terça-feira, 3 de maio de 2011

A INDISPENSÁVEL LEVEZA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Ellza Souza (*)

A entrevista da professora Arminda Mourão, no programa Na Terra de Ajuricaba da TV Ufam, tocou num ponto nevrálgico que diz respeito à nossa formação escolar, isto é, no desenvolvimento cognitivo das crianças e juventude desta geração. O papo todo foi centrado na pesquisa que o Conselho Municipal de Educação promoveu sobre a educação infantil no município de Manaus, onde parece que tudo está errado atualmente. As metodologias aplicadas, a gestão das escolas, os espaços físicos, os professores desmotivados, despreparados e amedrontados contribuem para essa queda real na qualidade do que está sendo ensinado às crianças.

Pelo que entendi da conversa com o apresentador Ademir Ramos, a professora da Universidade Federal do Amazonas, participou de uma pesquisa sobre o tema, desvendando alguns problemas e possíveis soluções sobre a educação infantil em Manaus.

Os desafios são grandes mas existem perspectivas de melhora que um trabalho como esse pode ajudar com propostas consistentes quanto a uma política de Estado perfeitamente de acordo com o Plano Municipal de Educação. Na pesquisa coordenada pela professora Arminda são adotadas políticas como a normatização e monitoramento das escolas que obrigam determinadas práticas no espaço pedagógico específico e apropriado. A idéia é fazer uma ampla divulgação da proposta estudada na perspectiva de cuidar e educar as crianças da melhor forma possível.

As áreas com mais problemas quanto às escolas fundamentais são as zonas sul, leste e norte; e na zona centro sul se concentra grande parte das escolas regularizadas. É grande o número de escolas particulares clandestinas em toda a cidade. “Não quero regularizar e pronto. Sou a dona da escola e não quero fazer o registro no Conselho Municipal de Educação”, é comum ouvir esse tipo de depoimento segundo a professora responsável pelo estudo. “É importante a presença do Ministério Público”, conclui Arminda Mourão.

As propostas vão ser levadas às autoridades de Brasília para auxiliar e acrescentar a um plano nacional que esperamos volte urgentemente em forma de benefícios concretos e eficazes para a educação infantil, que é a base de toda o aprimoramento social e cultural de qualquer ser humano. Muitos políticos encarregados de votar esse tipo de projeto não sabem o que isso representa pois “chegaram lá” sem precisar de estudo ou de leitura. Se depender desses, não só as crianças mas toda a sociedade continuará na mais completa ignorância e indefesa.

(*) É jornalista, escritora e articulista do NCPAM/UFAM.

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