RESPEITO A NOSSA PÁTRIA
MÃE
A ditadura militar deixou marcas profundas na cultura
da nação brasileira e na prática das políticas públicas. Desde o Estado Novo
(1937) e do golpe de abril de 1964, a cultura política nacional sofreu grandes
impactos no desenvolvimento de suas organizações sociais e no fortalecimento
das instituições democráticas, vivendo sob o medo, terror e morte. O
autoritarismo militar, além de manchar a nação, institucionalizou modus que se reproduzem até hoje no
Estado Democrático de Direito, principalmente, em determinados segmentos como
educação, imprensa e no movimento sindical. Na educação, o dirigismo se fez
presente a partir da “grade das disciplinas” impostas, tendo por fim o controle
absoluto do comportamento e do modo de pensar dos estudantes, professores e de
toda a academia. É desta herança autoritária que se origina o hábito de marchar
na semana da pátria, reduzindo os estudantes e a nação em soldados como nos
velhos tempos de chumbo, contaminando também o próprio carnaval popular no
formato das marchas das escolas de samba. Até quando os governantes irão reproduzir
esta prática? Obrigando as crianças e jovens a marcharem na semana da Pátria como
exército dos excluídos, podendo muito bem expressar nosso amor pelo Brasil por
meio dos valores artísticos como expressão de nossa diversidade cultural. Em
Manaus, a barbaridade maior, é o poder público incentivar a militarização das
escolas, transferindo a gestão e toda prática pedagógica educacional de algumas
escolas a Polícia Militar. Só tem uma explicação: é a leseira em marcha
assolando as políticas públicas do Amazonas. Em resposta, o grito dos
excluídos.
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