sexta-feira, 14 de setembro de 2012


“Caboco, jaraqui sem água é fritura”

É o Jaraqui na praça, discutindo a água como questão social e realizando um tributo ao poeta Luiz Bacellar, que se foi, deixando-nos indignados nesta Manaus de becos, tocos e caras de pau.

No sábado (15), às 10h, o Projeto Jaraqui entra na discussão sobre a captação, tratamento e distribuição da água em Manaus, valendo-se da expressão de dona Maria do Carmo, uma das antigas moradoras da Zona Leste de Manaus, quando afirma que: “caboco jaraqui, sem água é fritura, é morte na certa”. Por isso, é necessário que este tema recorrente seja reconsiderado e discutido com intensidade não só pelos candidatos, cúmplices desse processo, mas, sobretudo, pelos especialistas das academias que por omissão ou não se calaram, comprovando um tanto quanto a omissão das Universidades, Institutos e dos Centros de Pesquisa público ou privado que atuam em Manaus, no Amazonas. O fornecimento de água, não só em Manaus, mas em todo o Estado, é um problema de questão social, devendo ser analisado enquanto políticas públicas, considerando suas múltiplas determinações quanto à natureza tecnológica, social, jurídica, políticas (pública e privada), econômica, gestão, governabilidade e movimento social calçando suas práticas na desobediência civil. É preciso que a questão e as políticas sejam discutidas e implementadas não só em momentos eleitorais. Cabe-nos perguntar: Por que os Poderes Instituídos não constituem um GT para responder concretamente esta demanda social? Por que o morador da Zona Leste deve pagar o mesmo valor do metro cúbico de água que o morador de Adrianópolis? Por que o PROAMA é uma farsa? Por que os moradores da Colônia Antonio Aleixo preferem usar a água do sistema comunitário do que esperar pelo PROAMA? Por que os processos contra a empresa de água e a Prefeitura de Manaus estão todos engavetados no Tribunal de Justiça do Amazonas? Por que o Ministério Público Federal e Estadual não operam nesse processo? Por que a empresa e o próprio Estado através do IPAAM têm perseguido os moradores da periferia que fazem uso dos poços artesianos enquanto as fábricas do Distrito Industrial e os condomínios usam e abusam desses expedientes?  No ajuste de conta procura-se saber onde foi investido o montante da venda da COSAMA? Por que os órgãos fiscalizadores não deram conta dessa realidade?  E qual o montante que a empresa deve investir e como é feito este controle? – Estas e outras indagações serão objeto do Jaraqui neste próximo sábado, lá na Praça da Polícia, na República Livre do Pina, todos (as) estão convidados. E sem perder a ternura jamais, na oportunidade, faremos um recital de poesia como tributo ao poeta Luiz Bacellar, que foi morto no dia 09 de setembro, provocando dor, silencia e indignação.            

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