sexta-feira, 31 de maio de 2013

Saia justa na Política Manauara

Ademir Ramos (*)

O sistema eleitoral no Brasil encontra-se ainda assentado nos interesses das oligarquias paroquiais em contraponto às metrópoles urbanas e industriais, exigindo dos governantes coalizões convenientes que afrontam a racionalidade política programática em prejuízo a qualidade da gestão republicana. É o caso da Prefeitura de Manaus, tendo a frente o renomado Artur Virgílio Neto, que com muito cuidado escolheu o seu time para governar a capital do Estado visando o reordenamento das instituições em atenção às demandas populares, incentivando o acesso as políticas públicas sob orientações da oferta de serviço de qualidade em respeito à cidadania e ao movimento social.

O governo Artur Neto tem procurado dar continuidade às obras que se encontravam por ser concluídas. Além de tocar estas obras e os serviços afins, Artur Neto tenta também ampliar suas relações junto ao governo federal com firme propósito de celebrar convênios para sanear os problemas estruturantes que impactam a cidade, sua gente ao ponto de comprometer o futuro de Manaus seguido da qualidade de vida do seu povo. O desafio é grande para construir esta liga que resulte em projetos e programas com as garantias Republicanas. Ademias, competência e habilidade no processo de gestão municipal confrontam-se com interesses eleitoreiros dos subalternos, criando uma “saia justa” na gestão da Prefeitura de Manaus.

É o caso das propagandas do PSDB e do DEM veiculadas na mídia local. Em princípio nada de mais, contudo é importante atentar para o caráter organizacional da gestão municipal. Poder legítimo este centrado no Prefeito Artur Neto, que se valendo desse diploma legal nomeou o Deputado Pauderney Avelino (DEM) para a secretaria municipal de educação. Ambos os partidos, programaticamente fazem oposição ao governo petista. Ambos também recorrem aos programas federais do Ministério da Educação em atenção a ensino básico para proclamar a sua marca na gestão municipal provocando um nó na cabeça dos eleitores mais atentos.

As inserções partidárias na mídia são legais. O que se discute é o processo de gestão moral, político e programático sob a direção do Prefeito Artur Neto, se esta prática pega o PPS/MD também fará suas inserções dando visibilidade às obras de infraestruturas e outros feitos, deixando o Prefeito “a ver navios” no cinzento horizonte político eleitoral das alianças para 2014.

Outros afirmam também que esta prática é marca identitária de um governo de coalizão democrático e participativo. Certamente não temos nada contra, o que discutimos é a direção política do processo de gestão municipal visto que os ensinamentos milenares de Sun Tzu dão conta que “um chefe consumado cultiva a Lei Moral e adere estritamente ao método e disciplina; portanto, está em seu poder controlar o sucesso. A mesma coisa para a tática.”
Sucesso e Tática é a marca da inteligência de um governo indutor do desenvolvimento da cidade. No passado, Artur Neto fazia referência ao conselho do Presidente Tancredo Neves, que ensinava aos catecúmenos da política, que não se deve nomear quem não se pode demitir. Na verdade, até pode, mas o mal-estar será geral, então dá-lhe corda aos afoitos para que com o seu próprio ato cometa o desespero de voar sem teto. Talvez seja esta a tática, sabe lá.   

(*) É professor, antropólogo e coordenador do Jaraqui e do NCPAM/UFAM.   


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