
Esperava-se que os cardeais do PMDB se pronunciassem. No entanto, silenciaram frente às denuncias do Senador Jarbas Vasconcelos, alguns deles chegaram afirmar que se tratava de um “desabafo”, não atribuindo valor político a matéria. Mas, vindo de quem veio as declarações provocaram quedas na escalada carreirista do PMDB rumo à Presidência da República e, em particular, a governabilidade do governo Lula, que repousa no PMDB como seu fiel escudeiro.
Para quem não sabe, o Senador Vasconcelos é um dos históricos do PMDB, com mais de quarenta anos militando na política partidária. “Entrei no MDB para combater a ditadura, o partido era o conduto de todo o inconformismo nacional. Quando surgiu o pluripartidarismo, o MDB foi perdendo sua grandeza. Hoje é um partido sem bandeiras, sem propostas, sem um norte. É uma confederação de líderes regionais, cada um com seu interesse, sendo que mais 90% deles praticam o clientelismo, de olho principalmente nos cargos.”
As declarações do Senador fazem estrago. No entanto, o recém eleito José Sarney recorreu ao “silêncio obsequioso” enquanto o governador do Amazonas, Eduardo Braga fez questão de dizer: “não sou corrupto, nem o meu governo”. O senador, além de chamar o PMDB para o eixo das discussões republicanas, afirmou também, que “a classe política hoje é totalmente medíocre. E não é só em Brasília. Prefeitos, vereadores, deputados estaduais também fazem o mais fácil, apelam para o clientelismo.”
As declarações do Senador Jarbas Vasconcelos lembram também as manifestações do ex-Senador Jefferson Péres, que por diversas vezes posicionou-se contra as negociatas do Congresso em relação à vontade Palaciana do governo petista.
De tudo isso, tanto o PMDB e os demais partidos deveriam retomar a sua ação programática, objetivando muito mais os fins do que os meios. Não se trata de exigir do Senador que prove suas declarações, porque não é um caso de polícia. A polícia compete punir os corruptos. Ao PMDB e as instituições democráticas cabe chamar para si as discussões sobre os valores republicanos, na perspectiva de se construir um projeto de Nação, saneando a corrupção e combatendo o clientelismo e outras estratégias que beneficiam eleitoralmente e economicamente governadores e outros agentes públicos do PMDB, PT e de outras agremiações partidárias, que manipulam do Legislativo ao Judiciário em benefício de grupos, que se transformam em verdadeiras quadrilhas de saqueadores dos cofres públicos.
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