quinta-feira, 12 de julho de 2012

O FARAÔNICO PROJETO DA CIDADE UNIVERSITÁRIA DO GOVENADOR OMAR AZIZ

Em Manaus tudo é possível.  Já vimos prefeito inaugurando pedra fundamental de creche, que nunca saiu do papel. O metrô voador (de superfície) e agora vem o governador Omar Aziz inaugurando a maquete de uma Cidade Universitária. O fato é tão hilário que lembra o surrealismo dos textos de Dias Gomes, na representação de Odorico Paraguassu, em Sucupira. O espetáculo foi anunciado exaustivamente pela mídia oficial contando com todo o corpo técnico do governo e mais ainda, a Assembléia Legislativa do Estado suspendeu a sessão ordinária para participar do evento, que segundo um dos líderes do governo é “um marco histórico para a humanidade, trata-se de um empreendimento de 13 milhões de metros quadrados”.  Agora testemunhamos o lançamento de uma Cidade Universitária com muita especulação imobiliária e nenhum Projeto Acadêmico relevante. A nota do governo foi reproduzida em todos os órgãos de imprensa, inclusive na página da Universidade do Estado do Amazonas silenciada no curso da formulação da matéria. Confira a nota abaixo.

“O governador do Amazonas, Omar Aziz, apresentou nesta quinta-feira, 12 de julho, o projeto da Cidade Universitária, planejada para ser construída na margem direita do rio Negro, na Região Metropolitana de Manaus. O evento de lançamento ocorreu às 9h30, no Teatro Direcional, do Manauara Shopping, localizado na avenida Mário Ypiranga, nº 1300. No local, ficará em exposição uma maquete do empreendimento.

Projetada para abrigar, no primeiro momento, o campus da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a nova cidade foi concebida para ter espaços residenciais, comércio, serviços públicos, eixos viários, áreas de lazer e de turismo, entre outros elementos próprios de um conglomerado urbano.

Na primeira fase, em uma área de 13.000.000m2 no município de Iranduba, o Governo do Estado vai implantar a infraestrutura da nova cidade e o complexo universitário, com unidades acadêmicas que atualmente funcionam em Manaus e alojamento para 2 mil alunos. Esta etapa deverá estar concluída no primeiro semestre de 2014. O projeto prevê ainda um Hospital Universitário, Vila Olímpica, Vila Agrícola e um Centro Tecnológico, além de outros espaços destinados à iniciativa privada, definidos através de Plano Diretor para implantação de empreendimentos habitacionais, comerciais e de serviços.

No período de 12 de julho a 12 de setembro, os interessados em conhecer o projeto podem visitar a maquete da Cidade Universitária no Manauara Shopping.

CONTESTAÇÃO: Ô Gente lesa!

De imediato, o escritor e imortal da Academia de Letras do Amazonas Zemaria Pinto formulou   a  seguinte  contestação   em  seu  blog palavra do  Fingidor:

A propaganda da propalada Cidade Universitária diz que a mesma ocupará uma área total de 13 milhões de metros quadrados. Isso corresponde a 13.000 km2, o que equivale a um hipotético terreno de, digamos, 100 km X 130 km. A distância até Manacapuru é de 75 km depois da ponte. Até a sede de Iranduba é de 20 km. Será que vai até Novo Airão, que é de 190 km? Que Cidade Universitária mais burra é essa?!

Ah, o município de Manaus, segunda a Wikipédia, tem 11.401m2, dos quais o perímetro urbano ocupa não mais que 230 km2. Ou seja, a Cidade Universitária vai ser maior que o município de Manaus, mas vai estar dentro de Iranduba, cuja área total é de apenas 2.215 km2, entendem?!!! Vai ser uma cidade condensada, com certeza.

Já deve ter neguinho doido pra ser prefeito dessa burra Cidade Universitária! E a imprensa? Ninguém questiona? E os professores da UEA? É na base do "me engana que eu gosto"? Eu, hein!

Ô gente lesa! Zero em Geografia! Zero em Matemática! Dez em malandragem!”

A CONTA QUE NÃO BATE 

Atualização do texto. Assim que Zemaria Pinto publicou suas contestações aos números faraônicos da Cidade Universitária de Omar Aziz referente aos 13 milhões de metros quadrados. O escritor recebeu manifestação de um outro acadêmico, o geógrafo, historiador  e médico Antônio Loureiro, que também não é matemático e nem tampouco calculista palaciano, afirmando que     13.000.000 m2 não é igual a 13.000 km2. Então, o escritor e poeta Zemaria Pinto fez o seguinte ensaio a requerer dos especialistas um estudo mais apurado. Confira:
“O Antônio está certo. Quem tem que rever esses cálculos sou eu. Vamos lá, de maneira bem didática. A equação é:
X2  = 13.000.000 metros
X = é a raiz quadrada de 13.000.000, logo
X = 3.605 metros
 Em km, X = 3,6 km

Isto quer dizer que a área total é não mais que míseros 13 km2 (ou 3,62). Ou 3,6 km de frente por 3,6 km de fundo - algo parecido para caber o Campus, com Condomínios Residenciais, alojamento para 2.000 alunos, Centro Tecnológico, Vila Olímpica, Hotéis e Resorts, mais Shopping Centers (tudo no plural), Museu, Zoológico, Polo Gastronômico e Parque Temático (estou apenas copiando a propaganda) esta área é absurdamente ridícula.

A CONTA CONTINUA ERRADA!!!
A CIDADE UNIVERSITÁRIA CONTINUA SENDO, SE NÃO UMA MENTIRA, UMA HISTÓRIA MAL CONTADA!!!

2 comentários:

Anônimo disse...

O PROJETO IMOBILIÁRIO DO JUQUINHA CUSTARÁ PARA O POVO DO AMAZONAS 300 MIHÕES.REALMENTE O AMAZONAS TEM SIDO UM ESTADO ENTREGUE AOS SALTEADORES DO DINHEIRO PÚBLICO. É CASO DE POLÍCIA.

Anônimo disse...

Ainda bem que ainda existem pessoas que ficam de olho nessas falcatruas.

JCN