sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

MÁFIA ITALIANA NO MUNDO DOS NEGÓCIOS


A coordenação de pesquisa do NCPAM, dando suporte à unidade de comunicação e mídia, disponibiliza o primeiro protocolo sobre o agir da máfia italiano no mundo, explicando, o que se deve entender quanto às formas de relacionamento que existe entre o crime organizado e a economia sob suspeita que opera, não só na Itália, mas no mundo. Contribuíram para a postagem desse trabalho vários internautas que participam da rede e que se posicionam contra a construção do Complexo do Porto das Lajes, em Manaus, nas mediações do Encontro das Águas do Rio Negro com o Solimões.

A camorra (associação da máfia de origem Napolitana) se apresenta, na maioria das vezes, como empresa, com paletó e gravata, carro de luxo, e muito, muito dinheiro para investir. O problema principal que eles têm é justamente o investimento do dinheiro, isto é, a lavagem do dinheiro de origem ilegal. Estima-se que o faturamento do crime organizado na Itália está no patamar de o 20% a 30% do PIB (produto e serviço).

A característica da economia controlada pela camorra é aquela do comércio, sobretudo no campo têxtil, agro - alimentar e turístico e esportes. A base ilegal claramente é ancorada no trafico de drogas, de armas, de lixo, de contrabando, prostituição e outros delitos, mas o dinheiro produzido por esses meios é investido na economia legal tanto privado como chapa branca.

Por exemplo: as grandes marcas de moda italianas entregam a produção para oficinas concentradas nas zonas entre Nápoles e Caserta controladas pelas famílias da camorra, sobretudo pelo cartel dos Casalesi (o nome deriva da cidade de Casal di Principe), ao sul da Itália, área marcada por índice de pobreza.

Os tecidos chegam da China, mas o trabalho de costura acontece quase exclusivamente nessa zona, onde se produz a pirataria das marcas, que é vendida no mercado pelo valor de um produto "original e legítimo”. E toda a produção, circulação e rendimento estão sob o controle da camorra. É paradoxal, mas a camorra controla tanto a produção do original como também do falsificado. Isso é um pequeno exemplo no setor têxtil, mas, embora sob suspeita, os negócios se ampliam também para o setor alimentar, como também para indústria dos brinquedos, dos eletrônicos e demais segmentos.

O noticiário internacional dá conta, que toda a logística dessa máquina, concentra-se no interporto da região da Campania, na cidade de Nola, que é o segundo da Itália. E não é por acaso, segundo os especialistas, que foi justamente um comerciante de tecidos, como Gianni Punzo, que veio criar o CIS-Interporto-Vulcano: uma gigantesca rede de galpões inteligentes ligada ao porto local por via ferroviária (foto). O território de Nola, explicam os estudiosos da máfia, que sempre foi controlado pelo cartel camorrista (também chamado "clã") de Carmine Alfieri.

Nos anos 90 instaurou-se um inquérito sob a Direção Distrital Anti-máfia de Nápoles (trata-se de uma promotoria federal especifica para combater o crime organizado na Itália), onde foi averiguado que Carmine Alfieri forneceu apoio a Punzo para construir o CIS, que é o Centro de Comercio varejista que hoje é integrado com o intermodal de Nola. Quem confessou essa vinculação foram o próprio Carmine Alfieri e Galasso que, assim como Alfieri, após ter sido preso começou a colaborar com o processo sob a proteção da justiça.

Na mesma época, no CIS começou a se expandir, e a Yamamay, uma marca de roupa intima feminina criada por um amigo de Gianni Punzo, Luciano Cimmino. Na oportunidade, Punzo também iniciou a expansão dos negócios como vendedor de roupa intima.

Segundo o noticiário da imprensa italiana, foi justamente o Cimmino quem fez a ponte entre Punzo e o governo do Amazonas através da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), inclusive a Yamamay financiou com 50 mil euros uma campanha de bolsas de juta (para salvar a Amazônia), repassando recurso para a FAS.

No julgamento dos envolvidos sobre o clã de Carmine Alfieri, Punzo foi incriminado e preso, por formação de quadrilha de tipo mafioso. Ele, durante o processo, sustentou a tese de que na realidade foi obrigado a aceitar a "colaboração" da camorra na construção do CIS. Assim sendo, o juiz decidiu por uma solução intermediaria, condenando Punzo por favorecimento ao crime organizado. Na Itália o favorecimento é um crime brando, o que beneficiou diretamente Punzo, possibilitando recursos jurídicos que ocasionou com a prescrição e arquivamento do processo.

Mas, historicamente, para os analistas do crime organizado, o intermodal e o CIS são fundamentais para a economia camorrista. A logística é o ponto forte dos negócios da camorra. Por exemplo, no trafico de lixo é a camorra que fornece o transporte.
Imagine unir, como se diz no Brasil, a fome com a vontade de comer
. Ou seja: uma zona franca, um porto na Amazônia, que se articule com o coração do sistema econômico mais controlado pela camorra é tudo para consolidação dos negócios na América Latina em rede com o narcotráfico.

Um comentário:

BLOGDOROCHA disse...

O MEU NOME É JOSE MARTINS SOARES, SOU CONHECIDO POR ROCHINHA, POR SER FILHO DO LUTHIER ROCHA; TENHO UM BLOG SOBRE A NOSSA MANAUS, NO ENDEREÇO WWW.JMARTINSROCHA.BLOGSPOT.COM. NASCI E ME CRIEI NO IGARAPÉ DE MANAUS, CENTRO; ESTOU ENGAJADO NOS MOVIMENTOS SOCIAIS,FAÇO PARTE DA ASSOCIAÇAO DOS AMIGOS DE MANAUS, DESSA FORMA, FAREI DE TUDO PARA NÃO PERMITIR A CONSTRUÇÃO DO PORTO DAS LAJES - UM PROJETO AMBICIOSO, MELHORIA SERIA UM PROJETO MAFIOSO! NÃO POSSO FICAR OMISSO, NÃO PERMETIREI TRANSFORMAREM O LAGO DAS LAJES NO QUE É HOJE O IGARAPÉ DE MANAUS.