quarta-feira, 5 de setembro de 2012


O NÚMERO DA BESTA

                 Política e religião são como fogo e gasolina qualquer atrito é pura paixão capaz de incendiar as massas e descambar para o mundo escatológico como resultado de uma prática messiânica buscando a salvação ou a redenção política fora da história. O pior é que o campo é favorável se considerarmos a política editorial dominante e os programas eleitorais sob o enfoque do neopentecostalismo e das práticas da autoajuda. É por isso que expomos aqui a pregação de um desses intérpretes que presenciamos na Praça do Bairro Ouro Verde, nos arredores de Manaus. O pregador, convicto da verdade sagrada, falava aos seus fiéis sobre o fim do mundo, valendo-se da leitura do Apocalipse e recorrendo ao simbolismo dos números com referência a política eleitoral. Vejamos: É no capitulo 13, nada tendo haver com o PT, 13 do Apocalipse, que o profeta cunhou o número da Besta, que por sua vez não é o 65, dos comunistas do PC do B, como se espalhou pela cidade, mas sim o 666. Feito isso, o evangélico alerta seus devotos a lerem com muita atenção, despertando para o poder que a Besta é capaz de operar, prometendo maravilhas e até mesmo se for necessário matar a “todos os que não adorassem a imagem da Besta”, i.e. não aceitassem as suas promessas em forma de propostas. Por isso, o narrador aproveita o momento litúrgico para mobilizar os crentes “filhos de Deus” a refletiram com resignação a Boa Nova do profeta, arrematando sua mensagem com o último versículo do capítulo com chamamento a consciência: “Aqui é preciso discernimento (saber escolher)! Quem é inteligente calcule o número da Besta [..]” para que possa sonhar e viver em paz.

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