A SENTENÇA DO POVO
CONTRA OS CORRUPTOS E MALFEITORES
Ademir Ramos (*)
A política eleitoral esta cada vez mais profissionalizante, a disputa
não é para iniciantes e nem tampouco para amadores, requer domínio e controle
de determinadas situações pela direção partidária, visando garantir o domínio
de campo e afirmação de suas lideranças na disputa. O jogo é pesado e complexo exigindo dos candidatos o temor à lei e o
cumprimento da Justiça. É nesse quesito que estamos prejudicados porque a
impunidade impera e o relativismo também, dando condições para que os atacantes
recorram a todo tipo de instrumento para catimbar as eleições e definir o jogo
a favor de suas agremiações.
Somos daqueles que
acredita que quem deve aparecer no jogo são os candidatos, com propostas, programas e
capacidade operativa. No entanto, esta dialética é orientada pela aceitação ou
não do eleitor que é mensurada pelas pesquisas de opinião. Significa que por
mais que a direção dos partidos e os candidatos sejam propositivos, o povão
quer vingança e alguns marqueteiros ainda incentivam o gosto de sangue na disputa,
vasculhando a vida dos adversários moralmente para torná-los sujeitos a
chantagem.
A Justiça Eleitoral
pode e deve atuar de forma preventiva por meio de campanhas publicitárias esclarecendo sobre a importância
do voto e o comportamento dos candidatos. Para esse fim é muito importante que os
operadores da Justiça chamem atenção dos jornais, rádios, televisão e dos blogs
de notícias contra qualquer manifestação que venha contrariar a legislação
eleitoral, maculando a lisura do pleito. Alerta-se para os fatos, resguardando
com todas as letras a liberdade de imprensa, não devendo ser reduzida e nem
tampouco instrumentalizada pelo poderio econômico eleitoral interferindo na
vontade do eleitor.
O voto é o instituto da
liberdade do cidadão
seja rico ou pobre. É este direito de optar, livre de qualquer cabresto, que a
Justiça Eleitoral deve proteger. O candidato por sua vez vinculado a uma
agremiação partidária deve necessariamente conhecer a regra do jogo
comportando-se como tal. Para o bom
andamento das eleições faz-se necessário que os poderes constituídos,
sobretudo o Executivo e o Judiciário, conservem a sua autonomia com determinação
e juízo longe da corrupção e da imoralidade.
Reclamamos da Justiça
Eleitoral maiores
esclarecimentos através das campanhas de conscientização porque na verdade o poder
exercido pela Justiça está assentado na vontade do povo. É ele que é o
protagonista principal, por isso, é
importante ampliar as parcerias com o movimento social que é a expressão
das organizações populares para mobilizar forças com propósito de fiscalizar as
eleições e com isso garantir a plena vontade do povo, devendo julgar os candidatos
por sua obra, história e compromisso com os interesses populares.
Na Democracia, o povo é
o Juiz que julga o
comportamento dos candidatos. A sua
sentença é o voto, podendo condenar os corruptos e malfeitores do povo ou
exaltar e confirmar os políticos responsáveis, bem como os homens e mulheres de
bens que realmente tenham compromisso com os interesses populares, resultando
em mudanças pela melhoria da nossa segurança, educação, saúde, transporte
coletivo, estrutura sanitária e infraestrutura urbana na perspectiva da
construção de uma cidade sustentável.
(*) É professor, antropólogo e coordenador do NCPAM/UFAM.
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