segunda-feira, 13 de maio de 2013


Movimento abolicionista se espalhou pelas províncias

http://www.senado.gov.br/noticias/jornal/arquivos_jornal/arquivosPdf/encarte_abolicao_2013.pdf  o Jornal do Senado  desta segunda-feira, 13 de maio de 2013, faz uma reedição de Encarte Especial histórico sobre os 125 anos do fim da escravatura no Brasil. O documento deve ser necessariamente  consultado por todos (as), principalmente, pelos estudiosos da formação do Estado Brasileiro para que nunca, nunca mias estas barbaridades se repita, mobilizando a sociedade nacional contra as relações de trabalho análogas a escravidão e toda e qualquer forma de exclusão social no País. Luta que se complementa no Estado de Direito pela cidadania plena.


A Escravidão
Tobias Barreto

Se Deus é quem deixa o mundo
Sob o peso que o oprime,
Se ele consente esse crime,
Que se chama a escravidão,
Para fazer homens livres,
Para arrancá-los do abismo,
Existe um patriotismo
Maior que a religião.

Se não lhe importa o escravo
Que a seus pés queixas deponha,
Cobrindo assim de vergonha
A face dos anjos seus,
Em seu delírio inefável,
Praticando a caridade,
Nesta hora a mocidade
Corrige o erro de Deus!...

Tobias Barreto

Um dos principais nomes do condoreirismo, escola literária da poesia brasileira marcada pela temática social e defesa de idéias igualitárias, Tobias Barreto, assim como Castro Alves, fez de alguns de seus poemas armas para o combate à escravidão. Além de poeta, Tobias Barreto é fi lósofo, crítico e jurista. Sergipano, ele se declara o “mestiço de Sergipe”. Em 1868, publicou o poema A escravidão. De 1871 a 1881, viveu em Escada, Pernambuco, cidade que foi obrigado a deixar após ter alforriado todos os escravos que pertenciam a seu sogro.

O AMAZONAS NAS PÁGINAS DA HISTÓRICA

A Sociedade Emancipadora Amazonense, fundada em 1870, cumpriu papel decisivo na campanha libertadora da Província do Amazonas. A 24 de abril de 1884, a Assembléia Provincial autorizou o governo a despender 300 contos com alforrias. A 24 de maio foi reconhecido oficialmente que Manaus não tinha mais escravos.

Em Pernambuco, a luta contou com os nomes de José Mariano, João Ramos, Gomes de Matos e outros que criaram o Clube do Cupim. O movimento conseguiu minar a força dos escravocratas. As barcaças pernambucanas também apoiaram a fuga de escravos.

Na Província da Bahia, o movimento ganhou a adesão da imprensa de Salvador, que decidiu não mais publicar anúncios de fuga, compra e venda de escravos. Pessoas simples, como Manoel Roque, negro e operário, e personalidades, como Castro Alves, deram grande força ao movimento que começou a se articular em 1870.

Em Goiás, o movimento chegou a causar confl itos, mas nos meses que antecederam a assinatura da Lei Áurea a escravidão estava quase extinta em toda a província. No Rio de Janeiro, houve embates violentos, em especial em áreas onde a lavoura cafeeira se expandiu. A mobilização cresceu em meados de 1870. Nesse ano, um grupo de parlamentares lançou campanha pela abolição da escravatura. No fi nal de 1887, já ocorriam alforrias espontâneas em toda a província.

Em São Paulo, diversas cidades libertaram seus es­cravos no ano passado. Em São Carlos, o fim do cativeiro foi proclamado em dezembro. No Rio Grande do Sul, o movimento comemorou a libertação na capital em 1884. Com um número menor de escravos, em relação às demais províncias, o Paraná também se engajou naluta, e antes da lei, cidades como Porto de Cima já estavam livres da escravidão.

Ainda mais: Leia a narrativa de Machado de Assis sobre as Máscaras que ocultam o cinismo e a vergonha dos senhores que viviam e se alimentavam do trabalho escravo....“A ESCRAVIDÃO levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um deles era o ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé; havia também a máscara de folha-deflandres. A máscara fazia perder o vício da embriaguez aos escravos, por lhes tapar a boca.... Mas não cuidemos de máscaras.” http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000245.pdf

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