“O PREÇO DA LIBERDADE É A ETERNA VIGILÂNCIA”
Ellza Souza (*)
Repetindo para que
esta frase entre em nossas cabeças: “O preço da liberdade é a eterna
vigilância”. Palavras tão simples mas achei de grande importância e
profundamente atual. É vital vigiar as ações dos políticos. Isso é o correto e
se chama “controle social” onde a população que paga impostos deve ficar de
olho no destino dado ao dinheiro público. Reclamar depois até pode mas a
maioria não pode ser omissa como se o Brasil fosse o melhor dos mundos e onde a
contrapartida dos impostos fosse adequada e decente. Temos aí o Mensalão para
confirmar porque a saúde, a educação, os transportes, as estradas, a merenda
escolar, são deficitários.
O dinheiro
arrecadado é desviado de seus objetivos e usado para fins escusos como compra
de votos e corrupção. Quase nada funciona no serviço público pesar da
propaganda e dos discursos. Na minha cidade pelo menos, os serviços públicos e
os privados também são ineficientes e provocam muito estresse em todos. Para
que estão servindo esses políticos que ganham fortunas e não cumprem o seu
papel de administrar e desenvolver boas ações para a comunidade? Entram pobres
e saem milionários. Tem algo errado nessa conjuntura. E por falar em pobre,
conversando com uma mulher trabalhadora da zona leste e que ganha seu dinheiro
honestamente percebi em sua conversa que ela acredita piamente (parece um
pintinho sofrido mesmo) que um determinado candidato desses não gosta de
“pobre” e já esteve por lá azucrinando e matando os pobres coitados.
Acho que a lábia
da mesmice continua funcionando e mesmo sofrendo os horrores dos maus serviços
parece que vamos cair no mesmo grupo da discórdia, agora amalgamado em todas as
esferas políticas. Coitado do pobre que se orgulha dessa condição e dá abraço
em político achando que é o seu melhor amigo. No dia seguinte às eleições, as
reclamações continuam zunindo por todo lado. E cada vez piores, claro. A pobre
coitada que não teve uma boa educação escolar, não sabe ler direito e não é
capaz de entender os bastidores da política sórdida, é um prato cheio para os
maus candidatos. E pobre ela vai continuar para sempre. Pobre e burra. E o
político para quem ela deu o seu voto e seu abraço está muito bem obrigado,
muito longe dali.
A fiscalização que
poderia ser feita em sua comunidade não faz porque não entende a sua própria
importância como cidadã e parte de uma sociedade que não pode ser separada
entre ricos e pobres, brancos e negros, jovens e velhos. Somos todos
merecedores de um buraco decente para curtir a eternidade. Então precisamos é
de dignidade e não de sacolas quero dizer esmolas para sair da pobreza.
Preste atenção nos
seus candidatos e depois cobre pelo menos os serviços básicos para uma vida
digna. Mau político não vence uma comunidade organizada que luta pela melhoria
de todos e não apenas se faz de coitadinha para arrancar benefícios
na hora de votar. A fiscalização não pode parar. Fique atenta e escolha de
acordo com sua consciência e não de sua conveniência.
(*) É escritora, jornalista e articulista do NCPAM/UFAM.
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