O
NÚMERO DA BESTA
Política e religião são como fogo e gasolina qualquer
atrito é pura paixão capaz de incendiar as massas e descambar para o mundo
escatológico como resultado de uma prática messiânica buscando a salvação ou a
redenção política fora da história. O pior é que o campo é favorável se considerarmos
a política editorial dominante e os programas eleitorais sob o enfoque do
neopentecostalismo e das práticas da autoajuda. É por isso que expomos aqui a
pregação de um desses intérpretes que presenciamos na Praça do Bairro Ouro
Verde, nos arredores de Manaus. O pregador, convicto da verdade sagrada, falava
aos seus fiéis sobre o fim do mundo, valendo-se da leitura do Apocalipse e
recorrendo ao simbolismo dos números com referência a política eleitoral. Vejamos: É no capitulo 13, nada tendo haver
com o PT, 13 do Apocalipse, que o profeta cunhou o número da Besta, que por sua
vez não é o 65, dos comunistas do PC do B, como se espalhou pela cidade, mas sim
o 666. Feito isso, o evangélico alerta seus devotos a lerem com muita atenção, despertando
para o poder que a Besta é capaz de operar, prometendo maravilhas e até mesmo
se for necessário matar a “todos os que não adorassem a imagem da Besta”, i.e.
não aceitassem as suas promessas em forma de propostas. Por isso, o narrador
aproveita o momento litúrgico para mobilizar os crentes “filhos de Deus” a
refletiram com resignação a Boa Nova do profeta, arrematando sua mensagem com o
último versículo do capítulo com chamamento a consciência: “Aqui é preciso
discernimento (saber escolher)! Quem é inteligente calcule o número da Besta
[..]” para que possa sonhar e viver em paz.
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