sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O SILÊNCIO DOS GOVERNANTES

O governo do Estado do Amazonas e o governo Federal por meio do Ministério do Transporte e da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) silenciaram frente às denuncias feitas pelas comunidades do Lago do Aleixo, com aval dos cientistas e militantes da causa ambientalista. A atitude dos governantes requer investigação criteriosa para se saber o que tramam contra o povo do Amazonas em relação à pretensa construção do Porto das Lajes, nas vizinhanças do Encontro das Águas.

A semana que passou embalado pela jogada do projeto da Copa do mundo de 2014, o ministro do transporte, Alfredo Nascimento esteve em Manaus, na sexta-feira (6), quando assinou convênio com o governador Eduardo Braga, no valor de 72 milhões de reais para asfaltar 100 quilômetros da BR-317, ligando o Amazonas ao Estado do Acre.

Na oportunidade, os governantes falaram sobre a logística estruturante do Pólo Industrial de Manaus. Segundo eles “a estrada BR-317, que é um prolongamento da BR-319, será uma importante via de escoamento da produção do Pólo Industrial de Manaus para países panamericanos e do pacto amazônico – Equador, Chile, Colômbia, Paraguai, Peru e Bolívia -, permitindo, por meio dos portos destes países, um acesso mais rápido ao Oceano Pacífico”.

Para o governador Eduardo Braga, o projeto integra “um macroprojeto desenvolvido pelo Ministério dos Transportes, que visa integrar a estrada a um porto a ser construído no Município de Boca do Acre. O porto vai se interligar a Manaus por meio da hidrovia da Bacia do Purus”. Mas, quanto ao Porto das Lajes? – nada, nadica de nada. O silêncio é a única resposta do governador, embora o Governo do Estado do Amazonas já tenha publicado em seu Portal, clique aqui, notícia alvissareira a respeito: “Porto da Lajes terá audiência pública em novembro”.

Ainda mais, o ministro do transporte disse também que “a BR-317 é o elo entre Manaus e o Oceano Pacífico e que por meio da construção da rodovia peruana será possível unir o Porto de Santos ao Pacífico, por meio da chamada Transoceânica e nos integrarmos através da BR-317”. Em março, o ministro falou que voltaria a Manaus para assinatura de convênios com as prefeituras, visando à construção de 21 portos no interior do Estado.

Sobre a realização das obras da BR-319 (Manaus/Porto Velho), que depende da autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), Alfredo Nascimento disse que ficou “em silêncio para evitar polêmica”. Ora, que o ministro silencie até se compreende, mas o governador Eduardo Braga deve esclarecimento ao povo do Amazonas sobre as razões aduzidas que levaram a defender a construção do Complexo Portuário das Lajes, como um dos pontos estruturantes da logística de exportação do Estado, junto aos empresários europeus suspeitos de envolvimento com a máfia, conforme noticiou a imprensa italiana.

Da mesma forma, a SUFRAMA deve satisfação também a sociedade civil amazonense porque, segundo declarou José Alberto Machado, representante da entidade, em Audiência Pública, datada do dia 19 de novembro passado, a entidade “buscou empreendedores para a solução dessas questões”, querendo dizer que, transporte e armazenamento são “os mais graves problemas do Pólo Industrial de Manaus”. No entanto, não justifica relativo à baixaria em curso nas comunidades, tentando “ganhar pela boca os moradores”, como bem definiu um dos lideres, para se conseguir em troca o aceite das organizações comunitárias da Colônia Antonio Aleixo, em favor da construção do Porto das Lajes, o que ameaça diretamente a beleza monumental do Encontro das Águas. O banzeiro continua.

2 comentários:

Anônimo disse...

A única lógica é aquela do lucro, é a fome por dinheiro e poder. Uma fome infinita. É essa fome que vai destruir definitivamente a nossa Amazônia!
Esses homens pensam aos proprios filhos, aos netos, ao mundo deserto, de barro vermelho, que será a Amazônia e que eles herdarão.
Alice.

Anônimo disse...

É...pelo jeito aquela previsão de que a Amazônia vai acabar de dentro para fora já está em vias de acontecer, e ainda por cima financiada por aqueles que falam tanto em preservação e ganham milhares de euros com isso! Parabéns pelo texto!