EDITORIAL: CHAMADA GERAL

Por mais de um ano, o NCPAM participa junto com os comunitários do Aleixo, bairro localizado na Zona Leste de Manaus, na luta em favor da integridade ambiental do Encontro das Águas – fenômeno natural que sintetiza o enlace entre os dois grandes Rios: Negro e o Solimões, originando o Rio Amazonas que corre em direção ao Atlântico.

O mega-projeto é de iniciativa da empresa Log-In Logística Intermodal S/A, contando com o aval do Governo do Estado do Amazonas, que juntos formaram uma corporação privada com objetivo imediato de construir um Terminal Portuário ameaçando de morte o nosso Encontro das Águas. A maquete do projeto contempla a construção de um pátio com mais de 100 mil metros quadrados de área, com capacidade de armazenar 250 mil unidades de contêineres, prejudicando a qualidade de vida dos moradores da circunvizinhança, bem como o ecossistema, a paisagem e o belíssimo cenário desse que é um dos principais pontos turístico da Amazônia brasileira.

Nós da sociedade civil do Amazonas criamos o Movimento S.O. S Encontro das Águas para agregar força contra o poderio empresarial aliado com o segmento político local que julga o projeto necessário para o desenvolvimento local.

Até agora o Movimento S.O.S. Encontro das Águas tem inibido a voracidade desses predadores. No entanto, as portas começam a se fechar e valendo-se da força do capital, os empreendedores irresponsáveis partem para o tudo ou nada, pressionando com agressividade todas as instâncias do comunitário ao jurídico, visando de pronto falsear a realidade em favor de um consenso imediato que permita o licenciamento do empreendimento.

Avaliamos que é necessário estender esse apelo em forma de rede e que se multiplique pelo mundo afora, apelando aos corações e mentes de todos (as) comprometidos com a plenitude da vida no planeta para que se manifestem contra mais esse atentado ao Meio Ambiente na Amazônia protestando junto às embaixadas brasileiras, ao gabinete do Presidente da Republica do Brasil, do Governo do Estado do Amazonas, dando visibilidade de seus atos na mídia internacional.

O momento é oportuno. Pois, estamos convencidos que somente desse modo iremos barrar as pretensões belicosas desses predadores, que querem porque querem se apropriar do nosso Encontro das Águas.