser o dono da situação, amedrontando o povo com gritos, mesuras e visagens, buscando de toda forma manter o domínio e controle dessa gente para satisfação dos seus mórbidos prazeres. Eduardo Braga é o fantasma da política do Amazonas, que pela sua forma arredondada de ser, além de amedrontar o povo afronta também os poderes constituídos do Estado como se todos fossem seus serviçais e aduladores.

Fantasma dessa natureza alimenta-se da ignorância do povo, da impunidade e da corrupção. Estas pragas são corrosivas desmoralizando as instituições democráticas e as pessoas de bem que ainda acreditam na força do Direito e no julgamento dos seus operadores. Quanto à sua presença imantada no território da política do Amazonas deve-se a omissão, a desorganização da sociedade, bem como também a decadência das lideranças locais prisioneiras de uma visão paroquial, dando-se satisfeitas pelas sobras restantes da gastança bancada pelo dinheiro público.

Todo fantasma é uma representação da realidade a perdurar somente enquanto estiver agregado a uma forma de poder, principalmente, quando vinculado ao Estado com o aval dos votos dos excluídos e de seus lacaios. Dessa forma se torna poderoso e voraz, no entanto, como se pode ver e conferir esse semideus têm os pés de barro. E assim torna-se frágil e vulnerável quando está divorciado do mando do Estado, contudo, não perdem sua posse e arrogância.

O alimento desse fantasma é o voto, quando não consegue mais embriagar a maioria pelo veneno de seu hálito passa a afrontar a todos (as) que não estão alinhados a sua vontade corrupta.  E como franco atirador faz uso de todos os meios para desmoralizar tantos os homens como as instituições, visando instituir uma forma de pensamento único emanado de um agregado de gente ávido de lucrar, se apropriando do erário e das coisas públicas para fins familiares e privados.

Este agregado que popularmente chama-se de quadrilha, mensalão e outros epítetos, têm variados tentáculos e diversos atores atuantes. Sua prática vem sendo denunciada pela imprensa responsável e pelo Ministério Público com ampla ressonância na Corte Jurídica do País.  Mas, a raiz de todos os males e virtudes está na opção do eleitor, que com soberania, clareza e discernimento saberá julgar o melhor para si e para o povo do Amazonas, condenando nas urnas os corruptos e bandidos da política a viverem no inferno do ostracismo e na solidão da masmorra.         

(*) É professor, antropólogo e coordenador do NCPAM/UFAM.

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