NO DIA INTERNACIONAL DO TRABALHO,
PROFESSORES REIVINDICAM MELHORES CONDIÇÕES PARA OS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO NO AMAZONAS
Ademir Ramos (*)
Saúdo
os trabalhadores e trabalhadoras do Amazonas pelo dia 1° (primeiro) de Maio,
dia internacional do trabalho. Sei o quanto esta data é historicamente
importante e significativa para a luta dos trabalhadores, não só pela redução
da jornada de trabalho, que no passado era exaustiva levando crianças, mulheres
e homens a morte. No presente esta luta
continua, em cumprimento a seguinte pauta de negociação apresentada
formalmente desde Março pelas Centrais Sindicais junto ao governo Dilma, em
defesa das 40 horas semanais sem redução de salários; fim do fator
previdenciário; igualdade de oportunidade entre homens e mulheres; política de
valorização dos aposentados; 10% do PIB para educação; 10% do orçamento da
União para saúde; correção da tabela do Imposto de Renda; ratificação da
Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que proíbe a
dispensa sem justa causa; regulamentação da Convenção 151 da OIT, que regula
entre outros pontos o direito de greve dos funcionários públicos e Ampliação do
investimento público em atenção aos serviços prestados a população tanto na
cidade como no interior do Brasil.
A pauta de negociação dos
trabalhadores brasileiros conta com o apoio da Força Sindical, CUT, CTB
(Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), da UGT (União Geral dos
Trabalhadores) e da Nova Central. Mas, até a presente data e hora não recebeu
nenhuma resposta da Presidente Dilma. A falta de diálogo com os trabalhadores é
explicita, restando somente a Presidente Dilma, o discurso pela televisão, sem
conteúdo e sem nenhuma garantia para os trabalhadores e trabalhadoras neste Dia
Internacional do Trabalho.
Quanto à educação, além dos 10%
do PIB, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação fez uma marcha a
Brasília para apresentar as lideranças do Congresso Nacional a seguinte pauta: (i) a aplicação do piso do magistério e a não vinculação
de seu reajuste unicamente ao INPC, (ii) o efetivo cumprimento das receitas
vinculadas à educação frente às imposições da Lei de Responsabilidade Fiscal,
(iii) a instauração do debate nacional sobre o CAQ (Custo aluno/qualidade) e o
IDEB, (iv) a aprovação do projeto de lei que trata das diretrizes nacionais de
carreira para os profissionais da educação; (v) a aprovação da Lei de
Responsabilidade Educacional, nos termos propostos pela CONAE, e (vi) a
regulamentação da Convenção 151 da OIT, ambos os presidentes se comprometeram
em dar seguimento à pauta junto com os líderes partidários e, com relação à LRF
(Lei de responsabilidade Fiscal) e o piso do magistério, o Congresso Nacional
deverá criar Comissão Mista para avaliar e fiscalizar tanto o cumprimento das
receitas da educação como a aplicação da lei do piso do magistério.
A Confederação também
reiterou junto ao MEC a importância da imediata homologação do Parecer nº
18/12, da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, que visa
orientar as redes públicas quanto à aplicação da jornada extraclasse, e
requereu a constituição de uma coordenação para o Programa Profuncionário, com
vistas a agilizar as políticas de profissionalização dos trabalhadores da
educação à luz de novo marcos regulatórios, que assegurem dignidade para os
trabalhadores da educação.
No Amazonas, apoiamos a luta
dos Trabalhadores, principalmente daqueles que militam na Educação. E nesta
oportunidade gostaria de compartilhar este compromisso com todos (as)
convidando-os a ser também um dos apoiadores
da CARTA COMPROMISSO COM A EDUCAÇÃO, em
destaque as principais reivindicações da categoria no âmbito estadual. Confira:
http://www.sinteam.org.br/
O documento foi elaborado
pelo SINTEAM – Sindicato dos Trabalhadores da Educação no Amazonas - a destacar
os principais pontos em que a educação precisa avançar no Estado, principalmente,
quando se refere às políticas educacionais nos municípios do interior do Amazonas,
onde os problemas são maiores a exigir mais investimentos. Alguns pontos da
pauta são voltados para a Formação Continuada; Saúde Laboral; Incentivo à
Pós-graduação; Desempenho e Responsabilidade Escolar, visando unicamente à
valorização do trabalhador em educação e o cumprimento da Lei do Piso salarial
nos termos da decisão do STF.
A discussão será mais
ampliada quando o Governo do Estado enviar para Assembleia Legislativa do
Estado. o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) dos Trabalhadores da
Educação porque, o Movimento dos Trabalhadores pretende intensificar a
mobilização para criar uma frente parlamentar para negociar com o governo do
Estado as melhorias na educação do Estado. Neste momento é necessário ouvir as
partes interessadas e chamar para os esclarecimentos o corpo técnico do governo
por meio da SEDUC muito antes que se aprove qualquer proposta referente à Data
Base da categoria.
Acredito até mesmo que
antes do Governador Omar Aiz fechar a contraproposta do PCCR deveria ouvir a
SEDUC, que por respeito deveria chamar as lideranças sindicais para os devidos
esclarecimentos e avaliação das propostas apresentadas. É nesse momento que se
confere a força do sindicato, bem como as condições reais de ganho da
categoria. A luta do SINTEAM é valorizar os trabalhadores da educação, tornando
cada vez mais atrativa a carreira do profissional da escola, com melhoria
salarial, avaliação de desempenho e condições dignas de trabalho. Esta tem sido
a determinação dos militantes e apoiadores da educação no Amazonas, buscando os
meios necessários para criar e implementar PCCR em todos os municípios do nosso
Estado. Pelo momento, o SINTEAM, em assembleia permanente, aguarda as
contrapropostas do governo do Estado para submeter ao coletivo de suas
assembleias e juntos e organizados assegurar os ganhos e as conquistas para
melhoria da qualidade do ensino no Amazonas com o aval da Sociedade Civil
organizada.
(*) É professor, antropólogo e coordenador dos Projetos
Jaraqui e do NCPAM/UFAM.
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