segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

PRISÃO DO GOVERNADOR E DE SEUS COMPARSAS

Não apenas porque as evidencias de uma série de irregularidades praticadas pelo governador exigem investigação e punição dos responsáveis, mas igualmente porque outros tantos servidores públicos mantêm comportamento que estão à espera de um melhor acompanhamento da outra parte – os órgãos de controle dos atos dos agentes públicos.

O Editorial de um órgão de Imprensa num Estado Democrático de Direito é a manifestação mais legitima e representativa que possa haver quando o instituto da representatividade, que é o Parlamento, está eivado de vícios e gatunos. Dessa feita, a Imprensa Livre é a caixa de ressonância do grito do povo, reclamando Justiça e tornando-se a voz contra a impunidade e arrogância dos Agentes Públicos que ainda acreditam está acima das leis. Estes homens sejam eles Prefeitos, Governadores ou até mesmo o Presidente da República, são antes de tudo, servidores públicos e devem explicação de seus atos à Nação em cumprimento ao ordenamento jurídico constituído. Maldito aquele que à sombra desses homens públicos ou em seu nome promovem a corrupção e o desmando da coisa pública, violando as leis e as regras republicanas em benefício próprio ou em favor de corporações privadas. O Editorial de hoje (15) do jornal A Crítica do Amazonas sobre “O Caso Arruda”, que publicamos abaixo, bem que poderia ser registrado nos anais da nossa história para ser lembrado constantemente como Martelo da Justiça contra os políticos corruptos e malfeitores do povo.

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O Caso Arruda põe o Brasil diante de uma exigência que não apenas precisa ser observada como ampliada, a fim de que se cumpra o ritual da justiça. Ainda recebidas com olhar de incredulidade por ampla parcela da sociedade brasileira.

A prisão do governador do Distrito Federal e a negação ao pedido de habeas corpus por parte do Supremo Tribunal Federal tais atos são a primeira parte de um enorme exercício – ainda novo para os brasileiros – até que se complete para ser parte da normalidade.

A reação de surpresa diante do fato de um governador, político influente, ser preso e mais tarde ser obrigado a permanecer na prisão porque o óbvio deixou de acontecer.
De um lado um Brasil que caminha a batalha por uma democracia mais amadurecida, saneada; de outro, gestores públicos que se consideram acima das leis, que comprometem as instituições e têm a impunidade como garantia.

Essa condição vem sendo quebrada e a impunidade como referência do país está sendo quebrada.
O governador José Roberto Arruda não é um caso único de corrupção entre dirigentes públicos, ao contrário, é parte de uma situação que se repete com alguma freqüência. Nem sempre com um vídeo para comprovar o crime.

Mas, a prisão do governador representa um passo à frente nesse processo.
No centro do Poder do País, Arruda tentou e tenta usar os diferentes mecanismos para manter-se como parte de um grupo de poder.

O que virá pela frente é mais uma etapa dessa ação que, aguarda-se, se complete como ação de justiça.

Não apenas porque as evidencias de uma série de irregularidades praticadas pelo governador exigem investigação e punição dos responsáveis, mas igualmente porque outros tantos servidores públicos mantêm comportamento que estão à espera de um melhor acompanhamento da outra parte – os órgãos de controle dos atos dos agentes públicos.

A dependência desses órgãos ao Executivo e ao Legislativo é um dos instrumentos que atrasa os consertos.

Casos como o do governador do Distrito Federal podem levar o Brasil a seguir em bom ritmo para confirmar uma nova realidade ou retardá-la.

O sentimento de milhares de brasileiros e a torcida dos que lutam para um Brasil mais firme no combate a corrupção são para que o Caso Arruda se torne exemplar e se coloque, por tudo o que representa, pelas dimensões e envolvimentos que carrega, como um passado que o País quer deixar para trás, sem desconhecer o tamanho da tarefa a ser feita, a cada dia, e por todos os brasileiros.

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