As guerras continuam e as manipulações também, só que dessa vez são embaladas pelo caciquismo político paroquial que, aliado aos interesses mercantis de grupos internacionais, buscam explorar cada vez a potencialidade local, contrariando aos interesses coletivos dos homens e mulheres desse território, usando dos instrumentos de Estado para amparar suas ambições formuladas em mega-projetos da indústria cultural que vai desde o Festival de Ópera, Boi-bumbá, Cinema e Copa do Mundo, bem como a construção do complexo portuário das Lajes, no distrito II, no Pólo Industrial da Zona Franca de Manaus, ameaçando a paisagem cultural do Encontro das Águas.
Esses e outros investimentos têm como “parte do negócio” o próprio Governo do Estado do Amazonas, que não satisfeito com a derrama do cofre público, promete ainda bancar toda infra-estrutura do mega-projeto da Copa do Mundo de 2014, se Manaus, for escolhida entre as 12 cidades brasileiras como subsede do campeonato mundial de futebol.
O projeto da Copa apresentado pelo governador Eduardo Braga (PMDB) aos marqueteiros da Federação Internacional de Futebol Associados (FIFA), não se sabe o quanto custou, o que se sabe é que foi feito por uma consultoria Alemã a custo de euros. O valor de todo projeto quando construído custará ao povo do Amazonas 6 bilhões de reais, comprometendo diretamente o orçamento do Estado estimado em 8,4 bilhões de reais por ano.
O negócio é tão cabeludo que o próprio governador Eduardo Braga declarou em seu programa de rádio no sábado (7) que, contando ou não com apoio da Parceria Pública e Privada (PPP), “o certo é que governo do Amazonas já se comprometeu com investimento de 5 bilhões” para bancar o mega-projeto, que para ele “é muito mais do que um espetáculo é uma saída para se sair da crise”.
Para o governador do Amazonas a realização desse projeto é visto como estratégia para se vencer a crise. Segundo ele, “a crise é de confiança e de crédito”. Portanto, “quanto maior os investimentos mais emprego e renda teremos”, declarou.
Em tese, pode parecer sensato, mas quando se trata de recurso público, o governante, seja ele qual for, deveria ser muito mais responsável porque é inadmissível que o Estado venha apadrinhar empresas ou grupos econômicos sob o argumento de um novo ordenamento econômico ou sob a bizarra bandeira do “orgulho de ser amazonense”, conforme declara o governador. Em seu programa de rádio, o governador do Amazonas disse também que havia advertido a primeira dama, Sandra Braga, porque se comprometeu em dar ingressos dos jogos da Copa de 2014 para os trabalhadores que auxiliaram na organização do encontro com a FIFA, argumentando, que nessa época ele já estaria fora do Governo do Estado.
É verdade. Pois, em 2010, o governador Eduardo Braga deverá se afastar do governo para concorrer a um novo mandato eleitoral. Manaus sendo escolhida para sediar a copa do mundo será muito bem-vinda, mas não sob o sacrifício do seu povo, que há muito reclama por novos investimentos na saúde, educação, saneamento, segurança e justiça social, principalmente, em atenção às comunidades do interior, que sofrem o abandono do Estado, enquanto escutam pelas ondas do rádio as bravatas do governador.
2 comentários:
Alguem pode explicar que famosa crise é essa num pais que cresce mais de 5% ao ano e num Estado que cresce mais de 10%?????
Crise mesmo estao passando ps paises com crescimento negativo, o resto é propaganda para enganar o povo e justificar tudo.
Crise é conversa de magnata capitalista sacana que não pode perder um lucro e começa a gerar o terror financeiro global!
Isto é combinado com governos e governantes fascistas e esploradores do povo e da massa trabalhadora como o estado do AMazonas e o LULA!cade que esse bandido manda reduzir os juros mais do que 1%, e o pais da ladroagem!
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