quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

EM DISCUSSÃO A CONSTRUÇÃO DO PORTO DA SIDERAMA

Hoje (26), o jornalismo da rádio Amazonas FM, em Manaus, noticiou por meio do comunicador Joaquim Marinho, a liberação de recurso para a construção do Porto da Siderama. A fonte da informação, segundo o comunicador, resulta da fala de um dos conselheiros da tradicional Associação Comercial do Amazonas, que ele fez questão de preservar.

A notícia repercutiu como uma bomba junto aos executivos da Empresa Lajes Logística S/A, que se encontravam na Rádio CBN, fazendo a defesa pública do Projeto de Construção do Porto das Lajes que, cinicamente, passaram a apelidar de Porto verde. Além da febre ecológica sofrida pelos empresários do “porto verde”, eles passaram também atacar os demais portos locais, alegando as altíssimas taxas cobradas pelos concorrentes. Naturalmente, que prometiam preços menores e condições de seguranças especiais. Do mesmo jeito que fazem com os moradores da Colônia Antonio Aleixo, quando prometem mundos e fundos para obter o aceite dos comunitários.

A editoria do NCPAM entrou em contato com Joaquim Marinho para se certificar do fato e em seguida comunicou-se com o chefe do gabinete do Ministro do Transporte, Alfredo Nascimento, para checar a informação. De Brasília, o chefe de gabinete, Aluísio Braga, informou que a notícia não procedia, dizendo que “por aqui não passou nada” e, demonstrando total desconhecimento do projeto.

No entanto, em novembro de 2006, no primeiro mandato do governo Lula, o centenário Jornal do Comercio de Manaus, noticiava sobre o projeto, dando detalhes de sua tramitação junto ao governo federal e o montante do recurso a ser aplicado. O empreendimento contava com investimentos de R$ 500 milhões, em um período de três a cinco anos, sendo o suficiente para construir um novo porto em Manaus, mais moderno e competitivo, um complexo Porto-Eizof-Aeroporto, adaptando também o Aeroporto de Ponta Pelada para a infra-estrutura de armazenagem e operação.

A estimativa é do presidente da Vantine Solutions, José Geraldo Vantine, apresentada em reunião na sede da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), na última quinta-feira.Na ocasião, Vantine falou sobre a importância do PNLT (Plano Nacional de Logística de Transporte) para o Amazonas, que objetiva criar e manter instrumentos logísticos que dêem suporte ao planejamento de intervenções públicas e privadas na infra-estrutura e na organização dos transportes.

De iniciativa do Ministério dos Transportes em parceria com o da Defesa, o PNLT servirá de referência para investimentos públicos e privados para os próximos 15 anos. Segundo José Geraldo Vantine o plano era importante para o país como um todo e tem configuração de ser federativo, o que dá muito valor às necessidades regionais.

A defesa dos projetos visava o interesse do Amazonas na perspectiva do PNLT. Durante a reunião, validamos as propostas apresentadas junto ao Ministério dos Transportes, no dia 13 de julho e que foi validado em Brasília em 15 de outubro. Na Fieam, validamos novamente para termos certeza que estamos olhando para o futuro.

O plano não é estático, e sim dinâmico. Portanto, vai contemplar as obras de infra-estrutura necessárias que, no caso amazonense, são voltadas para a construção de um novo porto que começaria do zero, integrado à uma área alfandegária, o Eizof (Entreposto Internacional da Zona Franca de Manaus), podendo ser adaptado no prédio da antiga Siderama.

Outro projeto é de um aeroporto cargueiro, que pode ser instalado onde hoje é o aeroporto de Ponta Pelada, se fazendo necessário apenas adaptá-lo adequadamente para a infra-estrutura de armazenagem e operação. Em Manaus, se houver sucesso nas negociações com o Ministério da Defesa, para a implementação do aeroporto de Ponta Pelada e o complexo Porto do Ceasa-Eizof-Aeroporto, o montante total será de R$ 500 milhões, em um prazo de três a cinco anos.

Na opinião de Vantine, os recursos deveriam sair da iniciativa privada, pois são projetos do pólo de Manaus. Comparado com demais projetos que constam no PNLT de outras regiões, os do Amazonas são projetos de até pouco investimento. No Nordeste, por exemplo, investir na rodovia Transnordestina requer o volume de US$ 10 bilhões.

Esses empreendimentos são urgentes e dos três portos daqui, o Porto Público é o melhor, mas é antigo e sua localização não permite expansões muito agressivas e não dá para acompanhar o crescimento do parque industrial. Os outros dois portos são privados e estão dentro de uma concepção muito individualista, sem pensar no sistema viário. Para Vantine o projeto integrado do Porto Ceasa e da infra-estrutura alfandegada do Eizof, são projetos que demoram a ser feitos. Somente o projeto executivo demanda cerca de dois anos até começar as obras.

Por mais que o chefe de gabinete do Ministro do Transporte, Aluísio Braga, negue a informação noticiada hoje em Manaus. O fato provoca ampla discussão, deslocando o foco para o Porto da Siderama como alternativa viável, contrário a construção do Porto das Lajes como os arrivistas pretendem fazer. A discussão está posta.

2 comentários:

Anônimo disse...

E qual é a distancia entre o Porto da Siderama e o Encontro das Aguas?

Anônimo disse...

É pequena também. E pior: fica a montante, ou seja, qualquer derramamento de óleo vai direto para o Encontro das Águas. O porto de Lajes, pelo fica a juzante e não comprometeria Encontro. Sem se falar que o porto de SIDERAMA é encravado no meio de 2 terrenos da MArinha, ou seja, não tem pra onde crescer, diferentemente do Porto das LAjes.