Foto: Amazonas Em Tempo
Estudantes param o trânsito, outra vez*
Pelo segundo dia consecutivo, estudantes fazem protesto nas ruas pelo retorno ao direito a 120 créditos de meia-passagem.
Aproximadamente mil estudantes universitários fizeram ontem, por mais de três horas, mais um protesto contra redução na quantidade de meias passagens. A manifestação teve início em frente ao campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e causou congestionamentos nas avenidas Rodrigo Otávio, Efigênio Sales, André Araújo, Cosme Ferreira e ruas próximas. Conforme o gerente de fiscalização do Instituto Municipal de Trânsito (Imtrans), Uarodi Guedes, o trânsito ficou comprometido em 50 quilômetros nessas vias. Durante a manifestação, dois estudantes, Paulo Henrique Susmikat, 22, e Júlio Holanda, 21, foram detidos por baderna e encaminhados ao 3º Distrito Integrado de Polícia (DIP).
Os estudantes programaram para hoje mais quatro protestos, porém se a Câmara Municipal permanecer com a decisão de reduzir a quantidade de meias passagens há previsão de que pelo menos 13 pontos da cidade sejam interditados. Segundo o presidente do Diretório Estudantil da Escola Ângelo Ramazzotti, Manoel Almeida, mesmo que a Câmara seja a favor dos estudantes algumas das principais vias da cidade, como André Araújo, Grande Circular, Paraíba e Mário Ypiranga serão interditados em protesto contra ao que chamaram de omissão do executivo municipal, que não se manifestou quanto a redução das meias passagens.
“Na melhor das hipóteses vamos parar quatro pontos da cidade, mas se a Câmara não recuar e rever a quantidade de meias passagens para os estudantes vamos paralisar 13 pontos de Manaus. Estamos lutando por um direito conquistado com muita luta e não vamos abrir mão dele de uma hora para outra. Amanhã (hoje) de manhã, às 9h, nosso compromisso é na Câmara de Manaus e as 14h é nesses pontos de protesto”, informou.
Se a quantidade de meias passagens não for revista os alunos prometem fazer manifestações amanhã na av. Djalma Batista e na quinta-feira no Centro, partindo da Praça do Congresso. Segundo o acadêmico de engenharia florestal, Antônio Rodrigues, 25, a manifestação no campus da Ufam foi “puxada” pela classe estudantil como um todo, que se sente prejudicada com a redução na quantidade de meias passagens. Conforme ele, o movimento não teve uma liderança específica.
“Estamos aqui para informar os estudantes sobre a importância de defender um direito que é nosso, não para defender legendas partidárias. Não precisamos da meia passagem só para ir e vir da faculdade, nossas atividades escolares e acadêmicas vão além disso e não podemos ser prejudicadas desse jeito. A população também tem o direito de saber com base em que os empresários querem o reajuste da tarifa, cadê a planilha de custos que até hoje não foi divulgada?”, questionou.
Nova emenda na Câmara
Após muita pressão dos estudantes, que estiveram ontem em frente à Câmara Municipal de Manaus em protesto à redução dos créditos de meia-passagem, o presidente da Casa, Luiz Alberto Carijó, anunciou que ainda hoje colocará em deliberação o projeto de emenda do vereador José Ricardo (PT) que restabelece o direito aos estudantes a 120 créditos mensais. A redução da meia-passagem foi aprovada por unanimidade, no final do ano passado, e passou a vigorar no final de semana. Desde segunda-feira, os estudantes se mobilizam em protestos pela cidade, como ocorreu na noite de segunda-feira quando uma passeata praticamente parou o trânsito na bola do Coroado e na avenida André Araújo, Aleixo, Zona Centro-Sul.
Ontem pela manhã, aproximadamente 200 alunos voltaram à carga e foram para a porta da CMM. Eles queriam ser recebidos pelos vereadores e ter a garantia das mudanças. Os portões estavam fechados e a guarda municipal foi chamada para fazer a segurança no local.
Do carro de som, os estudantes mandavam seus recados: “Aqui não tem vândalo e sim cidadão. Queremos entrar na “casa do povo” para dizer que com 44 passes não dá para se ter acesso a uma educação integral como é nosso direito”, disse o presidente da União Municipal dos Estudantes (Umes), Yan Evanovick. Já a estudante Priscilla Senna, do curso de Design da Ufam, reclamava da injustiça. “Muitos estudantes fazem estágio, cursos de final de semana e não é certo gastar a metade do salário mínimo com passagem”
O palanque dos estudantes também deu espaço para os políticos. Os vereadores José Ricardo, Mário Frota, Ademar Bandeira e Eduardo Castelo subiram no carro de som para “prestar apoio aos estudantes”.
A pedidos dos vereadores, o presidente Carijó foi ate à rua e sugeriu a formação de uma comissão com 10 integrantes, mas os estudantes recusaram a proposta. Por fim, Carijó autorizou a entrada de todos.
Dentro da Câmara, os discursos ganharam caras novas mas refletiram idéias antigas. Wilker Barreto defendeu uma discussão técnica ampla com estudantes e empresários enquanto Mário Frota criticou os colegas que o antecederam por terem aprovado a redução da meia-passagem. “Quem manda em Manaus são os donos de ônibus e esse plenário, no passado, atendeu as suas exigências”, disse.
O projeto de emenda à Lomam, de autoria do vereador José Ricardo e que, segundo Carijó, começará a tramitar hoje, assegura aos estudantes o direito a 120 créditos de meia-passagem ao mês, para uso no transporte coletivo urbano de passageiros. A meia-passagem não será usada apenas para ir à escola, mas para atividades extra-classe também. Alem disso, a emenda obriga aos empresários a publicar, por meio de cartazes no interior do ônibus, o valor da moeda com a indicação do artigos e parágrafo da Loman que obriga o troco integral e o número de telefone da empresa ou órgão de fiscalização do poder publico. A proposta de emenda já conta com 16 assinaturas.
Durante a manifestação de ontem, o presidente da Umes, Yann Evamovick, anunciou a criação de uma agenda semanal, com realização diária de manifestações em diversos pontos da cidade. Ontem, os estudantes fecharam a entrada do Campus Universitário e hoje anunciam uma manifestação na avenida Djalma Batista (ver matéria). Ele também anunciou que as lideranças estudantis estão se mobilizando para um abaixo-assinado com milhares de assinaturas de estudantes prejudicados pela redução da meia-passagem.
*Do jornal Amazonas em Tempo
Um comentário:
Eh isso ai, precisamos fazer isso, pq senao estaremos prejudicados...meus pais estao desempregados, preciso da ajuda de terceiros,e com essa passagem assim nao dah p eu ir p a facul!!!
Parabenizo a materia!
Abracos
...esse teclado esta desconfigurado
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