sexta-feira, 7 de setembro de 2012


A MULHER NA POLÍTICA

               A cultura brasileira está fundada no domínio patriarcal de linhagem tribal dos povos da América, que se fortaleceu com a presença das nações africanas na servidão da Casa Grande. Além dessas culturas étnicas soma-se a este domínio a tradição filosófica helenista difundida nas escolas incorporada com a ideologia religiosa judaica cristã que se disseminou em nosso território. No entanto, as mulheres brasileiras tanto na Corte como na Senzala resistiram o domínio e o ordenamento do regime patriarcal, não só pelo poder da sedução, mas, sobretudo, pela autonomia e controle da situação frente ao processo de emancipação existencial e libertária de um regime político caracterizado pela exploração absoluta da força do trabalho dos negros, índios, caboclos, quilombolas em favor dos senhores de engenho e dos coronéis dos Barracões nos seringais Amazônicos. Tanto aqui na floresta como nos canaviais do nordeste e nas minas gerais, a mulher afirmava sua força política por concentrar em si a garra e a coragem de lutar e vencer, participando das decisões coletivas na perspectiva de se afirmar politicamente como sujeito e objeto da história. Foi assim que conquistou o direito de votar, de estudar, de manifestar a sua vontade tanto na cama como na rua afrontando as instituições sexistas para fazer valer seus direitos não só como filha Deus, mas pela sua especificidade de gênero. Portanto, a presença da mulher na política como registramos hoje, não é um favor dos donos de partidos como aparenta ser. É uma conquista que deve se ampliar cada vez mais pela autonomia e determinação da mulher, rompendo com os gritos e mandonismo do macho que age como senhor da situação numa determinada conjuntura. Desta feita, é condenável a mulher que aceita a condição de subalternidade (escada, muleta entre outros), violentando não só seus direitos individuais, como também comprometendo a credibilidade dos valores republicanos que serviram de base para edificação de uma cultura política centrada na dignidade e na igualdade perante a Lei, como bem fez a Carta Capital, quando determina que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”. O comportamento contrário é deplorável porque é um retrocesso, devendo ser banido não só nas urnas como também nas fronteiras de luta que travamos pela individuação e pelos Direitos Sociais no Brasil e, principalmente, nas terras das Amazonas.         

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