sexta-feira, 10 de junho de 2011

A UFAM E A PRÁTICA DA PESQUISA NO AMAZONAS

Ampliar o debate sobre a pesquisa na Amazônia é uma força imperativa para pautar as agendas de luta do movimento docente e dos pesquisadores que atuam nesta região. Em particular, quando se trata de conferir a política de pesquisa e suas práticas na Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Nesse contexto é que situamos o relato da professora Izabel Valle, doutora em sociologia, vinculada ao Departamento de Ciências Sociais da UFAM. Confira suas declaração e contribua também para o debate da pesquisa na Amazônia em direção à formulação de políticas públicas visando à racionalidade sustentável assentada na matriz da ciência do desenvolvimento, tendo por meta o futuro da Amazônia fundada na diversidade de suas formas de vida, cultura e sociedade. Leia na íntegra o depoimento da professora Izabel Valle:

Nos últimos 10 anos, a UFAM deu um enorme salto em direção ao estabelecimento de uma política institucional de pesquisa e pós-graduação quando da criação de vários e diferentes cursos de pós-graduação no seu interior, ampliando, assim, de forma considerável, a sua capacidade de geração de novos conhecimentos. Até aqui, a UFAM pouco tinha a contribuir no campo da produção de conhecimentos em face do quadro insatisfatório de docentes com a titulação necessária à realização de pesquisas, que exigem capacitação técnica e conhecimento teórico e metodológico para a formulação de problemas de pesquisa e execução do projeto.

Hoje, o quadro é outro. O número de doutores e de mestres cresceu enormemente, o que oportunizou a criação de mestrados e doutorados na UFAM, a ampliação do número de PIBICs e a criação de inúmeros grupos/núcleos de pesquisa o que exige da instituição, a definição de uma política institucional voltada para o fortalecimento/consolidação dos espaços de pesquisa já existentes e fomento à criação de novos.

Creio que um dos grandes problemas existentes e que não tem repercutido junto à administração superior diz respeito à biblioteca. Como desenvolver o conhecimento científico sem dispor de uma estrutura de acervo que permita estimular a reflexão?

Não é possível pensar uma política de pesquisa com olho apenas no número de cursos de PG que podem ser criados. É preciso garantir a manutenção, fortalecimento e consolidação dos existentes e apontar para as novas possibilidades. É preciso refletir sobre as fontes de financiamento, a política de contratação de docentes e técnico-administrativos e, sobretudo, definir o foco da pesquisa para podermos indicar aonde queremos chegar.

Situada na Amazônia, a UFAM não pode se furtar ao debate sobre a natureza da pesquisa nela realizada e buscar articular o conjunto das ações e esforços de pesquisa, hoje dispersos.

Nenhum comentário: