“Caboco,
jaraqui sem água é fritura”
É
o Jaraqui na praça, discutindo a água como questão social e realizando um
tributo ao poeta Luiz Bacellar, que se foi, deixando-nos indignados nesta
Manaus de becos, tocos e caras de pau.
No
sábado (15), às 10h, o Projeto Jaraqui entra na discussão sobre a captação,
tratamento e distribuição da água em Manaus, valendo-se da expressão de dona
Maria do Carmo, uma das antigas moradoras da Zona Leste de Manaus, quando afirma
que: “caboco jaraqui, sem água é fritura, é morte na certa”. Por isso, é
necessário que este tema recorrente seja reconsiderado e discutido com
intensidade não só pelos candidatos, cúmplices desse processo, mas, sobretudo,
pelos especialistas das academias que por omissão ou não se calaram,
comprovando um tanto quanto a omissão das Universidades, Institutos e dos
Centros de Pesquisa público ou privado que atuam em Manaus, no Amazonas. O
fornecimento de água, não só em Manaus, mas em todo o Estado, é um problema de
questão social, devendo ser analisado enquanto políticas públicas, considerando
suas múltiplas determinações quanto à natureza tecnológica, social, jurídica,
políticas (pública e privada), econômica, gestão, governabilidade e movimento
social calçando suas práticas na desobediência civil. É preciso que a questão e
as políticas sejam discutidas e implementadas não só em momentos eleitorais. Cabe-nos perguntar: Por que os Poderes
Instituídos não constituem um GT para responder concretamente esta demanda
social? Por que o morador da Zona Leste deve pagar o mesmo valor do metro
cúbico de água que o morador de Adrianópolis? Por que o PROAMA é uma farsa? Por
que os moradores da Colônia Antonio Aleixo preferem usar a água do sistema
comunitário do que esperar pelo PROAMA? Por que os processos contra a empresa
de água e a Prefeitura de Manaus estão todos engavetados no Tribunal de Justiça
do Amazonas? Por que o Ministério Público Federal e Estadual não operam nesse
processo? Por que a empresa e o próprio Estado através do IPAAM têm perseguido
os moradores da periferia que fazem uso dos poços artesianos enquanto as
fábricas do Distrito Industrial e os condomínios usam e abusam desses
expedientes? No ajuste de conta
procura-se saber onde foi investido o montante da venda da COSAMA? Por que os
órgãos fiscalizadores não deram conta dessa realidade? E qual o montante que a empresa deve investir
e como é feito este controle? – Estas e outras indagações serão objeto do
Jaraqui neste próximo sábado, lá na Praça da Polícia, na República Livre do
Pina, todos (as) estão convidados. E sem
perder a ternura jamais, na oportunidade, faremos um recital de poesia como
tributo ao poeta Luiz Bacellar, que foi morto no dia 09 de setembro, provocando
dor, silencia e indignação.
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