sábado, 7 de maio de 2011

O PRAZER DE MORRER

Ellza Souza (*)

A maconha, porta de entrada para a penca de porcaria que algumas pessoas inseguras, carentes e burras, teimam em ingerir, fumar, cheirar, injetar, parece um tanto inofensiva diante do último lançamento no mundo da autodestruição: a oxi. Só parece por que de inofensiva não tem nada. Todas as drogas desde álcool, cigarro e essas pedras que só servem para enriquecer alguns abutres (coitados dos bichinhos) que vivem de desconstruir a humanidade principalmente os jovens que não encontram em lugar nenhum a alegria, a paz, a felicidade e acham que enredados na dependência aos traficantes vão ser mais seguros e felizes.

Que felicidade é essa baseada na dor? A sua própria dor, de sua família, amigos e sem esquecer a sua co-participação na violência do dia a dia. A pessoa que busca num punhado de pó, numa pedra feita sabe-se lá com o que, num líquido onde se mistura soda cáustica, cola de sapateiro e outros lixos que compõem um coquetel desses que remexem no seu físico e no seu psíquico, o levando a uma paranóia onde a sua própria família se torna o inimigo e tudo que ele aceita é conselho do vendedor da droga, cujo interesse é a desgraça de qualquer um fora ele mesmo. Para esse mercador da desgraça alheia, o dinheiro ganho desse modo, serve para adquirir bens como cordões de ouro, casas, piscinas, carros e o lascado do viciado não tem competência nem para adquirir isso pois só vê à sua frente a droga que o subjuga e o coloca de quatro na frente desses marginais da sociedade.

A nova droga que se infiltrou devagarzinho no Amazonas e em outros estados brasileiros é algo inqualificável. Pela composição sórdida utilizada pelos traficantes cuja imaginação é de arrepiar. Que tipo de gente é essa que trabalha para o seu próprio fim, para o fim de sua própria espécie. Conseguir fazer algo pior que o crack com a única finalidade de aumentar seus ganhos mesmo sabendo que o prejuízo é de toda a humanidade, é inconcebível. Nas grandes e pequenas cidades os jovens cada vez mais se auto destroem com as drogas. Hoje não pode ser por curiosidade pois todos conhecem os riscos, as conseqüências, as histórias de horror dos dependentes de qualquer dessas substâncias nocivas.

O que estarrece também é o corpo mole das autoridades, que não adotam leis severas aos comerciantes da fraqueza humana. Os chefões dificilmente são presos, não existem clinicas públicas para o tratamento dos dependentes, faltam profissionais capacitados para esse tipo de tratamento, a saúde psiquiátrica vive momentos de abandono quando se sabe que no mundo moderno estamos sempre por um fio, entre a sanidade e a loucura causada por tanta violência e pela fragilidade humana.

Construir um mundo melhor deveria ser o objetivo de cada ser humano em sua curta passagem pela terra. A maioria até consegue pois a vida, na verdade, não é fácil para ninguém. Mas é gostoso essa luta, essa busca pelo seu próprio bem estar e quantos você puder levar junto a esse desejo. Forma uma aura e uma energia boa, independente de suas crenças mas com fé de que é possível uma vida harmônica e pacífica. Tratar bem o próximo (parente, amigo ou estranho) é a síntese do que Jesus ensinou e é a chave da felicidade. Não deseje ao outro o que não deseja para você. Não quero ninguém vivendo na rua como um trapo humano sem amor e sem saúde, tendo que roubar e matar para sobreviver.

Espero que políticas públicas honestas atendam aos jovens brasileiros oferecendo educação qualificada, bons ofícios, esporte para todos, transporte decente para os momentos de lazer, comunidades bem servidas de água, luz, dignidade. Talvez assim o mundo melhore para as futuras gerações. Talvez.

(*) É escritora, jornalista e colaboradora do NCPAM/UFAM.

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