quarta-feira, 15 de junho de 2011

BRASIL SEM MISÉRIA

Ellza Souza (*)

Os governos são craques em bolar projetos que soam bem na mídia e nos ouvidos das pessoas mais carentes da sociedade. Hoje ouvi essa pérola na televisão “Brasil sem miséria” onde o governo da presidente Dilma pretende acabar com a miséria no país. Gozado também me chamou a atenção no início do governo de seu antecessor a seguinte frase, “Fome Zero” e juro que acreditei que as pessoas pobres iam realmente poder comprar pelo menos o seu almoço todo dia. Ao fim desse governo tenho a impressão de que existem mais pessoas sem o pão de cada dia, mais desempregados, mais jovens envolvidos com drogas, mais desesperados pelas ruas das cidades. Os dados oficiais dizem uma coisa e meus olhos e ouvidos detectam outra.

O país está se desenvolvendo e tem tudo para isso. Riquezas, água em abundância, trabalhadores capazes mas tem algo que emperra que tanto pode ser a terrível burocracia que vende dificuldades em todos os níveis da administração pública ou a competência dos chamados gestores governamentais que aliás não precisa nenhum predicado para “chegar lá”. As mazelas do povo, com o chamado crescimento econômico, vão aumentando. Está na cara que grande parte dos políticos não cumprem os seus deveres que aliás, nem sabem quais são. O CQC está aí para demonstrar isso. Para os direitos já tem formada a sua própria cartilha e nos primeiros dias de mandato já sabem usar direitinho o cartão que faz parte de sua cota de mordomias.

Mordomia, burocracia, maus serviços

Como enxergo, ainda, e sou usuária do SUS, vejo o atendimento ruim a que estamos sujeitos. Um simples atendimento para marcar uma consulta é um terror. No guichê a mulher no computador nem olha para tua cara e com agressividade “informa” que a marcação de consultas há muito tempo é com a assistente social na base da caneta e da ficha para complicar mesmo. O computador na certa só serve para adiantar o serviço “particular” ou para joguinhos interessantes, que ninguém é de ferro. Parece que esses funcionários do atendimento do Sistema Único de Saúde são escolhidos pela cara feia. Esse é só um exemplo. Vemos nos jornais hospitais funcionando em estádios, de qualquer jeito.

Falta tudo para o povo. O slogan deveria ser “Brasil sem Povo” ou “Morra o Povo”. Assim ficaria mais verdadeiro pois sem educação, sem merenda, sem lazer, sem transportes, sem segurança e sem saúde só nos resta...morrer. Que pelo menos possamos morrer em paz com direito a um caixão sustentável que não degrade o meio ambiente (como o real Charles) mas que pelo menos isso seja feito com amor pelo agente público funerário.

(*) É joranalista, escrito e articulista do NCPAM/UFAM.

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