segunda-feira, 8 de abril de 2013


MULHER, MÃE E DESESPERO
 
Nas últimas eleições uma das propostas mais discutidas foi à construção de creches. Promessas foram feitas, mas tudo até agora não passou de fumaça.

Ademir Ramos (*)

Passado a licença maternidade, a mãe trabalhadora tem o dever de voltar ao batente. Nesta hora é que se vê o quanto os Direitos dessas mulheres são violentados tanto pela empresa, como pelo município e, principalmente, pelos sindicatos corruptos que nada ou pouco caso fazem para o cumprimento da legalidade quanto à construção das creches. E assim a mãe trabalhadora é barbaramente separada de seus filhos e com lágrimas nos olhos pela madrugada parte rumo ao Polo Industrial de Manaus para garantir o ganha pão de sua família, na perspectiva de se desenvolver como pessoa, sujeito de Direito e cidadã produtiva que é.
A irresponsabilidade das empresas somada com a cumplicidade dos sindicatos das corporações denuncia o crime e o abandono em que se encontram estas mulheres trabalhadoras, reclamando a garantia de seus Direitos fundamentais. Nas últimas eleições uma das propostas mais discutidas foi à construção de creches. Promessas foram feitas, mas tudo até agora não passou de fumaça, embora o governo federal propale por todos os cantos que vem liberando recurso para tal fim. O fato é que as mães trabalhadoras estão desamparadas por não poderem arcar com os custos de uma creche particular para cuidar de seus filhos, vivendo em desespero e total intranquilidade social.
O choro dessas mães trabalhadoras bateu fundo no meu peito e com indignação manifesto minha solidariedade recorrendo ao Ministério Público do Trabalho providências junto às instancias responsáveis para garantir a essas mulheres condições digna de trabalho, fazendo valer o sagrado direito materno de acompanhar e cuidar de seus filhos.
Aproxima-se o dia das mães, o mercado mobiliza todos os meios necessário para ampliar as vendas e fazer caixa, segundo a lei da oferta e da procura. Nada contra, contudo é necessário que os governantes junto às corporações empresariais respondam com responsabilidades, pactuando ações que resultem na construção de creches em atenção ao respeito dos Direitos das mulheres trabalhadoras e de uma infância saudável. Aos sindicatos deve-se cobrar compromisso com a classe, repudiando seus interesse partidários e particulares por hora assentados na vontade patronal em conluio com os partidários da base aliada que pouco ou nada fazem para assegurar o trabalho digno para as mulheres e homens do nosso Amazonas.
(*) É professor, antropólogo, coordenador do Jaraqui e do NCPAM/UFAM.

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