domingo, 6 de março de 2011

O MOVIMENTO FEMINISTA NO BRASIL: DINÂMICA DE UMA INTERVENÇÃO POLÍTICA

Ana Alice Alcântara Costa (*)

[...] acreditamos que esse movimento deve ser autônomo porque temos a
certeza de que nenhuma forma de opressão poderá ser superada até que
aqueles diretamente interessados em superá-la assumam essa luta” (COSTA;
PINHEIRO, 1981 ).

O movimento feminista brasileiro, enquanto“novo” movimento social, extrapolou os limites do seu status e do próprio conceito. Foi mais além da demanda e da pressão política na defesa de seus interesses específicos. Entrou no Estado, interagiu com ele e ao mesmo tempo conseguiu permanecer como movimento autônomo. Através dos espaços aí conquistados (conselhos, secretarias, coordenadorias, ministérios etc.) elaborou e executou políticas. No espaço do movimento, reivindica, propõe,pressiona, monitora a atuação do Estado, não só com vistas a garantir o atendimento de suas demandas, mas acompanhar a forma como estão sendo atendidas.

O resultado da I Conferência Nacional de Políticas para Mulheres é a demonstração da força, da capacidade de mobilização e articulação de novas alianças em torno de propostas transformadoras, não só da condição feminina, mas de toda a sociedade brasileira.

Até chegar aí foi um longo e, muitas vezes, tortuoso caminho de mudanças, dilemas, enfrentamentos, ajustes, derrotas e também vitórias. O feminismo enfrentou o autoritarismo da ditadura militar construindo novos espaços públicos democráticos, ao mesmo tempo em que se rebelava contra o autoritarismo patriarcal presente na família, na escola, nos espaços de trabalho, e também no Estado.

Descobriu que não era impossível manter a autonomia ideológica e organizativa e interagir com os partidos políticos, com os sindicatos, com outros movimentos sociais, com o Estado e até mesmo com organismos supranacionais. Rompeu fronteiras, criando, em especial, novos espaços de interlocução e atuação, possibilitando o florescer de novas práticas, novas iniciativas e identidades feministas. Mas esse não é o ponto final do movimento, a cada vitória surgem novas demandas e novos enfrentamentos. O feminismo está longe de ser um consenso na sociedade brasileira, a implantação de políticas especiais para mulheres enfrenta ainda hoje resistências culturais e políticas. No documento “Articulando a luta feminista nas políticas públicas”, a AMB (Associação de Mulheres Brasileiras) apresenta três campos principais dessa resistência antifeminista no Brasil:

  • Os setores que têm uma perspectiva funcional e antifeminista da abordagem de gênero. Explicam as relações de gênero como parte de uma ordem social que se estrutura a partir dos papéis diferenciados entre homens e mulheres, definidos por funções imutáveis e complementares na sociedade. Os papéis femininos devem ser valorizados, mas não necessariamente transformados;
  • Um setor que questiona a existência do feminismo hoje e que acredita ser possível mudar a sociedade e superar as injustiças apenas a partir de comportamentos individuais de homens e mulheres. Esta é uma posição que vem crescendo entre os movimentos sociais e distintas organizações, articuladas no que autodenominam erradamente de “movimentos de gênero”, preocupados mais em promover a unidade entre homens e mulheres do que em defender os direitos das mulheres e combater as desigualdades de gênero;
  • Refere-se àqueles que não reconhecem a centralidade das desigualdades e buscam explicá-las apenas pela classe. São setores que consideram as desigualdades de gênero, a luta feminista e anti-racista como própria do espaço cultural e não tanto um problema da esfera pública. (ARTICULAÇÃO...,2004b).

    Analisar, entender e, em especial, dar respostas a estas resistências é um desafio que o movimento feminista brasileiro continuará ainda enfrentando.

    (*) É professora da Universidade Federal da Bahia. Pós-doutora pela Universidad Autónoma de Madrid, Espanha.

    Fonte: Coleção Educação para Todos - Volume 10 - Olhares feminino - MEC/ONU. http://portal.mec.gov.br/index.phpoption=com_content&view=article&id=12814&Itemid=872

Um comentário:

Anônimo disse...

Sim!! Sou sensual. E o que é ser sensual ? É um decote na roupa, é ser feminina e saber atrair sem ser vulgar. Hoje em dia, as meninas estão se desenvolvendo mais rapido, indo para o lado do sexo e com isso apelando!! Mostrando suas intimidades para todos os homens verem.. Parece ate uma competição: Me olha! Ver se eu no sou mais gostosa que fulana! Se exibindo de tal forma tão!. Não digo nem prostibular, porque as prostitutas, fazem isso por sua sobrevivência ganhando dinheiro. Vamos dizer de uma forma tão nojenta!... Que causa indignação em algumas mulheres e ate nos homens também! Por mais que eles sejam homens, e gostem de ver! Muitos descrimina, desqualifica e broxam, ainda passa para outros homens. Por que o bicho homem, em termos de fofoca, é pior que mulher. Temos liberdade? Sim!! De se expor? Sim!! Mais com classe... E sempre pensando que somos mulheres da classe feminina, e que na masculina, existe inúmeros psicopatas estupradores que começam a analisar e generalizar que todas são iguais... Essas maninas e mulheres, que se exponhe por nada, colocando sua nudez a vista de todos. Devem colocar uma placa dissendo: Tô dando!! É de graça. Que nem de graça o pior estuprador quer! Porque ele acha que tá podre. Entenderam mulherzinhas... O que é saber ter! E valorizar o que tem!!! Não denigrem a nossa classe feminina que a anos lutamos para conquistar os nossos direitos e ser valorizadas.ar