domingo, 14 de fevereiro de 2010

ENTREVISTA: EM DISCUSSÃO AS FORÇAS DO DESENVOLVIMENTO LOCAL



Antônio José Botelho (51) é amazonense de Manaus com graduação em Engenharia Civil e Administração pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Nos anos 80 iniciou sua trajetória profissional nos quadros da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), ocupando diversos cargos e funções. Entre os de maior destaque estão o de Diretor do Departamento de Planejamento entre 1998 e 2001, quando implantou o atual Sistema e Comitê de Planejamento institucional, e de Assessor Especial entre 2001 e 2004. No momento, atua, desde 2004, como assessor técnico da Superintendência Adjunta de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Nesse curso de tempo especializou-se em diversas áreas ligadas à sua atividade profissional: política e estratégia nacionais, impactos ambientais, projetos industriais e ciência política. Em 2001, obteve o título de Mestre Profissionalizante em Engenharia de Produção, com a dissertação “Projeto ZFM: vetor de interiorização ampliado!”, a qual foi transformada em livro. Além da SUFRAMA, o nosso entrevistado dedicou-se a docência como professor da Universidade Federal do Amazonas – entre 1990 e 1992 e professor assistente do Instituto de Ensino Superior da FUCAPI – entre 2000 e 2007, onde implantou a disciplina Política Industrial e Inovação Tecnológica. Segundo ele mesmo se define "é um intelectual inquieto e preocupado em contribuir para o progresso social, o que resultou em diversos títulos editoriais" entre os quais Sínteses e Reflexões http://clubedeautores.com.br/book/13170--Sinteses__Reflexoes

A entrevista em pauta, discute com o professor Botelho a questão do desenvolvimento local a partir da densidade do seu trabalho de pesquisa referenciado no modelo da Zona Franca de Manaus. Ele afirma que muito tem pensado "SOBRE O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO DE MANAUS HÁ QUASE DUAS DÉCADAS. NA REALIDADE SURGIU COM OS QUESTIONAMENTOS PERTINENTES À IDEOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO. DESENVOLVIMENTO OU CRESCIMENTO? PROCESSO AUTÔNOMO OU DEPENDENTE? NUMA SIMPLES PERCEPÇÃO PODE-SE PERCEBER QUE MANAUS APENAS CRESCE COM DEPENDÊNCIA. NESSA ESTEIRA CHEGAMOS JUNTOS AOS CONCEITOS VINCULADOS AOS SISTEMAS LOCAIS DE INOVAÇÃO, DEMONSTRANDO O FRÁGIL CAPITAL SOCIAL QUE MANAUS DISPÕE PARA CONSTRUIR SEU DESENVOLVIMENTO. FALTA-LHE SOBRETUDO EMPREENDEDORISMO, ESPECIALMENTE O CIENTÍFICO, CRÉDITO QUALIFICADO E AMBIÊNCIA INOVADORA".

Nessa perspectiva, o nosso entrevistado garante que "A CONSTRUÇÃO DE UM CAPITALISMO PRÓPRIO DEPENDENTE DOS TRÊS VETORES ACIMA DESTACADOS, ISTO É: EMPREENDEDORISMO + CRÉDITO + INOVAÇÃO. PARA TANTO, POLÍTICAS INDUSTRIAIS E TECNOLÓGICAS DEVEM ESTAR POSTAS DE FORMA CORRELATA E INTERDEPENDENTE. MAS, APESAR DO SISTEMA DE INOVAÇÃO ESTAR EM EMERGÊNCIA PODEMOS E DEVEMOS NÃO SÓ QUESTIONAR SUA NATUREZA COMO TAMBÉM O MODO PARA SE ACELERAR UMA ESTRATÉGIA DE ENDOGENIA".

O debate concentra-se na construção de um novo marco civilizatório, que segundo o professor Botelho remete-nos a pensar na "POSSIBILIDADE DE CONSTRUIRMOS EM 100 ANOS UMA NOVO MARCO CIVILIZATÓRIO A PARTIR DA AMAZÔNIA QUE PASSARIA A SER CENTRO E NÃO PERIFERIA. APESAR DE ESTARMOS NUMA SINUCA DE PICO COM A IMPOSIÇÃO DA LÓGICA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ELA É AO MESMO TEMPO A ESTRATÉGIA PARA UM DESENVOLVIMENTO ENDÓGENO MINIMAMENTE AUTÔNOMO E ADEQUADO ÀS REGRAS CAPITALISTAS. TEMOS CIÊNCIA E TECNOLOGIA FALTA-NOS EMPREENDEDORISMO E CRÉDITO COMBINADO COM POLÍTICAS ADEQUADAS. CONJUGADO ESSAS FORÇAS E INTERESSES CONSTRUIRÍAMOS UMA NOVA SOCIEDADE E UMA NOVA CULTURA".

Pelos 43 anos da SUFRAMA, a ser celebrado agora no final de fevereiro, o nosso programa na TVUFAM - Na terra de Ajuricaba - irá dedicar toda sua programação para que se análise o modelo Zona Franca de Manaus, contando com a participação do professor da nossa Universidade Federal do Amazonas, Marcelo Seráfico e os próprios profissionais da SUFRAMA, que há tempo já foram convidados por meio da assessoria de comunicação da Agência.

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