segunda-feira, 17 de setembro de 2012


“Todo o poder emana do povo”

Ademir Ramos (*)

As eleições é o espetáculo da Democracia. Nessas horas, o povo se faz dono da situação, detém o controle de campo, fazendo valer a sua vontade. Por isso, em todas as Cartas Republicanas está lavrado que “todo o poder emanado povo”, sepultando o domínio das oligarquias e das aristocracias, construindo plataformas sobre a vontade do povo numa perspectiva política revolucionária.

O marco histórico dessa manifestação remonta a Revolução Francesa, no século XVIII. No Brasil, inaugura-se esse movimento a partir da Proclamação da República à revelia do povo, que além ser explorado economicamente é subjugado politicamente pelos coronéis de barrancos, expropriando do povo o sagrado de direito de se manifestar como pessoa livre e sujeito de direito.

A revolução de 30 inaugura no Brasil uma nova ordem social, garantindo ao povo certas conquistas que iriam nortear as lutas sociais pela reforma agrária, direitos trabalhistas e pelo voto livre como práticas emancipatórias, visando o reconhecimento e controle do Estado pelas forças populares como forma de descentralização do poder e combate a perversa desigualdade social.

Nesse combate popular, as forças dominantes nunca deixaram por menos. Seja no Estado Novo, em 1937 ou no golpe militar de 64, a camarilha do poder tudo fez para manter o povo no tronco, sangrando, fazendo tudo para que a nação brasileira recorresse aos seus favores e assim pudessem afirmar o seu ato heroico e salvador, batendo no peito que sem eles (golpistas e militares) o povo seria lesos e bestializado.

Das últimas conquistas asseguradas pelo povo brasileiro, contrariando os interesses da camarilha corrupta e viciada, destaca-se o processo das Diretas Já, a Assembleia Nacional Constituinte e a Proclamação da Constituição de 1988. De lá para cá conseguimos emplacar a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei contra Corrupção e a Lei da Ficha Limpa. Ainda é pouco é necessário que o povo continue a sua trajetória de luta passando a limpo os poderes constituídos, moralizando as instituições e redirecionando as políticas públicas para o cumprimento dos interesses do povo, em particular dos excluídos, como forma de se promover a distribuição da riqueza tão acumulada nas mãos de poucos que chega a afrontar a dignidade da pessoa, a reclamar por Justiça Social.

Esta marcha em forma de avanço deve continuar e saiba muito bem que depende unicamente do teu voto. É assim que se faz valer a vontade da maioria no processo democrático. Por isso, o voto não tem preço, o seu valor é incalculável, quando se trata de confirmar nas urnas o nome do candidato que vai governar o nosso município, assim como também dos candidatos que irão assumir a Câmara Municipal. Está em jogo à qualidade dos poderes – executivo e legislativo – e só tu, somente tu, é o responsável. Portanto, não se deixe enganar por promessas mirabolantes faça a sua parte, semeando o bem para que no presente e no futuro possamos viver dignamente, assegurando a todos (as) políticas públicas de qualidade em atenção e respeito a nossa gente.   

(*) É professor, antropólogo e coordenador do NCPAM/UFAM.  

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