quarta-feira, 26 de setembro de 2012


“O PREÇO DA LIBERDADE É A ETERNA VIGILÂNCIA”

Ellza Souza (*)

Repetindo para que esta frase entre em nossas cabeças: “O preço da liberdade é a eterna vigilância”. Palavras tão simples mas achei de grande importância e profundamente atual. É vital vigiar as ações dos políticos. Isso é o correto e se chama “controle social” onde a população que paga impostos deve ficar de olho no destino dado ao dinheiro público. Reclamar depois até pode mas a maioria não pode ser omissa como se o Brasil fosse o melhor dos mundos e onde a contrapartida dos impostos fosse adequada e decente. Temos aí o Mensalão para confirmar porque a saúde, a educação, os transportes, as estradas, a merenda escolar, são deficitários.

O dinheiro arrecadado é desviado de seus objetivos e usado para fins escusos como compra de votos e corrupção. Quase nada funciona no serviço público pesar da propaganda e dos discursos. Na minha cidade pelo menos, os serviços públicos e os privados também são ineficientes e provocam muito estresse em todos. Para que estão servindo esses políticos que ganham fortunas e não cumprem o seu papel de administrar e desenvolver boas ações para a comunidade? Entram pobres e saem milionários. Tem algo errado nessa conjuntura. E por falar em pobre, conversando com uma mulher trabalhadora da zona leste e que ganha seu dinheiro honestamente percebi em sua conversa que ela acredita piamente (parece um pintinho sofrido mesmo) que um determinado candidato desses não gosta de “pobre” e já esteve por lá azucrinando e matando os pobres coitados.

Acho que a lábia da mesmice continua funcionando e mesmo sofrendo os horrores dos maus serviços parece que vamos cair no mesmo grupo da discórdia, agora amalgamado em todas as esferas políticas. Coitado do pobre que se orgulha dessa condição e dá abraço em político achando que é o seu melhor amigo. No dia seguinte às eleições, as reclamações continuam zunindo por todo lado. E cada vez piores, claro. A pobre coitada que não teve uma boa educação escolar, não sabe ler direito e não é capaz de entender os bastidores da política sórdida, é um prato cheio para os maus candidatos. E pobre ela vai continuar para sempre. Pobre e burra. E o político para quem ela deu o seu voto e seu abraço está muito bem obrigado, muito longe dali.
A fiscalização que poderia ser feita em sua comunidade não faz porque não entende a sua própria importância como cidadã e parte de uma sociedade que não pode ser separada entre ricos e pobres, brancos e negros, jovens e velhos. Somos todos merecedores de um buraco decente para curtir a eternidade. Então precisamos é de dignidade e não de sacolas quero dizer esmolas para sair da pobreza.

Preste atenção nos seus candidatos e depois cobre pelo menos os serviços básicos para uma vida digna. Mau político não vence uma comunidade organizada que luta pela melhoria de todos e não apenas se faz de coitadinha para arrancar  benefícios na hora de votar. A fiscalização não pode parar. Fique atenta e escolha de acordo com sua consciência e não de sua conveniência.

(*)  É escritora, jornalista e articulista do NCPAM/UFAM.

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