terça-feira, 1 de março de 2011

INTERNET EM MANAUS: CHEGA A ÓTICA MAS FALTA A ÉTICA

Ellza Souza (*)

Oi gente, estou passando por um stress danado com a minha pretensão de adquirir um serviço de internet que funcione a contento. Em todo o mundo até em lugares marcados por guerras, desavenças, etnias diversas, a internet funciona bem e é capaz até de derrubar governos e unir populações tão sofridas. Há quase um mês começou a novela “Falta ética na ótica” que parece não ter fim. A empresa faz a propaganda, o cliente pede o serviço e aí começa o desencontro entre as duas partes. A despesa começa a contar. Na conta vem de imediato o desconto do modem necessário ao serviço. O problema é que a internet não chega até o cliente. Começa a insatisfação, o disse me disse e as tentativas de resolver o problema o que é simplesmente impossível.

A empresa cujo produto é a comunicação não consegue se comunicar com seus clientes pelo menos por essas bandas entre rios e florestas. Talvez pela certeza da impunidade e da má qualidade do atendimento e do serviço anunciado, o freguês é totalmente cerceado em suas reivindicações. A novela não finaliza nem com o cancelamento, algo praticamente impossível e que exige muito boa saúde e paciência.

O máximo que o paciente cliente consegue é repetir diversas vezes a uma insinuante gravação os seus dados e a sua desdita. Para completar tem que ouvir uma irritante música na longa espera. De ouvido a orelha vira pinico mas do outro lado todos estão moucos e ninguém lhe dá a mínima. Com muita sorte e depois de muitas tentativas um funcionário de carne e osso daquele duríssimo de roer e de entender, dá o tom de sua existência.

O freguês que tem todos os motivos para explodir ainda tem que bater boca com o atendente que ao invés de resolver o problema manda a pessoa se acalmar como aconteceu da última vez que procurei uma explicação para a falta do serviço solicitado. São quase doze folhas de anotações, de insatisfações, de tentativas de busca por algo que seria tão simples em qualquer país do mundo. Menos no Brasil onde o que conta é a lambança, a propaganda enganosa, o desserviço, a impunidade, a corrupção. Isso por que nunca dantes nesse país tudo esteve tão bem.

Tem algo errado quanto a internet que nos é fornecida em Manaus. A fibra ótica ia resolver tudo. O serviço ia ser barato, eficiente e numa velocidade nunca dantes imaginada por essas bandas. Mas tudo continua como dantes na terra do seu Janycleyton da Silva, amazonense sim mas completamente intolerante a serviços de péssima qualidade, seja banco, loja, posto médico, ônibus, telefone, internet. Respeito é bom e minha paciência acabou. A partir de hoje só respondo a cumprimentos do tipo Olá, bom dia e como vai. Uma outra expressão curta e corriqueira virou sinônimo de constrangimento, mau atendimento, incompetência e serviço ruim.

(*) É jornalista, escritora e colaboradora do NCPAM/UFAM.

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